Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Você sabe o que é interação medicamentosa?

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

A interação medicamentosa é relativamente comum e pode ser causada pela associação de mais de um medicamento e até mesmo destes com alimentos, com consequências que podem ser imprevisíveis. Por isso, durante uma consulta médica, quando o profissional perguntar se você está fazendo uso de algum medicamento, lembre-se de cada item. Afinal, sua resposta pode ser responsável pelo sucesso ou pelo fracasso do tratamento.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

“A necessidade do uso simultâneo de medicamentos é uma realidade. O importante é alertar a população em geral sobre o risco de seu uso indiscriminado”, explica Ana Paula Abu Jamra, Gerente Farmacêutica da Rede de Unidades Afiliadas SPDM. Segundo ela, quando decidimos por conta própria consumir um medicamento, sem orientação profissional, o risco de interação e de ocorrência de alguma reação adversa é grande.

Principalmente para pacientes que têm recomendações de uso contínuo de medicamento, a decisão de ingeri-lo com outro medicamento precisa ser tomada em conjunto com um profissional de saúde. Daí a importância de informar aos profissionais que cuidam da nossa saúde todos os medicamentos que ingerimos, lembrando-se também de chás, ervas, medicamentos para uma simples dor de cabeça ou dor no estômago. “Essas condutas podem prevenir um risco moderado ou até o risco de internação hospitalar”, diz Ana Paula.

Quando dois ou mais medicamentos são usados em associação, eles podem agir de forma independente, sem que um interfira na ação do outro, mas também podem interagir entre si, com aumento ou diminuição do efeito terapêutico ou tóxico de um deles ou de ambos. Interações podem acontecer entre dois ou mais medicamentos, e pode existir interação de medicamentos com alguns alimentos e de medicamentos com bebidas alcoólicas. Ao contrário do que pensamos, mesmo produtos naturais, como chás e ervas, também podem ter efeitos negativos ao interagirem com medicamentos. A esse tipo de interação no nosso organismo damos o nome de interações terapêuticas.

Outro tipo de interação que classificamos são as físico-químicas, que acontecem fora do nosso organismo, ou seja, quando dois ou mais medicamentos são manipulados e misturados para uma infusão intravenosa, em uma seringa ou até mesmo em fórmulas, nas farmácias de manipulação.

Os riscos da interação medicamentosa

Quando pensamos em segurança da nossa saúde, podemos considerar desde uma grave intoxicação até algumas interações em que o medicamento não terá efeito nenhum em nosso organismo – e, consequentemente, não teremos o tratamento correto. Falando de forma mais clara, os riscos podem incluir desde a ausência do efeito do medicamento até uma intoxicação grave com necessidade de internação.

Quando pensamos em danos, classificamos a gravidade do efeito da interação medicamentosa como leve, grave ou moderada. Existem casos em que pode ocorrer uma interação e, mesmo cientes desse risco, o Médico e o Farmacêutico optam pela manutenção dos medicamentos associados, necessários para o tratamento do paciente. Em todas as interações medicamentosas ou interações com alimentos, precisam ser avaliados os benefícios e os riscos. Às vezes, mesmo existindo risco, os profissionais decidem por manter a prescrição e monitorar seus efeitos.

Um exemplo disso é a associação dos medicamentos Prometazina e Diazepam para manejo do paciente agitado. O Diazepam é indicado para sedação e a Prometazina tem indicação para tratar reações alérgicas e/ou anafiláticas. O objetivo principal dessa interação é a tranquilização rápida, buscando a redução da agitação e da agressividade sem que ocorra sedação profunda ou prolongada.

Também existem situações de interação em que um medicamento anula o outro, como é o caso do uso de antibióticos concomitantemente com contraceptivos orais – os antibióticos diminuem a eficácia dos contraceptivos. Portanto, quando existir a real necessidade de tratamento com antibióticos, o ideal é usar uma forma adicional de prevenção da concepção.

Um caso de interação bastante comum é o uso de antiácidos e anti-inflamatórios. O antiácido diminui a absorção do anti-inflamatório, reduzindo o seu efeito terapêutico. Quando iniciado o tratamento com anti-inflamatório, o uso de antiácido precisa ser reavaliado ou até mesmo suspenso.

Outro exemplo é a interação dos antibióticos Ciprofloxacina e Levofloxacina com o uso da insulina, que é um hipoglicemiante. Nesse caso, pode ocorrer maior hipoglicemia ou maior hiperglicemia. Diante disso, o médico e o farmacêutico podem avaliar a troca do antibiótico ou manter seu uso, sempre acompanhando se irá ocorrer hiperglicemia ou hipoglicemia e ajustando a dose de insulina durante o período do tratamento.

Existem situações em que a ingestão de medicamentos logo após as refeições é prejudicial à absorção dos fármacos, mas também há casos em que, na presença de alimentos ricos em carboidratos e gorduras, eles são mais bem absorvidos. Uma interação comum é o uso de captopril com alimentos em geral, o que provoca a diminuição da função anti-hipertensiva. O ideal é que o medicamento seja administrado uma hora antes ou duas horas após as refeições.

É importante lembrar que em hipótese alguma devem ser ingeridas bebidas alcoólicas durante o uso de medicamentos. O álcool pode alterar a interação de enzimas em nosso organismo quando em contato com a maioria dos medicamentos e também pode aumentar a dose original dos medicamentos. Pode ainda reagir e dissolver resíduos de medicamentos que ficam em nosso organismo. O paracetamol, por exemplo, em sua metabolização já libera um substrato tóxico ao fígado, e o consumo de bebida alcoólica pode elevar essa toxicidade, causando problemas no fígado. Já a mistura de álcool com ácido acetilsalicílico aumenta o risco de sangramento no estômago – como o ácido acetilsalicílico é irritante para a mucosa estomacal, o álcool pode potencializar essa reação.

Outro dado interessante é que o leite pode prejudicar a absorção de alguns medicamentos. Um exemplo é a interação com antibióticos que se ligam às proteínas do leite e formam aglomerados do cálcio presente nesse alimento. Por isso, sempre orientamos a ingestão de quaisquer medicamentos com água.

Fonte: SPDM

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/plano-gratuito-da-clinicarx-viabiliza-servicos-clinicos-em-pequenas-farmacias/

Notícias mais lidas

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress