Videoconferências fazem busca por maquiagem masculina bombar durante a pandemia de Covid-19

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Quando estava em uma videoconferência com um cliente, Ben Dixon perdeu o foco por causa das bolsas sob os olhos e das olheiras que via no próprio rosto. Algo precisava ser feito, pensou o corretor de imóveis, de 42 anos, de Nova York (EUA). Para se sentir seguro no trabalho remoto por causa da pandemia, Ben recorreu a maquiagem. Ele não está sozinho na decisão estética. Desde 2019, pesquisas no Google para maquiagem masculina subiram 80%.

“Foi incrível, as pessoas diziam que eu parecia mais jovem”, comentou ele.

Ben atribui ao impacto do “rejuvenescimento” parte do sucesso de uma venda de um imóvel de R$ 170 milhões, pela qual batalhava havia um ano.

A estratégia tem até nome: “Efeito Zoom”, em referência a uma das mais populares ferramentas de chamadas por vídeo.

Antenada com o novo comportamento, a gigantesca rede de farmácias americana CVS aumentou a oferta de produtos para maquiagem masculina a partir de junho do ano passado, após pesquisa mostrar que 25% dos homens estavam considerando usar artigos cosméticos. Os resultados são animadores.

Gabriel Reyes, um publicitário de Los Angeles (EUA), tomou um susto com as rugas e as marcas de sol no rosto durante um conversa por vídeo. O americano, na faixa dos 60 anos, não pensou duas vezes: recorreu a um creme, uma base e um corretivo para melhorar a aparência do rosto e do pescoço. O resultado teve o seu maior teste quando Gabriel foi apresentar um workshop. Ele gostou do que viu no vídeo e se sentiu confiante para conduzir o evento com desenvoltura.

“Os homens não devem ter receio de usar ferramentas que os ajudem a ter uma boa aparência e a se sentir melhor”, comentou.

O resultado teve o seu maior teste quando Gabriel foi apresentar um workshop on-line. Ele gostou do que viu no vídeo e se sentiu confiante.

“Os homens não devem ter receio de usar ferramentas que os ajudem a ter uma boa aparência e a se sentir melhor”, declarou.

Fonte: Extra online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/08/videoconferencias-fazem-busca-por-maquiagem-masculina-bombar-durante-a-pandemia-de-covid-19/

Israel quer teste de spray contra Covid no Brasil porque país é miscigenado, diz Eduardo Bolsonaro

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Em viagem a Israel, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a citar o interesse do governo brasileiro no spray nasal israelense que trataria de doentes graves da Covid-19. Após a chegada ao Ministério das Relações Exteriores de Israel, em Jerusalém, como parte da delegação brasileira liderada pelo ministro do Exterior Ernesto Araújo, o filho do presidente Bolsonaro voltou a dizer que o objetivo principal da viagem é falar sobre esse medicamento, desenvolvido pelo Hospital Ichilov (Tel Aviv), mas ainda em fase inicial de testes.

“O objetivo da viagem aqui dar todo o suporte necessário ao embaixador Ernesto Araújo nessa missão que tem tudo a ver com a pandemia”, disse Eduardo Bolsonaro. “O novo medicamento, chamado EXO-CD24, tem tido uma eficiência perto de 100% nos primeiros testes com relação ao combate à Covid-19, e a nossa expectativa é de que nós possamos aqui traçar acordos de cooperação para trazer para o Brasil a fase 3, a chamada fase de teste”.

Segundo o deputado, os israelenses estariam interessados na participação brasileira porque “o Brasi é um povo famoso por ser miscigenado, com material genético bem diversificado”. Isso ajudaria na obtenção de testes mais amplos sobre a droga.

“As expectativas são altas, estamos aqui cumprindo essa agenda, mas tem outras laterais também, como operação tecnológica, áreas de telemedicina e agência espacial”, disse o filho do presidente.

O Hospital Ichilov anunciou há um mês estudos com o spray nasal EXO-CD24, desenvolvido pelo professor Nadir Arber. A droga, anunciada no começo de fevereiro, foi testada apenas em 30 voluntários em estado grave que estavam internados no Ichilov, até agora. Segundo o hospital, 29 pacientes se recuperaram em 3 a 5 dias.

