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Teste para identificar anticorpos do Zika pode ajudar no controle da doença

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Um teste capaz de identificar anticorpos específicos do vírus Zika em amostras de soro sanguíneo e baixo risco de reação cruzada com microorganismos parentes do Zika está sendo desenvolvido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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A novidade poderá servir como um dos exames obrigatórios requisitados no pré-natal, e ajudará a saber quando uma gestante não foi infectada pelo Zika para que os agentes de saúde possam reforçar as recomendações de prevenção à doença, como a utilização de repelente e evitar viagens para áreas de risco. O teste deve chegar ao mercado ainda neste ano.

“O teste sorológico para detecção de anticorpos do tipo IgG (imunoglobulina G), que são aqueles que permanecem no organismo durante muitos anos após a infecção, está em fase final de desenvolvimento”, declara a coordenadora do projeto, Danielle Bruna Leal de Oliveira,  pesquisadora do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenadora do projeto.

Para a comunidade científica, o exame é essencial para responder a diversas questões estratégicas, necessárias para qualquer plano de ação contra a doença. A partir dos resultados será possível, por exemplo, especificar com mais precisão os casos, a porcentagem de gestantes no grupo de infectados e número de mulheres que correm o risco de ter filhos com problemas neurológicos devido à infecção congênita.

Atualmente, os exames para diagnóstico existentes só funcionam na fase aguda de infecção ou apenas detectam anticorpos contra o Zika com baixa especificidade, o que reforça a importância da criação de um novo teste mais preciso, de acordo com Leal. “Os testes sorológicos hoje no mercado têm especificidade entre 69% e 75%, ou seja, há pelo menos 25% de chance de o resultado ser falso positivo caso o paciente já tenha sido infectado pelo vírus da dengue no passado. Já o nosso teste tem especificidade de 93% para o Zika”, afirma ela.

A Fapesp ressalta que, desde 2016, quando foi criada a Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo (Rede Zika), esse tipo de método diagnóstico sempre foi apontado como uma das prioridades da área.

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Dificuldade

Ainda em fase de desenvolvimento, uma das dificuldades para detecção do vírus é a de que a proteína usada no exame é muito parecida com a existente na dengue e na febre amarela , entre outras. “Para resolver esse problema, nós usamos uma versão editada da proteína, ou seja, foi selecionado apenas o trecho da molécula que é mais específico para o Zika”, conta a pesquisadora.

O resultado demora cerca de três horas para sair, mas, no método mais simples, o prazo era de duas horas e 20 minutos. “Estamos trabalhando para baixar esse tempo. A meta é que seja ainda menor que o do método padrão, pois o objetivo é usar na triagem de pacientes em hospitais”, diz Leal.

Outra vantagem do método é o baixo custo, que deve ser em torno de R$ 10 a R$ 12 por paciente. De acordo com a pesquisadora, no ano passado, o foco do estudo foi na detecção do IgG e neste ano a pesquisa deve ser direcionada para uma ferramenta que identifique também o IgM (imunoglobulina M), que permanece no organismo por até quatro meses após o término da infecção pelo Zika.

Fonte: IG

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