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Vacinas pneumocócicas estão falhando na proteção contra meningite

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As vacinas pneumocócicas conjugadas (VPCs) têm sido altamente eficazes na redução da pneumonia e outras infecções invasivas causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae.

Já as taxas de meningite – que também deveria ser prevenida por essas vacinas – mostraram poucas mudanças, com relatos de taxas de meningite de até 13 casos para cada 100.000 crianças em algumas partes do mundo onde a cobertura vacinal é adequada.

Segundo Reshmi Mukerji e David Briles, da Universidade do Alabama (EUA), isso está acontecendo porque os patógenos responsáveis pela maioria dos casos de meningite não são visadas pelas vacinas VPCs, dando à população uma falsa ilusão de proteção.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/04/18/vacina-contra-meningite-entenda-os-tipos-e-quem-deve-tomar/

Segundo os dois médicos, a meningite pneumocócica mudou desde a introdução das VPCs, e agora há uma necessidade urgente de desenvolver novas vacinas direcionadas a todas as cepas pneumocócicas que colonizam o nariz e a garganta, independentemente do tipo capsular.

Mutações induzidas pela vacina

O alerta mais importante feito pelos dois cientistas, contudo, é que as próprias vacinas VPC podem estar associadas ao surgimento de novas cepas que causam meningite.

“O amplo uso de vacinas resultou no surgimento de uma ampla diversidade de cepas de substituição não-VPC,” escrevem os dois pesquisadores em seu artigo, publicado na revista médica Pediatric Infectious Disease Journal.

Muitos pneumococos cobertos pela VPC13 formam cápsulas que os protegem do sistema imunológico do corpo no pulmão e no sangue.

No entanto, as cepas de reposição raramente causam sepse – sugerindo que suas cápsulas não-VPC não lhes permitem sobreviver bem na corrente sanguínea. Os pneumococos com cápsulas do tipo não-VPC podem estar viajando para o cérebro diretamente do nariz, garganta e ouvido, pelos nervos olfativos e auditivos, e não pela corrente sanguínea, sugerem os pesquisadores.

Isso pode ocorrer quando o nariz e a garganta são colonizados por pneumococos do tipo capsular não-VPC, que têm substituído amplamente as bactérias visadas pelas VPCs atuais.

Novas vacinas contra meningite

Para evitar esses casos de meningite, novas vacinas precisarão ser desenvolvidas para prevenir ou reduzir significativamente a colonização com essas bactérias capsulares, que não são do tipo coberto pelas vacinas.

O problema é que existem mais de 98 tipos capsulares diferentes – seria difícil ou impossível atingir todos eles em uma única vacina.

A alternativa mais promissora pode estar em vacinas direcionadas a proteínas específicas envolvidas na formação e colonização das cápsulas pneumocócicas. Os dois autores descrevem em seu artigo uma abordagem em que essa estratégia poderia ser testada primeiro em estudos de pequena escala, antes de estudos maiores para confirmar sua eficácia na prevenção da meningite.

“Como praticamente todos os casos de meningite pneumocócica levam a sequelas neurológicas permanentes ou morte, valeria a pena o esforço para desenvolver uma nova vacina capaz de prevenir a meningite pneumocócica, independentemente do tipo capsular. Essa vacina precisaria proteger contra a colonização com a maioria, senão todos, os pneumococos,” concluem os dois pesquisadores.

Meningite bacteriana

A meningite bacteriana é uma infecção do cérebro e das membranas da medula espinhal. Ela é difícil de tratar, frequentemente fatal, e causa complicações duradouras nos sobreviventes. Estudos recentes mostraram que as taxas de meningite pneumocócica em crianças e adultos têm sido estáveis ou têm aumentado, em grande parte devido a cepas bacterianas não visadas pelas VPCs (vacinas pneumocócicas conjugadas).

Embora a substituição de sorotipos tenha sido relatada em todo o mundo, as evidências sugerem que as taxas são mais altas na Europa e na América do Norte. Essas cepas não vacinais causam meningite pelo menos tão severa quanto os tipos alvos da VPC7 e da VPC13.

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Fonte: Diário da Saúde

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