Vacina da Moderna deve ser eficaz também contra variantes da Covid-19

A vacina da Moderna, a mRNA-1273, pode ser eficaz contra variantes mais infecciosas da Covid-19, como a britânica e a sul-africana. A afirmação foi feita por cientistas da farmacêutica americana na manhã desta segunda-feira (25).

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As informações têm como base estudos iniciais, que mostram que os anticorpos estimulados pela fórmula reconhecem e destroem as novas cepas do vírus. Mesmo assim, mais estudos são necessários para comprovar a real eficácia do imunizante.

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Depois das mutações, as novas variantes ganharam a capacidade de infectar células humanas mais facilmente. Especialistas afirmam que a cepa britânica pode ser até 70% mais transmissível que a original.

Os estudos da farmacêutica Moderna ainda estão em fase inicial, mas apontam para a eficácia da vacina contra variantes mais infecciosas. Imagem: Prostock-studio/Shutterstock

Pesquisadores analisaram amostras de sangue de oito voluntários que receberam as duas doses recomendadas da vacina da Moderna. O resultado demonstra que esses pacientes têm anticorpos suficientes para neutralizar as novas variantes do vírus. A eficácia da vacina se mostrou maior contra a variante britânica do que contra a sul-africana.

Com base nas descobetas, os cientistas da Moderna avaliam que pode ser possível que a proteção contra a cepa sul-africana desapareça mais rapidamente. Há estudos para determinar se uma terceira dose poderia reforçar a defesa contra essa variante.

Outra possibilidade é um redesenho da vacina, para que ela seja usada contra a cepa sul-africana. Stephane Bancel, CEO da farmacêutica, diz que a companhia acredita ser “imperativo ser proativo à medida que o vírus se transforma”.

A vacina da Moderna já foi aprovada pelo National Health Service (NHS), o serviço nacional de saúde do Reino Unido. Apesar disso, as 17 milhões de doses reservadas pelo órgão não devem estar disponíveis antes do segundo trimestre.

Fonte: BBC

Mesmo com vacina, máscaras e isolamento continuam essenciais

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O início da vacinação no Brasil e em outros países não significa que as pessoas devem retomar uma rotina semelhante à de antes da pandemia. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já indicou que a imunização de rebanho pela vacinação não deverá ser atingida em 2021. A declaração foi feita este mês pela dra. Soumya Swaminathan, da OMS.

“Mesmo que as vacinas comecem a proteger os mais vulneráveis, não atingiremos nenhum nível de imunidade na população ou imunidade de rebanho em 2021. Mesmo que aconteça em alguns países, não vai proteger as pessoas ao redor do mundo”, disse ela, em entrevista coletiva, no dia 11 de janeiro.

Soumya elogiou o esforço dos cientistas na produção de não apenas uma, mas várias vacinas contra a covid-19, algo que, na sua opinião, era impensado há um ano. Ela acrescentou que as medidas de contenção da pandemia devem continuar sendo praticadas até o fim deste ano, “pelo menos”.

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Esse raciocínio é acompanhado por especialistas aqui no Brasil. Segundo eles, a população não pode relaxar porque a vacinação começou. “Quando observamos nossa realidade no Brasil e as dificuldades que estamos tendo, a gente realmente passa a pensar que isso [o fim da pandemia] vai ser talvez em 2022 e olhe l, disse a médica infectologista e professora de medicina Joana D’arc Gonçalves. “A gente está vendo a guerra que é com essas poucas doses disponíveis no Brasil e nem temos a perspectiva de ter mais doses, por causa de todos esses conflitos, as dificuldades internacionais”, acrescentou.

Ela lembra que as vacinas apresentam particularidades que, de uma forma ou de outra, são entraves para sua distribuição. Seja uma necessidade de armazenamento em temperaturas muito baixas, seja a dificuldade de produção de insumos aqui no país. A médica recomenda que a população não veja a chegada da vacina como algo muito próximo e mantenha os cuidados tomados em 2020.

“A gente teve uma gota de esperança neste oceano de problemas. Temos que segurar a nossa onda, saber que o insumo existe, mas que precisaremos de um pouco mais de paciência. Não é tão fácil produzir rapidamente [uma vacina]”.

Vacinados e com máscara

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, a imunização de rebanho só deverá ser alcançada se o mínimo de 60% da população estiver vacinada. Mas ele destaca que, mesmo que o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) seja sólido e consigamos vacinar parte da população brasileira até o fim do ano, o vírus ainda estará em circulação. E faz um alerta: mesmo os vacinados devem continuar adotando isolamento social, álcool em gel e máscara.

“Nenhuma vacina é 100% eficaz. Com a vacina, a pessoa tem uma chance muito grande de se proteger das formas moderadas e graves, mas não elimina a possibilidade de contrair a doença. Estando com a doença, ela vai transmitir para outros. Não dá para correr esse risco”.

Existe ainda o componente social dessa medida. Se todas as pessoas vacinadas pararem de usar máscara, isso pode, na visão de Cunha, desmobilizar a população como um todo para o uso dessa barreira contra a covid-19. Veremos mais pessoas sem máscara, estimuladas pelos vacinados. “E como as pessoas vão saber se aquela pessoa já foi vacinada?”, questiona.

Além disso, mesmo que parte da população do país se vacine ainda este ano, existirão “bolsões de vulneráveis”. São comunidades, bairros ou grupos de pessoas com poucos ou nenhum vacinado, onde haverá circulação do vírus. Esse conceito pode ser reproduzido em escala mundial. Afinal, em um cenário onde ainda há pouca vacina disponível, os países que saem na frente são os que têm mais dinheiro para comprá-las mas, em algum momento, os demais entrarão na partilha.

“Para termos uma proteção coletiva, precisamos ter ótimas coberturas vacinais em todos os países. Isso vai levar um tempo porque os países mais pobres terão que receber muitas vacinas no momento em que elas começarem a ser distribuídas para eles. Essas vacinas vão demorar ainda mais, provavelmente começam a ser distribuídas no segundo semestre”, analisou o presidente da SBIm.

Cunha reiterou a importância dessas medidas “não farmacológicas”, como uso de máscara, distanciamento social e higienização constante das mãos. Medidas simples, mas eficientes, no combate ao novo coronavírus. “São as únicas medidas que temos até agora que demonstram que diminuem a doença, a hospitalização e a morte. Independentemente de começarmos a vacinar, de vacinar um percentual grande da população, vamos ter que continuar com essas medidas por muito tempo”.

Imunização de Rebanho

Especialistas estimam que para tirar um vírus de circulação, é necessário ter em torno de 60% a 70% de pessoas vacinadas. “Depende da eficácia da vacina”, diz Joana D’arc. “Quanto maior a eficácia, pode-se até ter um número de imunizados menor que 70%”. Por meio da vacinação em massa, o Brasil já conseguiu imunizar sua população contra uma série de doenças perigosas.

Varíola, sarampo, rubéola, caxumba e meningite são alguns dos casos. A poliomielite, que ainda tem surtos em vários países, foi controlada no Brasil. No passado, inúmeras crianças morreram de catapora, hoje controlada. “Teve país que erradicou o câncer de colo de útero só por meio da vacina contra o HPV”, destacou a infectologista.

Fonte: IstoÉ

Mundo tem 66,3 milhões de vacinas aplicadas contra Covid; 701 mil no Brasil

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Pelo menos 66,3 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 foram aplicadas no mundo, sendo 701 mil no Brasil.

Os números, contabilizados até a noite desta segunda-feira, são da plataforma Our World In Data, ligada à Universidade de Oxford e abastecida com dados oficiais de cerca de 60 países.

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Leia: MP do DF pede que polícia aumente fiscalização de máscara

O Brasil, que iniciou a vacinação há nove dias, ocupa o 14º lugar no ranking dos países com mais doses aplicadas, com 701 mil vacinações.

É o melhor colocado da América Latina, sendo seguido por México, em 15º, com 630 mil, e Argentina, em 16º, com 292 mil.

Eis os cinco países que lideram a lista de imunização:

Estados Unidos (21,8 milhões de doses); China (15 milhões); Reino Unido (7 milhões); Israel (3,8 milhões); e Emirados Árabes (2,6 milhões).

Fonte: Época Online

Ataques de Bolsonaro à China prejudicam vacinação contra a Covid-19 no Brasil

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O jornal Les Echos desta terça-feira (26) traz uma matéria sobre as consequências dos ataques do governo brasileiro à China. As críticas frequentes do presidente Jair Bolsonaro contra Pequim estão prejudicando a campanha brasileira de vacinação contra a Covid-19, avalia o diário.

“O Brasil paga caro por sua animosidade em relação à China“, diz uma manchete do jornal Les Echos. Segundo o correspondente do diário em São Paulo, Thierry Ogier, Pequim está deixando bem claro seu desacordo sobre a “propaganda antiChina de Jair Bolsonaro”.

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O diário explica que, após uma longa negociação com a Índia, o Brasil vai finalmente receber 2 milhões de doses da vacina Covishield, produzida pelo laboratório indiano Serum e o britânico Astrazeneca, que estavam bloqueadas há vários dias. O Brasil também dispõe de 10 milhões de doses da Coronavac, da empresa chinesa Sinovac, mas a China está hesitante em enviar ao país mais doses do imunizante.

O motivo: as frequentes críticas de Bolsonaro contra a vacina chinesa, que afirma ter baixa qualidade. Les Echos lembra que, na última sexta-feira (22), o presidente brasileiro declarou que nada prova que esses imunizantes têm eficácia contra a Covid-19. As afirmações de Bolsonaro contrariam o parecer da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa), que atestou, em 17 de janeiro que a CoronaVac tem 50,39% de eficácia e a Covishield, 70, 42%.

A matéria salienta que o governo chinês também não digeriu até hoje as acusações do filho do presidente brasileiro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que responsabilizou o governo chinês pela expansão da pandemia no ano passado. Na época, a embaixada da China no Brasil reagiu, afirmando que, em viagem que havia feito recentemente aos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro, “próximo da extrema direita trumpista”, havia contraído um “vírus mental”.

Atitude de Bolsonaro é “chocante”

Entrevistado pelo Les Echos, Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), afirma que a atitude de Bolsonaro dentro deste conflito explícito com o governo chinês é “chocante”. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunologia, há um sério risco de que a campanha de vacinação no Brasil seja interrompida. “Estamos muito preocupados, a ponto de nos perguntar como continuaremos a imunização, quando não temos nem vacinas disponíveis nem consenso político sobre a questão”, salienta Alencastro.

“Mas isso não é tudo”, reitera Les Echos. Erros estratégicos foram cometidos pelo governo brasileiro, aponta Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas. Em julho de 2020, o governo chinês convocou os países latino-americanos para discutir e ofereceu uma linha de crédito de cerca de US$ 1 bilhão. O Brasil não enviou nem mesmo um representante a essa reunião, conclui o jornal Les Echos desta terça-feira.

Fonte: MSN 

China libera insumo para produção de vacina

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Após a apreensão gerada pelo atraso na importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), utilizado na produção de vacinas contra o novo coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou, ontem, que 5,4 mil litros do insumo necessário para a fabricação da CoronaVac pelo Instituto Butantan, chegarão ao Brasil até o fim desta semana. A notícia, dada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, criou novo embate com o governo do estado de São Paulo, já que ambos reivindicam autoria dos esforços para a chegada da matéria-prima do imunizante.

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“A continuidade do recebimento dos insumos para a fabricação das vacinas pelo Butantan voltou à normalidade, graças à ação diplomática do governo federal com o governo chinês, por intermédio da Embaixada Chinesa no Brasil. Fica aqui o nosso agradecimento a todos que ajudaram nessa liberação”, disse Pazuello, em vídeo gravado ontem. Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a importação dos insumos, atribuindo o empenho aos ministros da Saúde, das Relações Exteriores e da Agricultura.

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O governo de São Paulo, porém, reitera que não houve participação das instâncias federais na liberação dos insumos chineses para a vacina do Butantan. “Todo o processo de negociação com o governo chinês foi realizado pelo Instituto Butantan e pelo governo de São Paulo”, afirma nota distribuída ontem. Além disso, o governo paulista informou que os ingredientes não estão em aeroporto da China, ao contrário do que disse Bolosnaro, mas nas instalações da Sinovac, em Pequim.

Mais cedo, o governador João Doria tinha afirmado que se encontrará virtualmente com o embaixador da China,Yang Wanming, hoje às 10h30, para definir o calendário da nova remessa de insumos e a quantidade de doses que o Instituto Butantan conseguirá disponibilizar ao Ministério da Saúde a partir da entrega.

Diplomacia

O governador paulista evitou criticar diretamente a diplomacia do governo federal, mas alfinetou o Planalto ao afirmar que o governo de São Paulo sempre respeitou a China. “Não quero fazer juízo sobre o Ministério das Relações Exteriores. Mas faço juízo sobre o governo de São Paulo. Aqui, sempre respeitamos a China, tratamos de forma igual e agradecemos a solidariedade”, disse.

Na última semana, o tom adotado por Doria e o presidente do Butantan, Dimas Covas, foi mais duro. Na terça-feira, Covas pediu que Bolsonaro tivesse “dignidade” e determinasse empenho ao Itamaraty na negociação com o governo da China. Já o governador de São Paulo disse que “se o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos pararem de falar mal da China, isso já ajuda bastante”.

Na coletiva de ontem, no entanto, Doria disse que a diplomacia cabe ao governo federal. “Ele é quem tem a responsabilidade da diplomacia. O que fizemos aqui foi uma relação profícua, positiva, construtiva e extremamente respeitosa com a China”, completou.

Fiocruz

Além das expectativas em cima da CoronaVac, o Brasil espera receber mais 10 milhões de doses prontas do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca, além do equivalente a 7,5 milhões de unidades em ingrediente farmacêutico ativo (IFA) ainda na primeira quinzena de fevereiro.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção no Brasil, negocia o envio de vacinas prontas, que devem chegar antes do IFA. O objetivo é não atrasar o repasse ao Programa Nacional de Imunização (PNI), já que a matéria-prima referente a 15 milhões de doses que deveriam ter sido entregues em janeiro não foram enviadas.