Entusiasmado, o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, chegou a receber o professor em seu gabinete e chamou a droga de milagrosa. Ainda não há, no entanto, resultados publicados em artigo científico de fase 1.

O governo brasileiro quer assinar um acordo com o Ichilov para realizar as fases 2 e 3 dos testes com o medicamento no Brasil. Para isso, o presidente Jair Bolsonaro disse que iria em breve pedir à Anvisa uma análise para uso emergencial da droga no Brasil.

A delegação do Itamaraty e de outros ministérios desembarcou em Israel neste domingo (7). O primeiro compromisso foi na chancelaria israelense, em Jerusalém, onde o ministro Ernesto Araújo foi recebido pelo colega israelense Gabi Ashkenazi. Araújo deve ser recebido nesta segunda-feira (8) pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O grupo inclui, também, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Morales, os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ), e o Secretário Especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten.

Antes da chegada do ministro brasileiro e do filho do presidente, o chanceler israelense, Gabi Ashkenazi, perguntou a assessores como pronunciar o sobrenome de Eduardo Bolsonaro. Todos os presentes estavam usando máscara, que é obrigatória em todos os prédios e locais públicos, em Israel. Quem não usa máscara recebe uma multa que pode chegar a 500 shekels (cerca de R$ 850).

Israel está na vanguarda internacional no combate ao novo vírus, tendo empreendido uma campanha de vacinação em massa. Dados indicam uma queda brusca no número de infecções e mortes após o avanço da campanha de imunização.

Ao longo do ano passado, a estratégia dos israelenses para controlar a disseminação da Covid-19 esteve baseada em regras de isolamento social, incluindo lockdowns quando houve avanço na contaminação, e no rastreamento de pessoas contaminadas.

Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia critica medidas de distanciamento social e promove aglomerações.

A velocidade da vacinação no país esbarra na escassez de doses após o fracasso de negociações com laboratórios produtores, como a Pfizer.

Fonte: Diário de Cuiabá

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/05/spray-nasal-de-israel-deve-ser-testado-no-amazonas/

BNDES firmou empréstimos de R$ 283 Mi para fabricantes de cloroquina em 2020

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou, em 2020, quatro empréstimos de R$ 283 milhões para a Apsen e a EMS, fabricantes de medicamento à base de hidroxicloroquina. Embora sua ineficácia tenha sido comprovada em estudos científicos, desde o ano passado, o remédio é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como alternativa no tratamento à covid-19, o que impulsionou as vendas do medicamento.

O remédio é tradicionalmente usado para o tratamento de doenças reumáticas e da malária. No total, cinco farmacêuticas fabricam e vendem no País remédios com hidroxicloroquina: Apsen, EMS, Germed, Cristália e a multinacional francesa Sanofi-Aventis.

O BNDES, a Apsen e a EMS informaram que a contração dos empréstimos não tem qualquer relação com a produção de medicamentos a base de hidroxicloroquina. em nota, o banco ressaltou que “todos os pleitos financeiros são sempre submetidos à exame técnico de equipe especializada, que considera a viabilidade técnica, financeira e jurídica dos projetos, com base no seu conhecimento sobre o mercado, bem como da consequente aprovação do colegiado competente, em linha com a governança interna do BNDES”.

As operações contratadas pela Apsen foram reveladas em reportagem da Folha de S.Paulo, publicada na quinta-feira, 4.

Três dos empréstimos – um para a Apsen, de R$ 94,9 milhões, e dois para a EMS, de R$ 81,4 milhões e de R$ 47,8 milhões – foram contratados em fevereiro do ano passado, quando a covid-19 já era uma preocupação mundial, mas ainda não havia chegado ao País Segundo o BNDES, esses três financiamentos foram pedidos e aprovados em 2019.

No caso da EMS, o empréstimo de R$ 47,8 milhões foi destinado para construção de uma nova fábrica de medicamentos oncológicos. Já o financiamento de R$ 81,4 milhões foi destinado para a ampliação das linhas de produção de medicamentos, de embalagens e para o almoxarifado do complexo industrial da empresa em Hortolândia (SP).

Conforme a EMS, o crédito não teve “relação com a produção de sulfato de hidroxicloroquina”. A empresa produz a versão genérica do medicamento. Questionada, a EMS não informou qual foi a participação do remédio na receita total de 2020.

A Apsen contratou também um empréstimo, de R$ 59 milhões, em junho do ano passado, já em meio à pandemia. Esse financiamento foi pedido em agosto de 2019 e aprovado em abril de 2020, segundo o BNDES. A empresa informou que nem mesmo a operação aprovada em junho foi destinada a investimentos relacionados à produção de medicamentos a base de hidroxicloriquina.

“A Apsen solicitou as novas captações (financiamentos) visando exclusivamente projetos de expansão da área de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos e da área Industrial, com o objetivo de preparar as áreas produtivas para suportar o plano estratégico de lançamentos dos próximos anos. Reforçamos que nenhuma parte dos empréstimos cedidos à Apsen, seja pelo BNDES ou por qualquer instituição financeira, foi utilizada na produção, pesquisa ou qualquer ação relativa à hidroxicloroquina”, diz a empresa, em nota.

A Apsen fabrica há 18 anos o Reuquinol, o mais vendido dos medicamentos à base de hidroxicloroquina. Segundo a própria empresa, ela respondeu por 80% das vendas dos remédios que usam a substância no País no ano passado. Por outro lado, as vendas do Reuquinol geraram 6,6% da receita da farmacêutica em 2020, quando a empresa faturou R$ 1 bilhão, 18% acima do ano anterior. Em 2019, o Reuquinol garantiu 5% da receita da Apsen. Dessa forma, as vendas do medicamento a base de hidroxicloroquina passaram de R$ 42,4 milhões naquele ano para R$ 66 milhões em 2020.

Embora não tenham tido a eficácia contra a covid-19 comprovada cientificamente, remédios com hidroxicloroquina venderam mais no ano passado, conforme compilação do Conselho Federal de Farmácia (CFF). As vendas de sulfato de hidroxicloroquina mais que dobraram, para 2 milhões de unidades, alta de 113% ante 2019. Ainda assim, ficaram abaixo do salto de 557% nas vendas do vermífugo ivermectina, que atingiram 53,8 milhões de unidades. Para o CFF, as vendas foram puxadas pela “crença de que esses medicamentos sejam fórmulas milagrosas que previnam ou curem a doença que praticamente parou o planeta”.

Segundo o Sindusfarma, entidade que representa a indústria farmacêutica, as vendas de medicamentos a base de hidroxicloroquina atingiram R$ 91,7 milhões de faturamento para os fabricantes em 2020, alta de 66,7% ante os R$ 55 milhões de 2019.

A Apsen e a EMS não endossam o uso dos medicamentos com contra covid-19. “Com base nas evidências científicas atuais”, a Apsen informou, ainda na nota, que “recomenda a utilização da hidroxicloroquina apenas nas indicações previstas em bula, as quais são aprovadas pela Anvisa” e que “não há aprovação de nenhum órgão regulador da saúde, e nem da OMS, para utilização no tratamento da covid-19”. A EMS frisou que o sulfato de hidroxicloroquina tem “indicação em bula para tratamento de malária, artrite reumatoide e lúpus” e que “orienta que o produto seja utilizado conforme as indicações da bula, sob prescrição médica”.

Há um ano, em março de 2020, quando Bolsonaro exibiu uma caixa de Reuquinol num encontro virtual com líderes do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, o dono da Apsen, Renato Spallicci, divulgou nas redes sociais as imagens do presidente exibindo seu remédio. Embora o empresário já tenha compartilhado na internet assuntos positivos a Bolsonaro, a Apsen informou que Spallicci não tem relações pessoais com o presidente da República.

Em julho, após ser diagnosticado com covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixa de sulfato de hidroxicloroquina, naquela vez da versão genérica fabricada pela EMS, durante a live presidencial semanal. Carlos Sanchez, controlador do laboratório, participou de duas reuniões com Bolsonaro no início da pandemia, em março e maio do ano passado. Em reportagem do Estadão de julho, a EMS informou que a empresa “já passou por muitos governos e busca sempre estabelecer diálogo com todos eles” e eu os encontros de Snachez com Bolsonaro foram promovidos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para discutir “questões econômicas e o novo cenário brasileiro diante da pandemia de coronavírus”.

