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Urticária atinge de 15% a 20% das crianças

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As crianças também podem ser vítimas da urticária, que atinge entre 15% e 20% da população infantil. Infecções causadas por vírus, medicamentos (em especial, antibióticos e os anti-inflamatórios) e os alimentos estão entre os principais desencadeadores da doença.

Os sintomas são manchas avermelhadas, algumas com relevo, e que podem se juntar formando placas, que têm duração fugaz e localização variável. Em alguns casos, pode se associar com o angioedema, ou seja, inchaços em locais do corpo como: pálpebras, face, lábios, genitália, entre outros.

O diagnóstico é clínico, ou seja, baseia-se na avaliação feita pelo médico, que leva em conta histórico familiar, exame físico e, se necessário, exames complementares. Não há um teste definitivo para fazer o diagnóstico da urticária.

Embora possam desenvolver a urticária crônica (com duração acima de seis semanas), é a forma aguda, que dura menos de seis semanas, a que mais atinge crianças pequenas e adolescentes.

“Nos casos de urticária crônica predominam as induzidas, ou seja, desencadeadas por estímulos físicos, comprometendo a qualidade de vida, a relação com o meio social, acarretando falta às aulas e prejuízo no aprendizado”, explica a Dra. Maria de Fátima Epaminondas Emerson.

O tratamento da urticária envolve a identificação e o controle da causa, cuidados cutâneos e o uso de medicamentos, sendo os anti-histamínicos orais (antialérgicos) os de primeira linha para tratar a doença, urticária, uma vez que a histamina atua na redução da coceira e das lesões cutâneas.

“É recomendado o uso de anti-histamínicos de nova geração, que possuem menos efeitos colaterais, não causam sonolência e não interferem no aprendizado escolar. Em alguns casos, recomenda-se o uso destes medicamentos com doses aumentadas, por tempo prolongado, com bons resultados”, comenta Dra. Fátima, que preparou algumas dicas para os pais:

· Sigam as recomendações do alergista. Em alguns casos, os pais ficam temerosos em fazer a dose aumentada do anti-histamínico e não cumprem o prescrito;

· A medicação deve ser feita mesmo sem sintomas;

· Banhos não devem ser quentes nem demorados. A pele está sensível, usem sabonetes suaves. Evitem os sabonetes bactericidas, pois ressecam a pele;

· A pele deve ser hidratada logo após o banho, ainda úmida;

· Crianças devem seguir uma alimentação saudável e natural. Dietas serão indicadas apenas em casos específicos e comprovados;

· Corantes e conservantes não são causas mais comuns de urticária. Cada criança deve receber uma orientação específica para seu caso;

· Evitem medidas ou tratamentos caseiros;

· Urticária não é contagiosa e não “pega”.

Fonte: Sempre Materna

 

Gastos do SUS com decisões judiciais chegam a R$ 1,17 bilhão em 2016

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Em 2016, o SUS (Sistema Único de Saúde) gastou pelo menos R$ 1,17 bilhão para atender decisões judiciais que o obrigaram a comprar medicamentos de alto custo ou pagar por tratamentos de pacientes.

O valor seria suficiente para imunizar 9,7 milhões de brasileiros contra a gripe H1N1 (pouco mais que a população de Pernambuco). Daria também para comprar mais de 14 mil ambulâncias.

Desde 2005, o valor gasto com decisões judiciais cresceu quase 20 vezes. Naquele ano, os gastos do SUS com este tipo de decisão custaram pouco mais de R$ 62,6 milhões, em valores da época (ou R$ 118,3 milhões em valores corrigidos pela inflação).

Em valores corrigidos, este tipo gasto cresceu 893,2% de 2005 a 2016.

A tabela abaixo mostra a evolução dos gastos com decisões judiciais nos últimos anos:

sintese 2005 2016

Em geral, as decisões judiciais obrigam o SUS a comprar medicamentos de alto custo e que ainda não foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANS.

Clique aqui para ler os dados completos de 2016.

No ano passado, por exemplo, foram pelo menos R$ 114,7 milhões para a aquisição de 5.366 frascos de 300 ml do medicamento Soliris (nome de mercado do eculizumabe, usado no tratamento de doenças do sistema sanguíneo). O medicamento só foi aprovado pela Anvisa em março deste ano.

As empresas Multicare e Uno Healthcare permanecem como as campeãs de pagamentos do SUSem 2016. Foram R$ 655,8 milhões para a Multicare e R$ 376,9 para a Uno. Em 2015, a Uno foi a que mais lucrou com este tipo de decisão, e a Multicare ficou em 2º lugar.

Em 2014, o próprio Ministério da Saúde calculou que os valores seriam suficientes para comprar 5,8 mil ambulâncias ou construir 327 UPAs de pequeno porte.

É possível que os valores sejam um pouco maiores que os mostrados nesta reportagem, uma vez que a inserção dos dados é feita de forma manual no Sistema Integrado de Administração Financeira, o Siafi.
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Fonte: Poder 360

Anticoncepcional faz mal? Conheça os prós e contras da pílula

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Lançadas há 60 anos, as pílulas foram um marco na liberdade sexual feminina. Hoje, elas estão ainda mais modernas, sem falar em outros métodos disponíveis para o mesmo fim
As pílulas anticoncepcionais representaram a liberdade sexual das mulheres quando foram lançadas nos anos 1960, pois deram a elas o poder de escolha: quando teriam filhos e se queriam. Mesmo assim, quase 60 anos depois, a quantidade de gestações não planejadas ainda é grande. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, de 2016, identificou que apenas 54% das gravidezes de 2015 foram planejadas. Das não planejadas, 18% eram indesejadas.
Além da falta de informação, que faz com que mulheres não usem métodos contraceptivos, há uma nova tendência a rechaçar as pílulas anticoncepcionais por conta de casos de trombose associados ao uso delas. Apesar de elas ainda serem a escolha de 75% das mulheres que usam métodos contraceptivos, grupos em redes sociais, fóruns sobre o tema e debates na mídia apontam a tendência de elas abandonarem os comprimidos por medo das complicações. “O que as mulheres precisam é de informação, de conhecer o verdadeiro risco ao qual estão submetidas e de saber quais outras possibilidades podem ser usadas”, afirma o presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, César Eduardo Fernandes.
Sentir medo de um medicamento como esse, ou não ser elegível para usá-lo (por fumar ou por ter tendência natural à trombose), não significa, porém, que se deve ficar à mercê de métodos falhos, como tabelinha ou coito interrompido. Há também pílulas formuladas só com progesterona, além da possibilidade de optar por contraceptivos de longa duração, alguns sem hormônio, como o DIU de cobre. Esses métodos, inclusive, são os mais seguros, mas, no Brasil, ainda são subutilizados e representam apenas cerca de 10% do uso de contraceptivos, segundo pesquisa da Unifesp. Uma das causas seria o preço, o desconhecimento dos métodos e a falta de médicos especializados para indicá-los.
O hormônio associado à trombose é o estrogênio, mas ele não faz parte da composição de todos os contraceptivos hormonais. Segundo o ginecologista César Eduardo Fernandes, a pílula oral combinada (estrogênio e progesterona) realmente aumenta em 100% a chance de um evento trombótico venoso. Isso quer dizer que o problema atinge quatro entre 10 mil mulheres que não usam o medicamento, e oito entre 10 mil que tomam esse tipo de anticoncepcional. “Esse número continua sendo pouco significativo. O método ainda é seguro”, garante o médico.

Gravidez
Atualmente, há uma série de métodos contraceptivos disponíveis para as mulheres se protegerem e evitar uma gravidez não planejada. Independentemente de qual método você escolher, é essencial consultar seu médico. Portanto, não faça uso por conta própria. Cada organismo reage de uma maneira e nem sempre o método da amiga vai ser o melhor para você. A partir do histórico clínico e do exame físico geral e ginecológico da paciente, o médico pode orientar qual é o mais indicado método contraceptivo.
As pílulas anticoncepcionais podem ser combinadas com os hormônios estrogênio e progesterona, ou apenas progesterona. A principal ação é a interferência na ovulação, mas também modificam o endométrio e o muco do colo uterino para dificultar a entrada e a sobrevivência dos espermatozoides. Sua eficácia, se usadas corretamente, é de 0,3% de risco de gravidez. Com tanta diversidade, descubra o que é verdade, ou não, sobre os métodos contraceptivos disponíveis atualmente.

Para evitar gravidez, o ideal é usar dois métodos contraceptivos?
MITO: segundo a médica Ilza Maria Urbano Monteiro, professora do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp e responsável pelo setor de reprodução humana da universidade, do ponto de vista da contracepção, para evitar a gravidez um só método já é suficiente. Ela explica, no entanto, que a dupla proteção é necessária para evitar tanto uma gestação quanto uma doença sexualmente transmissível. Para isso, é indispensável aliar o método anticoncepcional ao uso da camisinha.
Há mulheres mais vulneráveis a gestações não planejadas e/ou indesejadas?
VERDADE: há mulheres em situações de vulnerabilidade que estão mais sujeitas a engravidar sem planejamento. Entre elas, as jovens com até 19 anos respondem por 22% das gestações não planejadas no Brasil, de acordo com o estudo de Marcella Guanabens publicado na Revista Brasileira de Educação Médica. Usuárias de drogas fazem parte de outro grupo de risco, segundo o ginecologista e obstetra Luis Carlos Sakamoto. Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade Federal de São Paulo, revelam que 62% das usuárias de crack se prostituem para financiar o vício, o que as deixa ainda mais suscetíveis. Elas têm, em média, de três a quatro gestações cada uma.
Pílulas anticoncepcionais Todos os hormônios de pílulas anticoncepcionais causam trombose? MITO: depois de conhecer casos de mulheres que usavam anticoncepcionais e foram diagnosticadas com trombos que levaram a sérias consequências, a estudante Izabela Costa, de 25 anos, resolveu abolir de vez o medicamento. As pílulas anticoncepcionais se diferenciam pelos hormônios que as compõem e pela dosagem. As mais usadas são as que combinam progesterona e estrogênio. O hormônio que pode causar trombose é apenas o estrogênio. Há, porém, pílulas só de progesterona.
Segundo o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o uso da medicação com estrógeno dobra o risco de uma trombose. Ele ressalta, no entanto, que é necessário esclarecer melhor os números, já que essa porcentagem soa assustadora. Entre 10 mil mulheres que não tomam o anticoncepcional, quatro terão trombose em um ano. Portanto, entre as 10 mil que tomam, apenas oito terão o mesmo problema no mesmo período.
Em 1960, quando a pílula foi criada, eram 30 casos de complicações, ao ano, para cada 10 mil mulheres. “Hoje, temos formulações que minimizam e chegam a um número de casos aceitável”, afirma. Mesmo assim, ele explica que a decisão sobre o método deve ser o que faz a mulher se sentir mais segura. Médico e paciente devem decidir juntos. Por isso, a Febrasgo lançou a campanha #vamosdecidirjuntos, para incentivar essa resolução conjunta.
Izabela Costa começou a tomar a pílula hormonal aos 19 e manteve o uso contínuo até os 24. Com acompanhamento médico constante, ela até trocou o remédio algumas vezes, até se adaptar. “Uma delas chegou a me fazer mal, sentia claramente que estava mais inchada, retendo muito líquido, com mais celulites e com diminuição da libido. Não foi nada clínico, mas me afetou bastante”, revela.
Depois de um ajuste de dosagem, a estudante continuou usando os comprimidos. Há cerca de um ano e meio, ela começou a pesquisar os efeitos do anticoncepcional no organismo e se preocupou. “Por acaso, encontrei um grupo no Facebook e passei a acompanhar a história de mulheres que tiveram experiências negativas e perigosas. Foi um alerta.” Apesar da incerteza, Izabela manteve o uso da pílula por causa dos benefícios que trazia. Além da tranquilidade da contracepção, os hormônios aliviavam as cólicas menstruais, reduziam os efeitos da tensão pré-menstrual e diminuíam o fluxo intenso da jovem.
O medo aumentou depois dos avisos constantes da ginecologista. “Eu era fumante e a minha médica me dizia que eu não podia fazer as duas coisas, usar a pílula e fumar, pois eram dois fatores de risco para trombose”, conta. Um desejo de cuidar melhor da saúde fez com que ela abrisse mão do contraceptivo e do cigarro ao mesmo tempo. “Eu me livrei de duas coisas que faziam mal a meu corpo e à minha saúde, de forma geral. Senti-me livre depois”, comemora. “Apesar de ter um fluxo mais intenso e cólicas mais fortes novamente, emagreci seis quilos, meu corpo desinchou muito e minha libido voltou ao normal. A qualidade de vida aumentou, sem dúvida.”
Depois de abandonar a pílula, Izabela passou a recorrer ao preservativo para evitar a gravidez e pretende continuar livre dos métodos hormonais. “Entendo que existem pessoas que precisam desses métodos e tomam a pílula por diversos motivos, mas acredito que tendo uma escolha, o ideal é ser mais natural”, aconselha

Toda mulher deveria fazer exame para checar se é trombofílica antes de começar a tomar um anticoncepcional com estrogênio?
MITO: A Organização Mundial da Saúde estabelece critérios médicos de elegibilidade que orientam o uso dos métodos anticoncepcionais. Trombofílicas são pessoas que têm tendência à ocorrência de eventos trombóticos venosos. O histórico familiar e um exame clínico são suficientes para julgar se uma mulher pode, ou não, tomar estrogênio. “Embora não seja rara, também não é tão comum assim. Fazer muitos exames pode onerar demais o processo sem necessidade”, afirma o cirurgião-geral Baelon Pereira Alves. Segundo César Eduardo Fernandes, presidente da Febrasgo, seria necessário fazer exames em 6 mil mulheres para identificar um caso de trombofilia. Cada exame custa, em média, R$ 2 mil, o que torna a proposta inviável.
A internacionalista Juliana Coelho Medina, de 24, tomou anticoncepcional por menos de um ano e, apesar do curto período, teve uma tromboembolia pulmonar, ou seja, o coágulo chegou ao pulmão. Quando ela tinha 20 anos, recebeu de uma dermatologista a receita para comprar a pílula. O objetivo era controlar a acne persistente. “Sempre tive a pele mais oleosa, usei vários cremes e nada funcionava. Como uma alternativa, ela me receitou o anticoncepcional”, lembra Juliana.
A profissional, no entanto, não solicitou nenhum tipo de exame ou fez perguntas referentes ao histórico familiar da jovem, procedimentos importantes antes de se recomendar o uso de hormônios. Logo após começar a tomar a pílula, Juliana voltou a fazer atividade física e começou a sentir uma dor no lado direito do peito, próximo às costelas. “Começava à noite, no horário em que eu tomava a pílula, mas associei com dor muscular. Tomava um relaxante e pronto”, conta. Semanas depois, a dor persistente se tornou mais forte e a internacionalista procurou um ortopedista. Após exames inconclusivos, o médico receitou analgésicos e liberou Juliana. Como muitas mulheres, a jovem não teve um diagnóstico preciso na primeira vez em que procurou ajuda médica. Somente dois meses após o início da dor o problema foi descoberto.
Depois de uma viagem de carro, na qual ela passou quase um dia inteiro sentada, a dor piorou e Juliana começou a cuspir sangue. Acompanhada da mãe, a moça foi direto para o pronto-socorro. Depois de uma bateria de exames, foi internada com o diagnóstico de tromboembolia pulmonar. Após a investigação, os médicos descobriram que a moça tem uma mutação genética que favorece a formação de trombos, o que foi desencadeado pelo uso do anticoncepcional. “Fui orientada a nunca mais ingerir nada que envolvesse hormônios e passei dois anos tomando anticoagulantes. Até hoje faço um acompanhamento de seis em seis meses”, comenta.
Apesar do perigo que correu, Juliana não condena o anticoncepcional. “Existem pessoas que precisam tomá-lo e, para outras, é um conforto, traz uma tranquilidade. Os médicos receitam como se fosse balinha, remédio para dor de cabeça, e não pedem exames. Falta cuidado e responsabilidade ao lidar com a pílula”, alerta.

É importante dar uma pausa na pílula de vez em quando ou trocar a marca usada?
MITO: não existe estudo que mostre ser importante parar de tomar a medicação por algum tempo. Pelo contrário, o ginecologista e obstetra Silvio Franceschini explica que, quando se começa a tomar a pílula combinada (com estrógeno e progesterona), os primeiros seis meses são os mais críticos em termos de risco de trombose. Depois desse período, o perigo diminui, mas, após cada interrupção, correm-se os mesmos riscos do primeiro semestre. “Só tem razão de parar se a intenção for usar outro método. Essa ideia de descansar da pílula é um conceito do fim da década de 1970 e início dos anos 1980, quando não conhecíamos tão bem a pílula”, afirma o especialista.
Natália Lopes, de 45, é uma das provas de que é possível fazer uso contínuo de anticoncepcional sem passar por problemas de saúde. Com acompanhamento médico constante e checape feito pelo menos uma vez ao ano, a jornalista toma pílula há 25 anos e nunca experimentou nenhum desconforto. “Sou muito disciplinada, sempre a tomo no mesmo horário e nunca me esqueço. Além disso, sempre conversei com minha médica e não tomo decisões de saúde sem a orientação dela”, ressalta.
Natália não notou nenhuma diferença em seu organismo. “Muitas mulheres têm dores de cabeça, inchaço, acne. Nunca tive nada disso, me adaptei muito bem e acredito que cada mulher tem que achar o método com o qual se sinta bem. Para mim, é a pílula”, afirma. “Os medicamentos evoluíram muito em 20 anos. Conforme foram surgindo outros melhores e mais modernos, conversei com a ginecologista e fomos trocando, conforme a necessidade e de acordo com meus exames”, acrescenta.
Mãe de dois filhos, a jornalista não teve dificuldades para engravidar. Após uma pausa de quatro meses no anticoncepcional, teve gêmeos. “Eu não assumo nenhuma posição médica porque não tenho conhecimento de causa, mas confio nas orientações profissionais. Se minha ginecologista me trouxer outro método que seja melhor para mim, não tenho por que não experimentar. Acho muito importante essa relação de diálogo, o médico vai te ajudar e esclarecer quais são as melhores opções para cada pessoa”, completa Natália.