Um desses esforços tem sido a negociação junto ao Instituto Serum, na Índia, de doses de vacinas prontas adicionais para além dos 2 milhões que chegaram ao Brasil no sábado. De acordo com o presidente do Consórcio Nordeste e coordenador da temática de vacina no Fórum Nacional de Governadores, o chefe do Executivo do Piauí, Wellington Dias, 10 milhões de doses preparadas para aplicação são esperadas para chegar até 8 de fevereiro. “Isso permite prosseguir nosso cronograma de vacinação.”

No entanto, a Fiocruz ainda não cravou um número. “A negociação segue em andamento e ainda não há um quantitativo acertado. O processo conta com o apoio do governo da Índia e da AstraZeneca, que vem colaborando em todo o esforço de antecipação das vacinas frente às dificuldades alfandegárias para exportação do IFA na China”, disse a fundação em nota.

O envio do primeiro lote de matéria-prima, previsto para ocorrer em 8 de fevereiro, é necessário para a produção de 7,5 milhões de doses. Segundo a nota da Fiocruz, este lote já está pronto para embarque, no local de fabricação, e aguarda apenas a emissão da licença para a exportação e conclusão de procedimentos alfandegários. Mesmo com a sinalização de envio para 8 de fevereiro, a Fiocruz ressalta que ainda não há confirmação.

Apesar dos atrasos, a fundação afirma que conseguirá cumprir a meta de fornecer 100,4 milhões de doses no primeiro semestre e outras 110 milhões, de produção inteiramente nacional a partir da incorporação da tecnologia, no segundo semestre.

Mais 627 mortes

O Brasil registrou, entre domingo e ontem, 627 mortes provocadas pela covid-19, o que eleva a 217.664 o total de óbitos decorrentes da doença, segundo informou o Ministério da Saúde. No mesmo período, foram notificados 26.816 casos da enfermidade, aumentando o total de diagnósticos para 8.871.393. Os números oficiais de casos e mortes por covid-19 no Brasil, nas segundas-feiras, costumam ser menores que nos demais dias úteis, porque, nos fins de semana, as secretarias estaduais de Saúde trabalham em regime de plantão, o que prejudica a contabilização dos dados.

Fonte: Correio Braziliense

Anvisa se reúne com laboratório responsável pela vacina Sputnik V

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Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram nesta segunda-feira (25) com representantes do laboratório União Química, que é responsável no Brasil pela vacina russa Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. A farmacêutica tem acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para a produção e distribuição da vacina contra covid-19 desenvolvida para o Brasil e outros países da América Latina.

Veja também: Inquérito piora a agonia de Pazuello

Durante o encontro, segundo a Anvisa, a equipe técnica da agência detalhou para a empresa quais informações devem ser apresentadas para dar seguimento ao pedido de anuência de condução de ensaios Fase 3 no Brasil. O início da Fase 3 da pesquisa é requisito fundamental para que o laboratório possa pleitear um pedido de uso emergencial da vacina em território nacional. Há pouco mais de uma semana, a Anvisa chegou a devolver um pedido da União Química para uso emergencial do imunizante exatamente porque esta etapa dos estudos ainda não foi autorizada no país

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“O principal ponto da reunião foram os dados técnicos que precisam constar no Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamentos (DDCM). Os requisitos para os estudos clínicos são os mesmos exigidos anteriormente para as outras quatro pesquisas clínicas de vacinas autorizadas pela Anvisa em 2020, e também são semelhantes aos dos EUA, do Reino Unido, dos países membros da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, informou a Anvisa, em nota.

Ainda de acordo com a agência reguladora, a União Química indicou que deve começar o envio dos documentos necessários para que o pedido de pesquisa clínica seja avaliado. “Esse tipo de encontro faz parte das ações que a Agência tem adotado com todas as empresas que pretendem ter vacinas autorizadas no país”, informou a Anvisa.

Também nesta segunda-feira (25), representantes da Anvisa se reuniram com técnicos da autoridade da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT), da Argentina. O país começou a utilizar a vacina no final do mês de dezembro do ano passado.

A União Química possui sede em Santa Maria, no Distrito Federal, de onde poderá produzir a Sputnik V. Além da própria Rússia, a vacina já foi autorizada por autoridades sanitárias de países como Argentina, Bolívia, Venezuela, Argélia, Sérvia, Bielorrússia e Palestina.

Fonte: MSN 

Inquérito piora a agonia de Pazuello

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski acatou, ontem, o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e autorizou a abertura de inquérito contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para apurar a conduta dele na crise do Amazonas. O prazo inicial das investigações, que fica a cargo da Polícia Federal, é de 60 dias.

Lewandowski determinou que haja oitiva de Pazuello, para esclarecer as ações tomadas em relação à situação do sistema de saúde de Manaus, cinco dias após ser intimado e que sejam enviados os autos à autoridade policial “para fins de adoção das medidas investigativas que entender cabíveis, sem prejuízo do requerimento posterior pelo Ministério Público Federal de outras que se revelarem necessárias.” Ambos foram pedidos de Aras.