Fonte: Diário de Cuiabá

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/08/bndes-firmou-emprestimos-de-r-283-mi-para-fabricantes-de-cloroquina-em-2020/

1 Ano de pandemia: População consciente, a principal arma de enfretamento

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26 de fevereiro de 2020, o dia em que o primeiro caso de Covid-19 aqui no Brasil foi registrado, na cidade de São Paulo. Um homem de 61 anos, começou apresentar sintomas logo após o seu retorno da Itália. Neste começo, o vírus ainda era algo misterioso para o mundo todo e, principalmente, para médicos, estudiosos e pacientes.

Pouco mais de 10 dias após o primeiro registro, já haviam 13 pessoas contaminadas no país, levando o Ministério da Saúde a anunciar medidas de reforço nos atendimentos hospitalares de todo Brasil. Um mês depois do primeiro caso, o Brasil já tinha aproximadamente três mil pessoas contaminadas, foi ai que começou o descontrole de toda situação.

Quando a Covid-19 chegou aqui no país, a população não tinha o mínimo de conhecimento sobre o vírus, para muitos não se passava de uma gripe, e pouco se sabia sobre ele. Em março do ano passado, inicia-se a quarentena, o isolamento social, o uso obrigatório de máscaras e álcool em gel. Estas foram as medidas tomadas para diminuir e combater o avanço da Covid-19.

Mesmo após todas as medidas e protocolos de segurança imposta à população, nacionalmente poucas delas ou nenhuma delas foram colocadas em prática, cada vez menos se ver por exemplo, pessoas que não usam máscaras e nem se quer praticam o distanciamento social.

Este cenário onde a população começa descumprir todas as medidas de segurança, teve grande impulso através do discurso do próprio líder de governo do país. Em março de 2020, Jair Bolsonaro (sem partido) foi a TV falar sobre os fatos, e em seu discurso o presidente disse que o ”país devia voltar à normalidade e que o coronavírus era apenas uma gripezinha”. Logo após o discurso do presidente, grande parte da população brasileira deixou de tomar os devidos cuidados e medidas de segurança.

Pouco menos de um mês depois, em 12 de Abril, o presidente de forma equivocada, mentiu afirmando que o coronavírus estava recuando no Brasil. ‘Parece que está começando a ir embora a questão do vírus”, disse Bolsonaro no mesmo dia em que o país já registrava mais de 22 mil contaminações pela Covid-19.

Meses depois, a velocidade do crescimento de óbitos no país cresceu de forma assustadora. O presidente continuou minimizando os efeitos da pandemia, incentivando a circulação normal de pessoas nas ruas e colocando os números em dúvidas.

Nesta mesma época, em abril de 2020, Goiás começava a expandir redes hospitalares para combater o avanço da Covid-19 no estado. Medida colocada em prática pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). Na ocasião, Caiado disse que se nenhuma medida tivesse sido tomada, os casos estariam em outra situação.

De lá para cá, infelizmente em todo o estado, a situação saiu totalmente fora do controle. Goiás enfrenta hoje as taxas mais altas de lotação de UTIs desde o início da pandemia. No último dia 2 de março, Goiás registrou um novo recorde de contaminados em 24 horas e ultrapassou 400 mil casos de covid-19.

De acordo com Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) atualmente, o estado está com aproximadamente 97% dos leitos estaduais de UTI destinados ao tratamento de Covid-19, ocupados. Em todo o estado, apenas 12 leitos de UTIs estão disponíveis.

Algumas regiões já se encontram com 100% de ocupação de leitos de UTI, como Luziânia e Formosa, região do entorno de Brasília, onde os Hospitais de Campanha, já não conseguem mais atender todos os casos. Em todo o estado de Goiás, no último sábado (6), foram registrados 521 casos e 24 mortes confirmadas por Covid-19.