Mulher não deve usar pílula anticoncepcional no pós-parto?
VERDADE: durante a gravidez e no pós-parto, as mulheres estão mais suscetíveis a uma trombose, portanto, não devem usar pílulas anticoncepcionais com estrogênio. Em um ano, entre 10 mil grávidas, 120 terão algum evento trombótico venoso. Segundo a ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, a coagulação da grávida diminui para evitar sangramento exagerado durante o parto. “O ideal é que, após o parto, mulheres tomem a chamada minipílula, que já é um acréscimo à contracepção natural garantida pela amamentação exclusiva e em livre demanda”, afirma a médica.
É claro que a minipílula, porém, não é a única opção. Muitas mulheres preferem inserir o DIU durante a cesárea. O procedimento dificulta a expulsão, já que o útero estará inchado e, à medida que volta ao normal, abrigará o dispositivo da melhor forma.

Anticoncepcional diminui a libido?
MITO: a pílula anticoncepcional pode diminuir a libido, mas não se trata de uma regra. De acordo com uma resenha de 2013 — publicada no European Journal of Contraception and Reproductive Health Care, da Sociedade Europeia de Contracepção e Reprodução, que examinou 36 estudos entre 1978 e 2011 —, cerca de 15% das mulheres notaram uma redução no desejo sexual enquanto tomavam a pílula. Mesmo assim, “não está claro se a culpa era realmente da pílula, já que há uma série de outros fatores que influenciam na libido”, consta na resenha.
A maioria dos anticoncepcionais hormonais impede a ovulação, que é quando há picos de testosterona que deixam algumas mulheres mais excitadas. Sem ovular, o aumento de testosterona e, consequentemente, de libido, não vai ocorrer. Além disso, o estrogênio no anticoncepcional pode aumentar uma globulina ativadora de hormônios sexuais, que se liga à testosterona e reduz a quantidade dela na circulação. Um estudo de 2006, no Journal of Sexual Medicine, identificou que quem toma pílulas anticoncepcionais tem uma quantidade de globulina quatro vezes maior do que mulheres que nunca tomaram.

O estrógeno é essencial na pílula anticoncepcional?
MITO: há pílulas anticoncepcionais que levam apenas a progesterona em sua composição. Segundo o ginecologista e obstetra Silvio Franceschini, esse hormônio é responsável por evitar a ovulação, enquanto o estrógeno regula o ciclo menstrual.

A pílula anticoncepcional é o método contraceptivo mais usado no Brasil?
VERDADE: segundo pesquisa da Unifesp, 75% das mulheres que usam algum método contraceptivo tomam pílula; 16%, injeção mensal; 7% têm dispositivo intrauterino de cobre, e 3% tomam injeção trimestral.

As injeções anticoncepcionais têm ação semelhante à das pílulas?
VERDADE: assim como as pílulas, as injeções podem ter estrogênio e progesterona ou ambos os hormônios. A recomendação de uso, portanto, segue a mesma linha das pílulas. “A vantagem dos contraceptivos injetáveis é a mulher não precisar se lembrar todo dia de tomá-los. Elas podem ser mensais ou trimestrais”, explica a ginecologista Ilza Urbano.

Esterilização

Vasectomia é reversível e laqueadura não?
MITO: ambas as cirurgias devem ser consideradas definitivas. Só pode ser tratado como reversível o método anticoncepcional que, quando interrompido o uso, recuperam-se a fertilidade. No caso das mulheres, é mais complexo reverter dependendo dos danos às tubas. Já o homem, segundo Franceschini, cinco anos após a vasectomia passa a produzir anticorpos contra os espermatozoides. Assim, mesmo que a cirurgia seja revertida, a fertilidade não será a mesma.
O procedimento da vasectomia é mais simples que o da laqueadura? VERDADE: na cirurgia de vasectomia, basta uma anestesia local, o procedimento é feito em consultório e dura meia hora. Não há risco de impotência. Já a laqueadura é feita por um método muito parecido com uma cesárea, mas de forma bem mais invasiva.
DIU, SIU, Implante Hormonal Subcutâneo Mulheres que não tiveram filhos não podem usar DIU?
MITO: segundo César Eduardo Fernandes, presidente da Febrasgo, os métodos de longa duração quase não têm contraindicação. Na opinião dele, eles ainda são subutilizados por causa de mitos, como o de que mulheres que nunca foram mães não podem usá-los. Segundo Franceschini, soma-se a isso o fato de que poucos médicos estão treinados para a implantação do dispositivo.
A administradora Flávia Marins, de 40 anos, foi uma das que acreditaram nessa inverdade. Ela sofreu ao descobrir que teria que abrir mão do anticoncepcional depois de uma flebite. Recém-casada, também estava proibida de usar o DIU por ainda não ter filhos — o que era uma recomendação médica incorreta —, precisou confiar na camisinha aliada à tabelinha. “Se eu pudesse, nunca teria deixado de tomar a pílula. Passei toda a vida de casada preocupada com camisinha e com as datas de ovulação. É uma preocupação que tenho até hoje e estou comemorando que meu marido vai fazer a vasectomia. Assim, poderei ter um conforto e tranquilidade maiores.”
Aos 18 anos, com o intuito de começar a vida sexual, Flávia procurou um ginecologista. Com receita médica, ela começou a tomar a pílula: a pele melhorou, as cólicas e a TPM diminuíram consideravelmente e o fluxo menstrual se tornou mais suave. Não houve qualquer sinal negativo. No entanto, aos 25, quatro meses antes do casamento, a administradora passou por um grande susto. “De repente, sem motivo aparente, comecei a sentir uma dor muito forte na perna, parecia uma queimação. Em seguida, ouvi um ‘ploc’ e tive a sensação de que alguma coisa tinha explodido. Segundos depois, minha perna ficou muito vermelha e inchada”, lembra.
Flávia estava no trabalho e correu para uma emergência de hospital. Ao ser atendida por um angiologista, recebeu o diagnóstico de flebite. O médico indicou a cirurgia, além de proibir a administradora de usar salto alto. “Fiquei muito assustada quando ele disse que precisava de cirurgia. Mandou que eu tirasse o salto e saísse do hospital descalça e disse que o roxo na minha perna não ia desaparecer nunca”, conta.
No dia seguinte, ela foi atendida por um novo profissional, que confirmou o diagnóstico, mas se aprofundou nos exames e descobriu que a cirurgia poderia ser descartada. “Ele perguntou o histórico até da minha avó e pediu um exame mais detalhado para determinar a gravidade da flebite.” Depois de tomar um anticoagulante injetável por 15 dias e ficar em repouso absoluto, Flávia refez os exames e descobriu que o coágulo havia se dissolvido. “Foi uma sorte muito grande. Acredito que o principal fator tenha sido o diagnóstico precoce.” O anticoncepcional foi apontado como a causa do problema. “Naquela época, era ainda pior. As pílulas tinham menos tecnologia e muito mais hormônio. Fui orientada pelo médico a nunca mais tomar.”
 