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Na decisão, o ministro do Supremo traz informações colocadas pelo procurador-geral que apontam a demora do ministro a agir diante da crise. “Embora tenha sido constatado o aumento do número de casos de infectados pela covid-19 já na semana do Natal de 2020, o ministro da Saúde optou por enviar representantes da Pasta a Manaus apenas em 3/1/2021, ou seja, uma semana após ter sido cientificado da supra da situação calamitosa”, salienta Lewandowski.

A capital amazonense entrou em colapso pela falta de cilindros de oxigênio e com pacientes morrendo asfixiados em unidades de saúde. Pazuello admitiu que sabia da iminência da falta do insumo em 8 de janeiro, seis dias antes de o sistema mergulhar no caos. Foi devido a essa informação que ele e sua equipe foram para Manaus, no dia 9. Na ocasião, o ministro lançou um aplicativo que incentiva o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

A petição de Aras foi distribuída pela vice-presidente Rosa Weber a Lewandowski, que, logo em seguida, admitiu a solicitação do procurador-geral. Ainda no despacho, o ministro do STF cita outros trechos do pedido e um deles refere-se a um documento da pasta da Saúde relativo à crise de Manaus, de 6 de janeiro, que “citam-se como principais conclusões do encontro e da viagem de reconhecimento a Manaus a possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde, em 10 dias, devido à falta de recursos humanos para o funcionamento dos novos leitos”.

Durante o período em que ficou em Manaus, pouco antes de o sistema colapsar, Pazuello ainda lançou o aplicativo TrateCov, que recomendava o tratamento precoce com a prescrição de medicamentos ineficazes contra a covid-19, como a cloroquina e ivermectina. O app foi tirado do ar na semana passada.

Desgaste

A crise de Manaus e o fato de que Pazuello sabia do iminente caos desgastaram o ministro e o governo. Por conta desse quadro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, ontem, a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar a atuação do ministro durante a pandemia. “Em relação ao ministro, eu não tenho dúvidas que já tem crime. Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu crime. Eu não tenho dúvida nenhuma”, disse.

O pedido de abertura de investigação feito pela PGR foi encaminhado à procuradoria pelo partido Cidadania, que argumenta que o ministro cometeu crime de prevaricação e improbidade administrativa. Presidente nacional da legenda, o ex-deputado Roberto Freire criticou a conduta de Pazuello diante da crise na capital amazonense.

No último sábado, data em que o PGR enviou o pedido de abertura de inquérito ao STF, Pazuello foi para Manaus, onde deve ficar “o tempo que for necessário”, segundo a pasta da Saúde. Depois que foi divulgado que ele sabia da crise da capital dias antes da explosão, o ministro disse, em uma coletiva, em 18 de janeiro, que nunca autorizou a produção de protocolos indicando medicamentos contra a covid-19 –– o que se choca com um protocolo na pasta que indica uso de cloroquina.

Olhar atento

Com o desgaste, o Centrão está de olho no cargo de Pazuello. O líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), foi ministro da Saúde no governo de Michel Temer e é um candidato forte. Mas, na avaliação do cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) Ricardo Ismael, apesar da pressão, Bolsonaro entende que o melhor é atravessar a pandemia ao lado do general. Isso porque Pazuello tem servido de escudo contra ataques à ineficiência do governo na crise sanitária.

“Acredito que Bolsonaro o manterá. Demiti-lo em meio ao caos da saúde jogaria luz na falta de política do governo para o novo coronavírus. Pazuello está desgastado com o caso de Manaus e o atraso na vacinação. Mas, por outro lado, tem evitado que a bomba estoure no colo do presidente”, observou.

Fonte: Correio Braziliense

Investigação identifica 11 casos de superfungo resistente a medicamentos na Bahia

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A Bahia contabiliza 11 casos do superfungo fatal ‘Candida auris’, resistente a medicamentos e responsável por graves infecções hospitalares. A situação está sendo tratada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como surto. O órgão alerta que a Candida auris é um fungo emergente que representa uma “grave ameaça à saúde global”.

“Pode causar infecções invasivas, que são associadas à alta mortalidade, pode ser multirresistente e levar à ocorrência de surtos nos serviços de saúde”, informou. Além disso, a Anvisa alerta que as infecções com Candida auris são invasivas e podem ser fatais. “Com base em relatos com número limitado de pacientes, 30% a 60% dos pacientes com infecções de corrente sanguínea por C. auris evoluíram para o óbito”, adverte.

