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Rótulos de alimentos industrializados vão mudar

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Haverá também alterações nos dísticos já existentes, de modo a padronizar a exibição de dados e permitir maior facilidade de leitura. As letras serão estampadas em fundo branco e sofrerão um aumento de tamanho. A quantidade de açúcar total e a informação sobre a quantidade de açúcar adicionado devem ser cuidadosamente identificadas (veja o quadro). Depois da anuência da Anvisa, os fabricantes terão 42 meses para total adaptação ao formato. “No Brasil, como acontece em outras partes do mundo, a população deve estar sempre atenta, exigindo rótulos que ajudem a deter a epidemia de doenças crônicas relacionadas à alimentação”, diz uma das maiores autoridades no assunto, o médico especialista em saúde pública Carlos Augusto Monteiro, titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e membro do grupo de especialistas em alimentação e saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Não há exagero nem alarmismo tolo na frase de Monteiro — a clareza tem sido, historicamente, ferramenta de controle, com ótimos resultados.

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Um bom exemplo é o do Chile. Em 2016, o país adotou um octógono como rótulo nas embalagens, semelhante ao triângulo proposto no Brasil. Em apenas dois anos, segundo trabalho conduzido pelas universidades do Chile e da Carolina no Norte, houve diminuição substancial na compra de produtos ricos em açúcar, como bebidas adoçadas e cereais matinais. No caso das bebidas, deu-se uma queda de 25% no consumo. A venda de cereais encolheu 14%. Registrou-se, ainda, um curioso movimento da indústria. Para escaparem dos selos de advertência, que afugentam clientes, os fabricantes reduziram a quantidade de sódio e açúcar dos alimentos ultraprocessados. Com base na comparação da informação nutricional declarada na embalagem de mais 10 000 produtos disponíveis nos supermercados antes e depois da implementação da lei, detectou-se uma subtração de 20% a 35% na quantidade de açúcar de bebidas adoçadas, lácteos e cereais matinais. Um resultado semelhante a esse, no Brasil, seria extraordinário. De acordo com o Ministério da Saúde, os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela OMS.

A valorização dos rótulos no Brasil é recente. Foi só na década de 70 que se estabeleceram os termos que deveriam constar obrigatoriamente nos produtos embalados, com a anotação de ingredientes, aditivos e o país de origem. Nos anos 1990, as coisas melhoraram. Foi determinada a obrigatoriedade da declaração da presença de glúten, bem como definidos os critérios para que atributos nutricionais específicos, tais como “baixo conteúdo”, “alto teor”, “reduzido”, “aumentado” etc., fossem destacados. No início dos anos 2000, finalmente, foram acrescentados à rotulagem os compostos principais dos alimentos: gorduras saturadas, colesterol, cálcio, ferro e sódio, além do valor energético e de nutrientes. Foram passos relevantes, de mãos dadas com o que há de mais avançado mundialmente, mas a caminhada apenas começou — o novo repertório gráfico, que será decidido em breve, é uma pequena adaptação com gigantescos efeitos positivos.

 

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Fonte: Veja Online

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