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Variante delta faz duas vítimas no Brasil

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O Ministério da Saúde confirmou, ontem, as duas primeiras mortes causadas pela variante delta –também conhecida como cepa indiana — da covid-19 no Brasil. O primeiro óbito ocorreu há mais de dois meses, dia 18 de abril, no Paraná. A vítima era uma gestante de 42 anos. A segunda morte foi notificada ao Ministério da Saúde no sábado (26), um homem de 54 anos.

O primeiro caso é relatado pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná como importado. A vítima veio do Japão e chegou no dia 5 de abril. Antes de embarcar, fez o teste para covid-19, que deu negativo. No dia 7, foi visitada por uma amiga, filha da idosa de 71 anos que foi o primeiro caso confirmado com a variante delta no estado. No mesmo dia, a gestante começou a apresentar os sintomas e fez um novo teste, com resultado positivo.

A mulher foi internada no dia 15 de abril e faleceu no dia 18, quando seu quadro piorou e precisou ser submetida a uma cesária de emergência, com 28 semanas de gravidez. O recém-nascido ficou internado até o dia 18/06. De acordo com a Secretaria de Saúde, tanto o bebê quanto a família da gestante estão saudáveis e seguem em acompanhamento pelo município. O sequenciamento genético que identificou a variante foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo a secretaria, a família, que vive em Apucarana (PR), teve contato com parentes de outra cidade, Rolândia. O rastreamento feito pelo estado identificou que pelo menos outros 12 casos de covid-19 no município estavam diretamente ligados à ela. O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, disse, após a confirmação da variante, que não há motivo para alarde ou pânico.

“Precisamos continuar tomando todas as medidas de precaução que têm sido ao longo do tempo vastamente informadas: distanciamento, uso de máscaras, de álcool em gel, mas ,ao mesmo tempo, precisamos pensar que estamos entrando no inverno. E o inverno, muitas vezes, seleciona as pessoas em ambientes fechados. Isso pode facilitar a transmissão de qualquer tipo de vírus, incluindo as cepas e variantes do próprio coronavírus”, afirmou, em uma transmissão ao vivo.

No entanto, a demora para a confirmação do óbito causado pela variante delta é considerada preocupante por especialistas. A infectologista Ana Helena Germoglio explica como funciona o processo. “O sequenciamento consiste em pegar uma amostra do vírus da pessoa e ver que tipo de vírus é esse. Com base nisso, dá para saber de onde ele veio, as mutações e qual a linhagem. Assim, é possível estabelecer programas de vigilância. Se comparar o Brasil com o Reino Unido, a gente faz 1% de tudo o que eles fazem em questão de sequenciamento. Porque falta investimento. Por isso a gente fica sem saber qual a linhagem que chegou. O exame não deveria demorar tanto”, afirmou.

Anamélia Lorenzetti Bocca, professora titular da UnB e doutora em imunologia, esclarece que a demora nos resultados da Fiocruz se explica porque a Fundação é um centro de referência. “A demora de dois meses na Fiocruz provavelmente é porque a demanda lá é muito grande, porque é um centro de referência. Neste momento, o Ministério da Saúde deveria ampliar os centros de referência, para ter mais agilidade. Em termos de vigilância, dois meses é muito tempo”, completou.

O segundo óbito confirmado pelo Ministério da Saúde reporta a morte de um indiano, 54 anos, tripulante do navio chinês MVS Shandong da ZMI, que atracou na costa do Maranhão no início de maio. O homem estava internado há 43 dias na rede privada de saúde de São Luís (MA). O paciente, segundo o Ministério, passou a apresentar sintomas no dia 13 de maio e testou positivo para a covid-19 no dia 17 do mesmo mês.

O navio recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atracar na costa maranhense após cumprir quarentena. A liberação veio após os 24 membros da tripulação testarem negativo para a covid-19. A embarcação partiu da Malásia para São Luís, contratado pela Vale para o transporte de minério de ferro.

Chegam mais doses da Pfizer

O Brasil recebeu, ontem, mais 936 mil doses de vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech. A remessa saiu de Miami, nos Estados Unidos, rumo ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Os imunizantes serão distribuídos pelo Ministério da Saúde para compor o Plano Nacional de Imunizações (PNI).

Na última semana, a Pfizer já havia enviado 528.840 mil doses na terça-feira (22) e outras 936 mil na quinta (24). A previsão é de que a remessa seja repassada às unidades da federação nos próximos dias. Segundo o Ministério da Saúde, já são 2,4 milhões de imunizantes entregues. Até o momento, a pasta já distribuiu mais de 10,6 milhões de doses da vacina para estados e para o Distrito Federal.

O país já recebeu 17 lotes da vacina, totalizando 13,2 milhões de imunizantes do laboratório. Espera-se que, até o fim do mês de junho, Brasil tenha pelo menos 14 milhões de doses, conforme o contrato firmado entre o Ministério e a farmacêutica. Nele, está prevista a entrega de 100 milhões de doses até setembro deste ano e de mais 100 milhões entre setembro e dezembro, totalizando 200 milhões de doses até o fim de 2021.

Boletim

De acordo com o boletim divulgado ontem pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), 739 mortes foram registradas no período de 24h, totalizando 513.474 óbitos. No mesmo período, foram registrados 33.704 novos casos de coronavírus, somando 18.420.598 pessoas infectadas. (IM).

Fonte: Correio Braziliense

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/astrazeneca-diz-que-sua-vacina-tem-eficacia-de-64-contra-variante-indiana/

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