Após a identificação do primeiro caso, em dezembro de 2020 (lembre aqui), o órgão emitiu, em 8 de dezembro de 2020, um alerta e uma investigação foi instaurada. As verificações para identificar a origem e extensão do surto foram conduzidas pela Secretaria da Saúde do estado (Sesab) e do município de Salvador (SMS) e identificaram novas ocorrências.

Diante da confirmação do caso da Bahia, o primeiro do Brasil, a agência publicou em 21 de dezembro uma atualização na nota técnica que tratava de orientações para identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris nas unidades de saúde.

INVESTIGAÇÃO

O foco da investigação estava em identificar o fungo e controlar o surto. De acordo com a Anvisa, assim que a agência foi notificada foi instituída uma força-tarefa nacional com representantes de diversas instituições, principalmente da Bahia. Essa força-tarefa realizou reuniões e discussões para alinhamento das ações e definição de como a situação seria conduzida.

Ao BN, a Sesab informou que a investigação ocorreu através de visita in loco na unidade hospitalar. Além da equipe da pasta estadual, também foi acionado o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Salvador.

Três grupos de trabalho foram formados para a averiguação. O primeiro era responsável por analisar a pesquisa em prontuário. O segundo avaliar a assistência farmacêutica e informações sobre o produto para saúde (cateter). Enquanto ao terceiro coube avaliar todos os processos da unidade hospitalar relacionados a controle de infecção.

“Foram realizadas coletas de material para análise laboratorial, recomendado pela vigilância, de todos os contatos do caso índice internados e dos ambientes em que esse paciente circulou pelas alas hospitalares”, informou a Sesab.

A pasta ainda afirmou que investigação permitiu o isolamento dos pacientes e uma série de recomendações da Anvisa para a desinfecção hospitalar para impedir a proliferação do fungo. Isso porque ele pode permanecer no ambiente por longos períodos, de semanas a meses. E também apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais os que são à base de quartenário de amônio.

MONITORAMENTO

A etapa atual é a de acompanhamento e monitoramento. O objetivo agora é garantir o cumprimento das recomendações de desinfecção realizadas pelo hospital para evitar a ocorrência de novos casos, apontou a Sesab.

Em relação aos processos de trabalho, a Secretaria da Saúde informou que a conclusão foi de que o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) “adota as medidas preventivas de infecção hospitalar propostas pela Anvisa, que dispõe de protocolos e oferece treinamentos para implementação destes”.

“Além disso, observou-se que as medidas recomendadas de precaução e isolamento estão sendo aplicadas neste momento”, frisou a pasta.

Quanto ao futuro, a Sesab garantiu que manterá a vigilância ativa, “realizando as culturas de vigilância de forma periódica para análise da contenção do Fungo a nível hospitalar”. Assim como a Anvisa, que respondeu ao questionamento do Bahia Notícias garantindo que “continua monitorando esse surto e acompanhando as informações notificadas pelo hospital no formulário nacional específico”.

“Como as ações de prevenção e controle de infecções são descentralizadas, a Anvisa está em contato constante com o Núcleo estadual de controle de infecção hospitalar (NECIH) da Bahia, que por sua vez, está realizando o acompanhamento local desse surto”, informou em nota.

CASO INICIAL

O primeiro caso do superfungo foi identificado em uma amostra da ponta de um cateter de um paciente internado em UTI adulto de um hospital da Bahia. Na época a Anvisa informou que a presença do fungo foi confirmada pela técnica Maldi-Tof no Laboratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Moniz (Lacen-BA) e no Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

No alerta emitido pela agência foi destacado o fato de que a Candida apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções deste tipo. Algumas cepas deste superfungo são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas).

Na ocasião a Anvisa também ressaltou que a identificação do fungo requer métodos laboratoriais específicos. Além disso a agência sanitária chamou a atenção para a propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação oportuna pelos métodos laboratoriais rotineiros e da eliminação do ambiente contaminado, já que uma das características dele é a possibilidade de se manter nos ambientes e superfícies por longos períodos, de semanas a meses, além da resistência a desinfetantes.

A identificação do primeiro caso da Candida auris mobilizou o governo baiano, o hospital privado em que o fungo foi identificado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde e a Universidade de São Paulo (USP). Todos este entes trabalharam em colaboração para esclarecer a situação e tomar as medidas cabíveis necessárias para afastar a ameaça à saúde pública (leia aqui).

TRANSMISSIBILIDADE

A Anvisa chama a atenção para a transmissibilidade e o alto nível de resistência aos antifúngicos. De acordo com a agência, essas são características que diferenciam o Candida auris de outras espécies de Candida.

“O modo preciso de transmissão dentro do ambiente de saúde ainda não é conhecido”, diz a agência, apesar de destacar que evidências iniciais sugerem que o ambiente pode ser o principal reservatório do fungo, e levar à disseminação por meio de superfícies, contato direto com os pacientes e equipamentos contaminados. A lista inclui estetoscópios, termômetro e aparelhos de aferição da pressão arterial.

