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Síndrome causa fadiga em pacientes curados da covid-19

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Síndrome – Pessoas contaminadas pelo novo coronavírus e curadas podem desenvolver sintomas ligados à covid-19 por tempo indeterminado. É que apontam estudos preliminares realizados por Gabriel de Freitas, pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo ele, a síndrome da fadiga crônica é comum em outros tipos de vírus. Entre os sintomas que podem aparecer no médio e no longo prazos estão a fadiga mental e física, inclusive de forma incapacitante, dores, em alguns casos crônicas, fraqueza muscular, dificuldade de respirar e de concentração, dormência, alterações na pele, inchaços e queimação em pés e mãos.

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Segundo o especialista, 50% dos pacientes que tiveram covid, desde as mais brandas até as mais severas, apresentam algum tipo de fadiga semanas ou meses depois da doença. Uma possibilidade é que seja efeito de uma resposta do sistema autoimune tão exagerada que acaba prejudicando questões neurológicas.
Em entrevista a uma rádio, o pesquisador explicou que, durante o quadro agudo, os sintomas mais comuns são cefaléia, perda do olfato e do paladar e, o menos comum, o AVC (acidente vascular cerebral), com inflamação do sistema nervoso. “Agora, a gente está vendo complicações após a fase aguda São questões neurológicas que permanecem de um a dois meses depois de curado, quando o paciente não tem mais nenhuma queixa de febre, falta de ar, mas têm fadiga muito intensa”, ressaltou.
Das complicações neurológicas a médio prazo, a fadiga é mais comum. “O cansaço é sem explicações e, muitas vezes, incapacitantes. Até 50% dos pacientes relatam fadiga que os impedem de voltar as suas atividades habituais, acompanhada de outros sintomas, dor nas extremidades, insônia. Esse quadro, a síndrome da fadiga crônica, não é exclusividade do coronavírus, é descrito por outros vírus”, explicou Freitas.
A fadiga, no entanto, não é explicada por comprometimento pulmonar. “A gente não sabe muito ainda. Tem quadro de fadiga, mas não é indicada por problema pulmonar. O que parece é que não tem correlação com a gravidade do problema pulmonar”, reiterou. Segundo o médico, os pacientes que relataram o problema foram, na sua maioria, mulheres jovens, entre 30 e 40 anos. “Não sei se é mais comum nessa faixa etária, mas foi o que apareceu. O que a gente sabe é que essa é a população mais afetada por doenças autoimunes, então uma ativação de anticorpos pode ser responsável por essa fadiga”, disse.
O especialista disse que os cientistas ainda estão aprendendo muita coisa sobre o vírus, tanto na fase aguda e quanto no pós-fase aguda. “Felizmente, o que podemos dizer, porque foi o que aconteceu com as pessoas que tiveram esse quadro, é que, a longo prazo, o prognóstico é bom. Se existe algum alento, por mais que o paciente sofra agora, é muito provável que vai se recuperar”, destacou.
Freitas destacou que há vários desafios, do ponto de vista neurológico. O primeiro é tentar diminuir as complicações neurológicas na fase aguda, que são potencialmente graves. “O segundo desafio é entender como o vírus reage no organismo das pessoas no longo prazo. O que nós não sabemos é se existe alguma complicação neurológica capaz de acelerar alguma doença, causar alguma inflamação. Não temos a resposta para isso, a ideia é aprofundar estudos. Se não fizermos isso, não temos como estabelecer relação causal”, acrescentou.

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