Na capital, a rede pública possui 254 leitos especiais e até o último sábado (6), apenas 1 estava disponível. Questionada sobre as medidas de protocolo e segurança ao combate da Covid-19, a enfermeira Camila Cássia de Carvalho Sá, que atua na linha de frente e atendimento ao Covid-19 no município de Guapó, região metropolitana de Goiânia, em uma escala de 1 a 10, ela faz uma avalição de 7, sobre a população não respeitar as medidas de segurança.

‘Em uma escala de 1 a 10, eu particularmente avalio 7. Pois vejo que, quem se preocupa de verdade são bem cautelosos, e alguns até ao extremo. Já entre essas pessoas que não se encaixam nessa escala, não tem responsabilidade nenhuma. Não usam máscaras corretamente, não higienizam as mãos, nas ruas por exemplo, vejo várias pessoas ainda sem máscara”, destaca Camila.

Atualmente, Goiânia é a capital que aplicou o maior valor de multa por falta de uso de máscara durante a pandemia da Covid-19. Casos de notificações que chegaram acima de R$ 900 mil reais.

A enfermeira Camila Cássia, ainda alerta sobre o aumento de casos no município de Guapó, nas últimas duas semanas a cidade teve um grande aumento em relação ao número de casos e mortes. ‘Infelizmente nosso município está com um aumento assustador nessas últimas duas semanas, tem dias que são 50 notificações diária de pessoas com suspeita do Covid-19. Ambulatório da cidade está lotado com pessoas no oxigênio, outros aguardando vagas em UTI, fora os óbitos que tivemos nesta semana”, afirma a enfermeira.

Os impactos da pandemia e a saúde mental dos enfermeiros

Os profissionais da saúde atuando 24 horas por dia no combate ao Covid-19 estão entre os grupos mais vulneráveis às consequências emocionais e psicológicas da pandemia. Diariamente eles encaram rotinas exaustivas, onde o foco total é dar tudo de si em prol de uma vida, de um paciente lutando para sobreviver.

A enfermeira Camila Cássia, que está diariamente frente aos pacientes com Covid-19, disse que em muitas vezes se sente cansada, um cansaço físico e psicológico.

‘Às vezes tenho muito cansaço físico e psicológico, juntamente com as estagiárias de enfermagem que vem me ajudando nas notificações, com a demanda grande do momento. Às vezes penso que não irei conseguir, mas quando vemos aquelas pessoas desesperadas, ansiosas e com medo de estarem contaminadas, a gente pede a Deus força, e eu como cristã me apego nela”, ressalta Camila.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em uso de suas atribuições, constituiu um guia para orientar cuidados a saúde mental de diversos grupos, incluindo profissionais de saúde.

Neste cenário, o profissional de saúde é apenas um protagonista. Uma população consciente e solidária é a principal arma de enfrentamento.

A enfermeira Camila Cássia ainda utiliza muito de sua fé para ter sabedoria e lidar com toda a situação. ‘Faço orações antes de iniciar mais um dia. Tenho fé que tudo isso vai passar, porém deixará muitas perdas, e sequelas”, diz Camila.

Vacina: Uma dose de esperança

O ano de 2021 começou rodeado de incertezas em relação a vacina para Covid-19 aqui no Brasil, embora algumas informações ainda vagas, tenham surgido ao longo dos primeiros dias do ano. Com a divulgação preliminar e ainda parcial dos dados de eficácia da CoronaVac pelo governo paulista, temos finalmente um pedido de autorização de uso emergencial na Anvisa.

Foram divulgados desfechos secundários muito promissores, mostrando um bom potencial da vacina para proteger contra doença que exija atendimento médico, hospitalização e óbitos.

No entanto, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou, por sua vez, que pretendia contratar doses da Coronavac para uso na campanha de imunização federal.

O que de fato sabemos é, vacinar o mundo contra a covid-19 é uma questão de vida ou morte. A esperança, enfim, bateu à porta. E veio na forma de vacina.

Fonte: Diário da Manhã

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/06/pandemia-valoriza-acoes-de-pequenas-farmaceuticas-veja-quem-mais-ganhou/

O setor químico na pandemia

Conselheiro federal do Conselho Federal de Química (CFQ), Newton Battastini é presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiquim) e está à frente do Grupo Tecpon. Em entrevista ao Correio do Povo, ele fala sobre o papel do profissional do setor no combate à pandemia da Covid-19 e dos problemas que a área química sofre no país, entre eles, a possibilidade de extinção do Regime Especial da Indústria Química (Reiq).