A nota técnica da Anvisa ainda ressalta a alta transmissibilidade da Candida auris. “A persistência e a propagação do fungo, apesar de todas as medidas de prevenção de infecção, indicam uma resiliência às condições ambientais e persistência no ambiente, alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele”, diz. O texto ainda acrescenta que os pacientes podem permanecer com o fungo e assintomáticos por um período de três a cinco meses.

“C. auris está associada a episódios de surtos em serviços de saúde que resultam em aumento imediato de custos, não apenas financeiros, mas especialmente aqueles relacionados com a morbidade e a mortalidade de pacientes”, completa a nota.

Fonte: Bahia Notícias 

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/12/09/superfungo-e-identificado-pela-primeira-vez-no-brasil-alerta-anvisa/

Estudo revela método para reverter o envelhecimento do cérebro

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Reverter o envelhecimento do cérebro é possível? Um grupo de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, pode ter descoberto como realizar tal tarefa e restaurar a acuidade mental. A novidade foi descrita em um estudo publicado na última quarta-feira (20), na Nature.

Na pesquisa liderada pela professora de neurologia Katrin Andreasson, os cientistas descobriram um método capaz de reverter o envelhecimento mental em ratos idosos, partindo do pressuposto de que a inflamação é a responsável pelo processo que faz as células envelhecerem. Células humanas também foram usadas nos testes em laboratório.

Conforme explica a instituição californiana, os biólogos teorizam que reduzir tal inflamação permitiria retardar todo o processo de envelhecimento, atrasando também o surgimento de doenças associadas à idade, como Alzheimer, alguns tipos de câncer e problemas do coração, por exemplo. Até mesmo a fragilidade do corpo e o declínio cognitivo poderiam ser atrasados.

A professora de Stanford Katrin Andreasson liderou a equipe de pesquisa responsável pelo experimento.Fonte: Universidade de Stanford/Divulgação

A chave para isso estaria em bloquear o processo que leva determinadas células imunológicas a acelerar as inflamações no organismo. E foi o que os pesquisadores de Stanford conseguiram fazer, descoberta que pode levar à recuperação das habilidades mentais nos idosos, com o uso de medicamentos, caso seja confirmada.

Células mieloides

De acordo com o estudo, um tipo de célula imunológica chamada mieloide, encontrada no cérebro, tecidos periféricos do corpo e sistema circulatório, está relacionada com o envelhecimento. Além de lutar contra invasores do organismo e de limpar células mortas e demais detritos, ela fornece nutrientes para outras células e monitora patógenos.

Mas com o passar do tempo, as mieloides entram em atividade acelerada e extrapolam suas funções normais de proteção, causando inflamação e danos colaterais aos tecidos. Sabendo disso, os pesquisadores bloquearam a interação entre um hormônio específico (PGE2) e um receptor abundante nelas (EP2), evitando o início das atividades inflamatórias.

Nos animais testados, os cientistas conseguiram recuperar a acuidade mental de quando eles eram jovens.Fonte: Pixabay

Este simples bloqueio foi o suficiente para “restaurar o metabolismo juvenil e o temperamento plácido de células mieloides humanas e de camundongos”, levando à reversão do declínio mental causado pela idade nos ratos mais velhos, segundo Andreasson.

Como consequência, o procedimento permitiu restaurar a memória e as habilidades de orientação espacial dos camundongos testados a níveis comparáveis com os apresentados pelos animais mais jovens.

Testes em humanos: o próximo passo

Os cientistas testaram duas drogas experimentais na tentativa de bloquear a interação PGE2-EP2 e retardar o envelhecimento das células. Apenas uma delas foi eficaz na tarefa, mesmo não tendo penetrado na barreira hematoencefálica, demonstrando que a pesquisa pode ser promissora.

Apesar disso, eles ainda estão longe de realizar estudos clínicos com humanos, até mesmo porque esses compostos não foram aprovados para testes em pessoas, devido à chance de apresentarem efeitos colaterais tóxicos.

A descoberta pode, futuramente, levar à produção de remédios que retardariam o surgimento de doenças relacionadas à idade.Fonte: Pixabay

Uma das possibilidades é que eles sirvam de base para a produção de outros medicamentos mais seguros para futuros testes em humanos, na tentativa de verificar se a reversão do envelhecimento cerebral também é possível no homem.

Caso isso se confirme, o método pode um dia ser usado para o desenvolvimento de drogas inovadoras, capazes de retardar ou até reverter condições como Alzheimer e demência, entre outras doenças surgidas à medida que a idade avança.