DIU hormonal (chamado de SIU) pode causar trombose?
MITO: o hormônio presente no SIU é apenas o levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética, portanto, não aumenta risco de trombose.
 
A mulher que usa DIU terá o fluxo menstrual aumentado, e a que usa o SIU vai parar de menstruar (menorreia)?
VERDADE: o DIU causa uma inflamação no endométrio, tecido que reveste internamente o útero. As células e as substâncias inflamatórias que passam a ocupar o tecido tornam a cavidade uterina um lugar desagradável para o espermatozoide, impedindo que ele suba e fecunde o óvulo. Essa inflamação, no entanto, faz com que o fluxo menstrual seja mais forte e pode causar mais cólicas. Já o SIU diminui o volume menstrual em 90% das mulheres e em algumas pode causar a menorreia, já que atrofia o endométrio para que o óvulo fecundado não grude.
 
SIU e DIU são a mesma coisa?
MITO: SIU é a sigla de sistema intrauterino. Já o DIU é dispositivo intrauterino, que não tem nenhum tipo de hormônio. O SIU é comumente chamado de DIU hormonal, que tem a forma de T e é colocado dentro do útero. Diferentemente do DIU, o SIU tem progesterona, hormônio que é liberado aos poucos no organismo da mulher para evitar a ovulação.
A flebite ou tromboflebite ocorre quando o trombo se forma em uma veia superficial. Quando o coágulo surge em veias profundas, a condição recebe o nome de trombose venosa profunda.
Fonte: Logística Hospitalar e Saúde

Programas oferecem descontos de até 65% na compra de remédios

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Os consumidores que precisam comprar remédios já sentem os reflexos do aumento de até 4,76%, autorizado pelo governo no mês passado. Na contramão desse efeito no bolso, os laboratórios farmacêuticos aumentaram seus programas de fidelidade e oferecem descontos, para clientes cadastrados, não só em remédios usados para doenças crônicas, como também em medicamentos como antibióticos e dermocosméticos. Os abatimentos podem chegar a até 65%.

O programa Mais Pfizer, por exemplo, recebeu meio milhão de inscritos desde maio do ano passado e, hoje, conta com 2,7 milhões de cadastrados que compram itens com valores menores, segundo o diretor comercial da Pfizer, Vagner Pin.

— O objetivo é oferecer suporte ao paciente e incentivar a adesão ao tratamento.

O “Merck Cuida”, da Merck, teve um aumento de 50% no número de cadastrados e possui 14 mil participantes. Gerente de marketing da Merck, Paula Coelho lembra que a parceria é benéfica para os dois lados:

— O paciente segue no tratamento. Para o laboratório, é bom oferecer esse suporte e facilitar, além de aumentar as vendas, consequentemente.

A aposentada Nilza da Costa Silva, de 80 anos, usa todas as parcerias possíveis: com laboratórios, drogarias e plano de saúde.

— Uso remédio porque tenho marcapasso e escolho pelo preço. Tenho que correr atrás, porque são caros, mesmo com todos os abatimentos. Meu problema é para a vida toda, então, preciso estar com o remédio em dia.

Sites ajudam na comparação de preços

Os pacientes que querem garantir preços melhores para os remédios já sabem a receita: não se compra na primeira farmácia. O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Rio (Sincofarma-RJ), Ricardo Valdetaro de Moraes, nota o comportamento exigente dos clientes na Farmácia no Leme, da qual é sócio:

— A crise pegou todos. Até as grandes empresas passaram a oferecer descontos em remédios que não são de uso contínuo, para fidelizar os pacientes. Já o consumidor pede desconto sempre. Mesmo que não peça no mercado ou restaurante, o cliente sabe que consegue na farmácia. Ficou institucionalizado.

De acordo com o farmacêutico, os consumidores também usam ferramentas na internet que comparam os valores cobrados por medicamentos em diversas redes, como CliqueFarma, Mais Preço e Consulta Remédios. Porém, é preciso ficar atento, já que nem todas as empresas têm filiais ou entregam no Rio de Janeiro. Além disso, é preciso reparar se há cobrança de frete. Já no site FarmaPrática o cliente recebe uma cotação do item que deseja adquirir nas drogarias.

— As farmácias se adaptam à tecnologia e quem ganha é o cliente, que consegue um preço melhor — opina Ricardo.

Fonte:  O Globo Online – RJ

Grupo farmacêutico latino-americano Biotoscana anuncia IPO na bolsa

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Com sede em Luxemburgo, a Biotoscana Investments, seu nome oficial, se apresenta como maior grupo integrado latino-americano do setor.

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – O grupo farmacêutico Biotoscana Investments protocolou nesta quarta-feira pedido de registro para realizar uma oferta inicial de recibos de ações (BDRs) na B3.

Com sede em Luxemburgo, a Biotoscana Investments, seu nome oficial, se apresenta como maior grupo integrado latino-americano do setor, com operações no Brasil, Argentina, Colômbia, Bolívia, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai. O escritório de relações com investidores está sediado em São Paulo.

A companhia, que surgiu em 2011 e resultou da fusão das empresas Biotoscana, United Medical e LKM, produz medicamentos para doenças infecciosas ou raras, oncologia e oncohematologia, tratamentos especiais, imunologia e inflamações.

A empresa é dona de marcas como Ambisome, Sovaldi, Vidaza, Tracleer, Opsumit, Abraxane, Zyvalix, Telavir e Ladevina. A Biotoscana tem um centro farmacológico e de pesquisa clínica na Argentina, onde também há duas unidades de produção.

Segundo o prospecto preliminar da oferta, a empresa teve receita líquida de 794,5 milhões de reais em 2016, alta de 42 por cento sobre o ano anterior. No período, a empresa passou de prejuízo de 12 milhões para lucro de 47 milhões de reais.