Veja também: Pandemia valoriza ações de pequenas farmacêuticas

Quais as principais atividades em que os químicos foram relevantes no combate à Covid-19?

Nas indústrias onde são fabricados os desinfetantes, detergentes, álcool gel, cosméticos, embalagem plásticas, máscaras, equipamentos médico hospitalares, a química está presente em nossas vidas de forma permanente e necessária.

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O Brasil está importando Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Qual o papel dos profissionais da química neste processo?

O Brasil depende dos insumos farmacêuticos principalmente da Índia e da China, 98% destes insumos são importados. Somos praticamente dependentes. Com isso, as empresas produtoras de ativo no exterior não empregam químicos brasileiros e enviamos lucros para outros países. Precisamos urgentemente voltar a investir nesta indústria química como em outras, mas isso acontecerá somente com a reforma administrativa e tributária.

Sabão e álcool em gel são os principais produtos citados como eficientes no combate ao vírus. Como e por que estes agentes se tornaram aliados da saúde na higienização, tanto pessoal quanto de objetos?

Eles são eficientes, mas são somente uma parte. Precisamos ter a higienização de todas as superfícies e desinfecção das superfícies fixas com produtos eficazes e regularizados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e, para isso, a presença dos químicos é de fundamental importância.

O senhor acredita que, com a pandemia de Covid-19, o campo de trabalho para as pesquisas na área será ampliado? De que forma?

Pesquisa e inovação já fazem parte do nosso dia a dia. Os químicos estão permanentemente pesquisando novas moléculas para ter ações cada vez eficientes contra vírus, bactérias e fungos, porque os microrganismos são muito mutáveis. Vejamos o exemplo da gripe, cada ano é uma vacina diferente. Os antibióticos também devem sempre ser desenvolvidos para as novas cepas. Logo, a pesquisa é permanente e hoje, graças à inteligência artificial e a rastreabilidade do RNA e do DNA, em pouco espaço de tempo, definimos possíveis soluções.

Faltam investimentos em ciência, saúde e na indústria farmacêutica, com a pandemia isso ficou claro. É possível que o cenário mude?

O que faltam são investidores, porque o governo federal, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e os governos estaduais, por meio das suas fundações, têm condições de financiar, e os bancos de fomento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), têm crédito. Mas devido à insegurança jurídica em diversas áreas, sem reforma tributária e administrativa, não iremos trazer investidores.

O que aprendemos com a pandemia a respeito do setor químico?

Que devemos cada vez mais estar atentos à Pesquisa e Desenvolvimento e as nossas escolas de química devem se atualizar, pensando para os próximos cem anos e não olhando o retrovisor, melhorando suas disciplinas para que os profissionais que virão a se formar vejam a indústria como o futuro deles e do país.

Quais os riscos que o setor corre com a possibilidade de extinção do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). Qual a importância dele e o que está sendo feito?

O fim do Reiq representará aumento de impostos para a cadeia química, que pode gerar retração de demanda na ordem de R$ 2,2 bilhões, com consequentes recuos de R$ 7,5 bilhões de produção, de R$ 2,5 bilhões de valor adicionado e de 60 mil empregos. A indústria química opera com baixo nível de utilização da capacidade instalada, que foi de apenas 72% em 2020, os produtos importados representam 46% do mercado nacional e a situação pode ser agravada.

Em termos práticos, existe o risco de fechamento de muitas fábricas?

Desestímulo à continuidade das operações das empresas e impacto direto na manutenção de empregos e na competitividade da indústria. Não é possível falar em extinção do Reiq e desconsiderar que ainda temos carência de medidas que promovam a redução do Custo Brasil, estimado pelo próprio governo em R$ 1,3 trilhão.

Fonte: Correio do Povo

TRF5 revoga decisão e Abrace pode continuar produzindo medicamentos de Cannabis

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O desembargador federal Cid Marconi, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5, decidiu revogar, na noite de quinta-feira (04/03), a decisão que suspendeu o funcionamento da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), no último dia 25/02. A medida se dá após uma vistoria que o magistrado decidiu fazer nas unidades da Abrace, que fica sediada em João Pessoa-PB, na quarta-feira (3). As informações são do Correio Braziliense.