Fonte: Tecmundo

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/03/12/o-impacto-do-exercicio-no-envelhecimento-do-cerebro/

Falha imunológica agrava a covid-19

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Em um ano de pandemia, a covid-19 tem se mostrado uma enfermidade complexa, que pode atingir cada infectado de forma diferente — desde problemas respiratórios graves à total ausência de sintomas. Essa “roleta-russa” de complicações ainda é pouco compreendida pelos cientistas, mas, aos poucos, começa a ser desvendada. Em um estudo com pacientes infectados pelo Sars-CoV-2, pesquisadores americanos observaram que casos mais críticos da doença estavam relacionados à baixa produção do interferon, uma substância produzida pelo corpo que tem como característica principal um efeito antiviral potente.

A constatação, que foi apresentada na última edição da revista britânica Nature, era uma suspeita antiga de especialistas da área. Esse mesmo problema ocorre em outras enfermidades provocadas por coronavírus — como o Sars-CoV-1, que se espalhou por 12 países em 2003, e o Mers-Cov, que surgiu nove anos depois, na Arábia Saudita —, mas faltavam dados para a confirmação.

Os pesquisadores analisaram as respostas do sistema imune ao novo coronavírus em 21 pacientes, 11 deles com casos leves e 10 com infecções graves de covid-19. Por meio do experimento, eles observaram que todo o primeiro grupo de doentes apresentou uma alta quantidade de células imunes mais potentes, geradas pela proteína inteferon.

“Essa molécula é liberada pelo corpo assim que o organismo identifica um vírus invasor. Ela é a responsável pela produção de agentes protetores mais robustos, que combatem o patógeno com maior eficiência e também atuam como um bloqueador, pois impedem a entrada de mais elementos nocivos no organismo”, explicaram, no artigo, os cientistas, liderados por Matthew Krummel, pesquisador do Departamento de Patologias da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Essa mesma produção de células imunes mais potentes geradas pelo interferon foi registrada nos pacientes com a forma mais agressiva da enfermidade, porém em níveis bem mais baixos, destacaram os responsáveis pelo experimento. “Ficou bem claro para nós que, em indivíduos com doença grave, o sistema imunológico não consegue gerar a mesma quantidade de fortes combatentes antivirais registrada nos infectados com a forma mais leve”, verificaram os cientistas.

“Esse grupo de (pacientes com) covid-19 mais severa apresentou problemas de saúde complexos, como lesão pulmonar aguda e desconforto respiratório. Acreditamos que essas complicações não aconteceriam se os níveis de interferon fossem mais altos”, ressaltaram os investigadores.

Correção

Os autores do artigo da Nature identificaram ainda alguns mecanismos moleculares que podem estar relacionados à baixa produção de interferon em pacientes com covid-19 grave. Segundo a equipe da Universidade da Califórnia, esses novos dados podem contribuir para o desenvolvimento de medicamentos que corrijam essa falha.

Remédios que reatem essa resposta antiviral mais poderosa podem evitar que infectados apresentem complicações severas geradas pelo novo coronavírus. Nossos dados podem ser usados como um alvo para criação de fármacos imunoterápicos”, defenderam os pesquisadores no artigo da Nature.

Os cientistas anunciaram que serão realizados mais estudos com um número mais amplo de pessoas. “Outros trabalhos são necessários para estudar mais a fundo a ação dos anticorpos em relação ao Sars-CoV-2. Isso é importante, pois sabemos que a resposta imune pode variar bastante entre os pacientes. Precisamos ter uma base ainda mais sólida para nos dedicarmos ao desenvolvimento das novas terapias”, assinalaram.

Para Werciley Junior, infectologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, os cientistas americanos acertaram ao analisar um problema do sistema imune que é bastante estudado por especialistas da área médica. “Sabemos que algumas pessoas produzem quantidades menores de interferon. Isso, geralmente, ocorre por alterações genéticas. Outro ponto também já conhecido é que a produção baixa dessa proteína pode prejudicar na defesa de doenças infecciosas. Por isso, já desconfiávamos que o mesmo poderia ocorrer com a covid-19, mas ninguém havia provado essa relação. O estudo nos ajuda a entender melhor esse elemento, trazendo mais luz ao tema, que é bastante complexo”, ressaltou.

Segundo ele, pesquisas futuras, com mais dados sobre essa falha imune, podem ser bastante úteis no desenvolvimento de novas terapias para a covid-19. “Temos alguns imunoterápicos que aumentam a quantidade de interferon no corpo, mas cada caso é diferente. Alguns médicos prescreveram essas medicações para pacientes com covid-19 e não obtiveram resultado positivo”, observou.

“Precisamos estudar melhor quais as vias relacionadas e também descobrir se existe algum subtipo de interferon que está relacionado diretamente ao novo coronavírus. Com esses dados, poderemos projetar um medicamento”, frisou. Acrescentando: “Dessa forma, poderemos evitar problemas mais graves provocados por esse agente infeccioso.”

Fonte: Correio Braziliense

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/07/28/covid-19-vacinas-que-chegaram-sao-para-testes-e-nao-para-imunizacao/