A operação envolve a venda de um lote primário (papéis novos) e secundário (ativos detidos por atuais sócios) e será coordenada por JPMorgan, Itaú BBA e BTG Pactual.

Os BDRs vendidos na oferta serão recibos de ações da companhia negociadas no segmento Euro MTF da Bolsa de Valores de Luxemburgo.

Segundo a empresa, os recursos a serem obtidos com a oferta primária serão usados para quitação parcial de empréstimo com o Bancolombia e resgate dos certificados de ações.

O fundo Advent Cartagena, a Biotoscana Secondary Investment, e fundos Essex Woodlands, além dos investidores pessoa física Robert Friedlander e Roberto Luiz Guttman são vendedores na oferta secundária.

O pedido de registro acontece no mesmo dia em que a XP Investimentos também pediu aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar uma oferta inicial de units.

Fonte: InfoMoney – SP

Lucro da Ultrapar cai 5% no 1º trimestre, para R$ 370,3 milhões

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O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação caiu 8 por cento ano a ano, para 973,1 milhões de reais.

SÃO PAULO (Reuters) – A Ultrapar teve quedas na receita e no lucro do primeiro trimestre, diante de menores vendas de combustíveis na rede de postos Ipiranga, seu principal braço de negócios.

O grupo, cujas atividades incluem também produtos químicos, armazenagem de granéis líquidos e uma rede de farmácias, afirmou nesta quarta-feira que seu lucro líquido no período somou 370,3 milhões de reais, queda de 5 por cento ante mesma etapa de 2016.

O recuo refletiu principalmente o declínio das vendas de combustíveis da Ipiranga, que responde por 85 por cento da receita líquida total, que caiu 4 por cento contra o primeiro trimestre do ano passado, a 18,7 bilhões de reais.

“Neste início de ano, a atividade econômica continuou apresentando desempenho negativo em relação ao ano anterior”, afirmou a companhia em seu relatório.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 8 por cento ano a ano, para 973 milhões de reais.

A Oxiteno, unidade de produtos químicos, também teve queda de 9 por cento na receita líquida, a 912 milhões de reais.

Os fracos desempenhos de Ipiranga e Oxiteno foram parcialmente compensados por aumento nas vendas das demais subsidiárias, como a Ultragaz, cuja receita líquida subiu 10 por cento no comparativo anual, para 1,35 bilhão de reais.

Já a receita da Ultracargo, de armazenagem de granéis líquidos, somou 101 milhões de reais, aumento de 24 por cento ano a ano. E a rede de drogarias Extrafarma viu seu faturamento bruto evoluir 28 por cento, para 476 milhões de reais.

A Ultrapar afirmou ter investido 485 milhões de reais entre janeiro e março, 63 por cento a mais que um ano antes, mas queda de 34 por cento na medição sequencial.

(Por Aluísio Alves)

(Ultrapar)

 

Fonte:  InfoMoney – SP

Imagina ter um câncer diagnosticado pelo cheiro? Isso não está longe de acontecer

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Vendado, você reconheceria o cheiro da sua mãe, de um amante, ou um colega de trabalho? Não estamos falando do cheiro do perfume, nem dos detergentes que usam para lavar roupa, mas do cheiro das pessoas mesmo.

Cada um de nós tem um odor próprio, composto por milhares de compostos orgânicos. Pelo cheiro, essas moléculas revelam idade, genética, estilo de vida, cidade de origem – até mesmo processos metabólicos que indicam nosso estado de saúde.

Os gregos antigos e os praticantes da medicina tradicional chinesa utilizavam o cheiro do paciente para fazer diagnósticos. A pesquisa moderna também confirma que o cheiro da pele, do hálito e dos fluidos corporais de um indivíduo podem indicar doenças.

O hálito dos diabéticos muitas vezes tem cheiro de maçã podre, relatam os especialistas; a pele de pacientes com febre tifoide tem cheiro de pão assado.

Contudo, nem todo médico pode considerar seu nariz um instrumento de precisão, e os cães, embora sejam capazes de sentir o cheiro do câncer, se distraem com facilidade. Por isso, os pesquisadores têm tentado há décadas encontrar uma forma de construir um sensor de odores barato para realizar diagnósticos rápidos, confiáveis e não invasivos.

A área finalmente parece estar prestes a ser bem-sucedida.

Agora estamos presenciando uma convergência de tecnologias, de forma que podemos realizar estudos clínicos de amplo alcance para obter dados que provem que a análise de odores é realmente útil”

Billy Boyle, cofundador e presidente de operações da Owlstone, fabricante de sensores químicos na Inglaterra

Boyle, que é engenheiro eletrônico, criou a empresa com dois amigos em 2004 para desenvolver sensores capazes de detectar armas químicas e explosivos para clientes como o governo dos EUA. Contudo, quando a namorada e, depois, esposa de Boyle, Kate Gross, foi diagnosticada com câncer de cólon em 2012, seu foco passou a ser os sensores médicos, com ênfase na detecção do câncer.

Gross morreu no fim de 2014. Boyle conta que continua se sentindo “muito motivado” pela ideia de que ela poderia ainda estar viva se o câncer tivesse sido identificado antes.

Thinkstock

A Owlstone levantou US$23,5 milhões em investimentos para colocar sua tecnologia de análise de odores à disposição dos médicos. Mais do que isso, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido está financiando um estudo clínico com três mil pessoas para testar a capacidade do sensor de diagnosticar o câncer de pulmão.

O sensor é um chip de silício com diversas outras camadas de metal e pequenos eletrodos de ouro. Embora, a primeira vista, se pareça com o cartão SIM do seu telefone celular, ele funciona como um filtro químico.

As moléculas em uma amostra de odor primeiro são ionizadas – recebem uma carga – e, em seguida, uma corrente elétrica é utilizada para mover apenas as substâncias químicas de interesse para o diagnóstico por meio dos canais desenhados no chip, onde podem ser detectadas.

“Você pode programar que tipos de odores quer destacar, fazendo pequenas mudanças no software. Podemos utilizar o aparelho para nossos próprios estudos a respeito do câncer colorretal, mas ele também pode ser utilizado por nossos parceiros para procurar outras coisas, como a síndrome do intestino irritado”, afirmou Boyle.

Getty Images/iStockphoto

Câncer pelo cheiro da urina

A empresa está realizando um estudo com 1.400 pessoas, em colaboração com a Universidade de Warwick, para detectar o câncer de cólon a partir de amostras de urina, e está tentando descobrir se os chips são capazes de determinar quais são os melhores medicamentos para pacientes com asma, por meio da detecção das moléculas presentes em seu hálito.

Uma tecnologia de diagnóstico similar está sendo desenvolvida por um engenheiro químico israelense, Hossam Haick, que também foi afetado pelo câncer.

“Um colega de quarto dos tempos da universidade teve leucemia e isso me fez querer descobrir se os sensores poderiam ser utilizados para tratamento. Mas então, percebi que o diagnóstico precoce poderia ser tão importante quanto o tratamento”, afirmou Haick, professor do Instituto Technion-Israel de Tecnologia, em Haifa.

Suas máquinas de cheiro utilizam uma série de sensores compostos de nanopartículas de ouro ou nanotubos de carbono. Eles são recobertos com ligandos, receptores moleculares que têm uma grande afinidade com determinados biomarcadores de doenças encontrados no hálito.

Uma vez que esses biomarcadores entram em contato com os ligandos, as nanopartículas e nanotubos incham ou encolhem, mudando o tempo necessário para que uma carga elétrica passe entre eles. O ganho ou perda de condutividade revelam o diagnóstico.

“Enviamos todos os sinais para um computador que, por sua vez, traduz os odores em um código que se conecta com a doença que expusemos ao sensor”, afirmou Haick.

Com a inteligência artificial, afirmou, as máquinas aumentam sua capacidade de diagnóstico a cada vez que são expostas. Contudo, ao invés de detectar moléculas específicas que sugerem doenças, a máquina de Haick percebe um conjunto de substâncias químicas que compõem um odor.

É como cheirar uma laranja: nosso cérebro não é capaz de distinguir todos os químicos que compõem os odores. Na verdade, sentimos o cheiro da totalidade, que o nosso cérebro reconhece como o cheio de uma laranja.

Haick e seus colegas publicaram um artigo na revista ACS Nano em dezembro, mostrando como sua inteligência artificial é capaz de distinguir os cheiros entre 17 doenças com até 86% de precisão.

O experimento envolveu 1.404 participantes, mas a amostragem de cada doença foram bastante pequenas. As máquinas foram mais capazes de diagnosticar determinadas doenças e não outras.

Nos Estados Unidos, uma equipe de pesquisadores do Centro de Sentidos Químicos Monell, da Universidade da Pensilvânia recebeu uma bolsa de US$ 815 mil, da Fundação Kleuberg, em fevereiro, para continuar os trabalhos no protótipo de um sensor de odores capaz de detectar câncer de ovário em amostras de plasma sanguíneo.

A equipe escolheu o plasma porque, diferente do hálito ou da urina, a substância tem menos riscos de ser corrompida por fatores como dieta e químicos ambientais, incluindo produtos de limpeza e poluição.

Ao invés dos ligandos, os sensores contam com trechos de DNA de cadeia simples que se conectam com as moléculas de odor.

“Estamos tentando fazer o aparelho funcionar da mesma forma que o olfato dos mamíferos”, afirmou Charlie Johnson, diretor do Centro de Nano/Bio Interface na Universidade da Pensilvânia, à frente da produção do protótipo. “O DNA dá características especiais ao processo”.

Além desses grupos, equipes na Áustria, Suíça e Japão estão desenvolvendo sensores de odor para diagnosticar doenças.

Shutterstock

“Acredito que o fato de estarmos vendo tanta atividade nos ambientes acadêmicos e comerciais demonstra que estamos chegando perto”, afirmou Cristina Davis, engenheira biomédica e professora da Universidade da Califórnia em Davis, que também está ajudando a desenvolver um sensor de odores para diagnosticar doenças.

“Minha estimativa é que daqui 3 a 5 anos” essas ferramentas estarão à disposição dos médicos, acrescentou.

Os pesquisadores estão competindo, mas todos veem a possibilidade de salvar vidas. “Muitos bons trabalhos estão sendo feitas por aí. Vai ser interessante ver quem vai chegar lá antes”, afirmou Johnson.

 

Fonte:  UOL Notícias – SP

OMS quer maior transparência e renovação do mercado para preços mais justos de remédios

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Por Ben Hirschler

(Reuters) – O mundo precisa de maior transparência nos preços de remédios e uma inspeção de certas abordagens para poder aumentar o acesso a remédios que salvam vidas, disseram nesta quinta-feira especialistas de saúde mundial.

Fabricantes de remédios estão sob crescentes críticas à medida que uma onda de novos tratamentos para condições sérias como câncer e hepatite C chegam ao mercado com preços muito altos, colocando-os fora do alcance de muitos pacientes de serviços nacionais de saúde.

“O problema se tornou global”, disse Suzanne Hill, chefe de remédios essenciais na Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Muitos destes (remédios) agora estão na lista modelo da OMS de remédios essenciais, mas seus altos preços estão limitando o acesso.”

Hill falava após um fórum em Amsterdã sobre preço justo, patrocinado pela agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo holandês.

O encontro, envolvendo governos, indústria e sociedade civil, foi convocado como primeiro passo para elaboração de planos concretos sobre preços de remédios.

A diretora-geral assistente da OMS, Marie-Paule Kieny, disse que há concordância de que a indústria precisa de retornos razoáveis em pesquisa e desenvolvimento, mas que governos devem desempenhar uma função mais forte na taxação de preços e direção da agenda de pesquisas de remédios.

Uma falta de transparência em custos de desenvolvimento de remédios, como os preços são estabelecidos e as quantias variadas cobradas pelos mesmos remédios em diferentes países são vistos como obstáculos para construção de um sistema mais justo.

“Maior transparência é absolutamente vital para nos dar evidências para ação futura”, disse Kieny a repórteres.

Em uma tentativa de aplacar contribuintes, pacientes e políticos no importante mercado norte-americano, muitas companhias – mais recentemente a Sanofi – prometeram limitar aumentos de preços no país.

Fonte: UOL Notícias – SP

Brasileiros criam nanoantibióticos contra infecções resistentes

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Reinaldo José Lopes
Colaboração para Folha

Pesquisadores brasileiros criaram um método que combina minúsculas partículas de prata com um antibiótico para tentar vencer a crescente resistência das bactérias aos medicamentos convencionais.

Em testes preliminares de laboratório, a abordagem mostrou bom potencial para enfrentar formas resistentes do micróbio Escherichia coli, que às vezes causa sérios problemas no sistema digestivo humano.

“Alguns sistemas podem até funcionar melhor no que diz respeito à capacidade de matar as células bacterianas, mas o ponto-chave é que as nossas partículas combinam um efeito grande contra as bactérias com o fato de que elas são inofensivas para células de mamíferos como nós”, explica um dos responsáveis pelo desenvolvimento da estratégia, Mateus Borba Cardoso, do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em Campinas (SP).

Cardoso e seus colegas assinam estudo recente na revista especializada “Scientific Reports”, no qual descrevem o processo de produção da arma antibacteriana e seu efeito sobre os micróbios.

Esse mesmo grupo já utilizou nanopartículas para inativar o HIV e atacar somente as células tumorais, em caso de câncer de próstata, poupando as células saudáveis.

VILÕES DA RESISTÊNCIA

O aumento da resistência das bactérias causadoras de doenças aos antibióticos tradicionais é um caso clássico de seleção natural em ação que tem preocupado os médicos do mundo todo.

Em síntese, o que ocorre é que é quase impossível eliminar todos os micróbios durante o tratamento. Uma ou outra bactéria sempre escapa, e seus descendentes paulatinamente vão dominando a população da espécie e espalhando a resistência, já que os micro-organismos suscetíveis morreram sem deixar herdeiros.

Para piorar ainda mais o cenário, tais criaturas costumam trocar material genético entre si com grande promiscuidade, numa forma primitiva de “sexo”. Assim, os genes ligados à resistência diante dos remédios se disseminam ainda mais.

Já se sabe, porém, que as nanopartículas de prata (ou seja, partículas feitas a partir desse metal com dimensão de bilionésimos de metro) têm bom potencial para vencer as barreiras bacterianas e, de quebra, parecem induzir muito pouco o surgimento de variedades resistentes.

Por outro lado, essas nanopartículas, sozinhas, podem ter efeitos indesejáveis no organismo.

A solução bolada pelos cientistas brasileiros envolveu “vestir” as partículas de prata com diferentes camadas à base de sílica, o mesmo composto que está presente em grandes quantidades no quartzo ou na areia.

Nanoparticula antibiótico

Por meio de uma preparação especial, a camada mais externa de sílica foi otimizada para receber moléculas do antibiótico ampicilina, já bastante utilizado hoje.

PAPEL E CANETA

Ao criar a combinação, o mais importante foi saber onde e como ancorar o antibiótico nas nanopartículas, explica Cardoso.

“Vamos imaginar que o antibiótico é uma caneta e a membrana da bactéria é uma folha de papel”, compara o pesquisador. “Se você colocar uma caneta deitada em cima da folha, é lógico que ela não vai ser perfurada pela ponta da caneta. Nosso colaborador da UFRGS [Hubert Stassen, do Instituto de Química da universidade] mostrou como o antibiótico interage com a membrana e nos ajudou a orientar o medicamento na superfície da nanopartícula. Por isso ele é tão efetivo.”

Testes feitos pela equipe mostraram que o conjunto afeta de forma específica as células da bactéria E. coli, tanto as de uma cepa de ação mais amena quanto a de uma variedade resistente a antibióticos, sem ter o mesmo efeito sobre células humanas –provavelmente porque a ampicilina se conecta apenas à parede celular das bactérias.

É claro que ainda é preciso muito trabalho antes que a abordagem dê origem a medicamentos comerciais.

Segundo Cardoso, o primeiro passo seria o uso de sistemas semelhantes em casos muitos graves, nos quais pacientes com infecções hospitalares já não respondem a nenhum antibiótico.

Para um emprego mais generalizado, provavelmente será necessário substituir o “recheio” de nanopartículas de prata por outras moléculas, mais compatíveis com o organismo.

O trabalho teve financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Abordagem mostrou bom potencial para enfrentar formas resistentes do micróbio Escherichia coli
Abordagem mostrou bom potencial para enfrentar formas resistentes do micróbio Escherichia coli

Fonte: Folha Online – SP

Da Anvisa: lotes de medicamentos suspensos (Roche e Halex Istar)

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Roche solicita suspensão de lote de medicamento para melanoma

A empresa Roche** Químicos e Farmacêuticos comunicou falha na produção de unidade do medicamento Cotellic. Venda e uso do lote identificado estão suspensos.

A Anvisa suspendeu o comércio do lote B1009M8 do medicamento Cotellic (hemifumarato de cobimetinibe), fabricado pela empresa Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.

Além da suspensão do comércio do lote, a Agência Sanitária determinou, ainda, a suspensão do uso do lote para o tratamento de melanoma positivo para mutações BRAF V600 irressecável ou metastático.

Um “único comprimido” apresentou falha

Segundo um comunicado enviado pela empresa Roche, uma unidade de comprimido apresentou falha técnica durante produção. Um comprimido revestido de 20 mg foi identificado com aproximadamente 40% acima do peso em relação à sua especificação original.

** Comentário Saúde com Ciência: Uma empresa séria age dessa forma. Um “único comprimido” teve uma falha não grave e a Roche mostrou responsabilidade e respeito ao interromper a produção de todo o lote.

Por esta razão, o lote B1009M8, validade 02/2018, do medicamento Cotellic se encontra suspenso e a empresa, Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A, responsável pela promoção do recolhimento do estoque do produto em questão.

Glicose suspensa (da Halex Istar)

A apresentação de um resultado insatisfatório no medicamento Glicose 5% solução parenteral motivou a suspensão de um dos lotes do produto. O comércio do lote 91379 do medicamento fabricado por Halex Istar Indústria Farmacêutica bem como seu uso foram suspensos.

De acordo com o laudo de análise fiscal emitido pelo Laboratório LACEN-BA, o lote 91379 (validade 24/04/2017) teve resultado insatisfatório para o ensaio de descrição da amostra por apresentar material estranho.

A resolução RE 1234/17 determina que a empresa Halex promova o recolhimento do estoque do lote do produto em questão.

Fonte: Saúde com Ciência – SP

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