Relator do processo no TRF5, Cid Marconi buscou entender melhor o modo de cultivo da matéria-prima, de produção do extrato medicinal de Cannabis e o funcionamento da Abrace. Assim, convidou todas as partes envolvidas no processo para acompanhar a inspeção, tanto na unidade administrativa quanto na de cultivo e manipulação, situadas em bairros distintos da capital paraibana.

Marconi foi recebido pelo presidente da Associação, Cassiano Teixeira, além de pacientes e familiares de usuários do extrato medicinal de Cannabis, que apresentaram o estabelecimento. Acompanharam a visita representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autora do recurso; da Procuradoria Federal na Paraíba; da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba; da Justiça Federal na Paraíba (JFPB); da Polícia Federal; do Ministério Público Federal; e da Defensoria Pública da União. Em paralelo, o TRF5 também promoveu uma videoconferência, da qual participaram senadores da República e deputados federais.

‘Impressiona a relevância e eficácia dos extratos no tratamento de sintomas e das próprias doenças que afligem severamente os associados da autora, ainda que esse dado tenha sido colhido de forma empírica, sem a cientificidade que é desejável num caso como o presente’, afirmou Cid Marconi.

Na ocasião, foi estabelecido um acordo temporário para a lide. ‘Nesse contexto, e com a relevante colaboração da Anvisa e da Abrace, foi possível construir consensualmente um meio de assegurar o funcionamento da referida Associação ao tempo em que ela providencia a regularização de suas atividades, conforme determinado na sentença recorrida, como condição para a vigência da liminar, até que a Terceira Turma (do TRF5) julgue, em definitivo, o recurso de apelação’, informou o desembargador federal.

Foram acordados os seguintes prazos, com base nos termos da sentença da 2ª Vara Federal da Paraíba:

-15 dias para que a ABRACE providencie o protocolo do seu projeto de ampliação, que deverá compreender as obras em andamento, que seguirá o trâmite regular junto à Anvisa, com prazos próprios, paralelamente ao projeto de regularização da produção atual de seus produtos;

-30 dias, pra que a ABRACE providencie o protocolo do projeto da estrutura que atualmente está em funcionamento, para regularização junto à Anvisa;

-30 dias – a partir deste segundo protocolo, para que a Anvisa examine o projeto (item b) e aponte os ajustes necessários para funcionamento, desde que todos os documentos necessários tenham sido apresentados;

-60 dias – a partir da manifestação da Anvisa, para a realização de todos os ajustes apontados pela Anvisa, prazo que poderá ser dilatada a critério da Anvisa, a depender das peculiaridades do caso concreto.

Durante a visita, o procurador-chefe da Procuradoria Federal na Paraíba, Eduardo de Albuquerque Costa, afirmou que a Anvisa está ao lado da Abrace. ‘Estamos disponíveis a oferecer assessoria, a ajudar (a Abrace) a cumprir os requisitos exigidos pelas normas. A Anvisa é mais uma parceira nessa situação’, garantiu.

O advogado da Abrace, Yvson Vasconcelos, por sua vez, comemorou o resultado da visita. ‘Acho que construímos um acordo que dá a possibilidade da Abrace existir enquanto entrega aquilo que é o seu escopo: saúde para os associados. A Abrace sempre buscou, junto à Anvisa, esse apoio, mas a Agência carecia das resoluções. Agora dá para a gente construir esse novo futuro’.

Ficou acordado, ainda, que a Abrace poderá retomar suas atividades, enquanto providencia as devidas regularizações. Aos órgãos envolvidos no processo caberá criar uma comissão, sob coordenação da Anvisa, para fiscalizar, a cada 30 dias, o andamento das adequações e, posteriormente, em periodicidade a ser definida pela própria Comissão, até ulterior deliberação do TRF5. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) também deverá ser convidada para acompanhar esse trabalho.

Entenda o caso

O desembargador federal Cid Marconi determinou, no último dia 25/02, o efeito suspensivo da liminar deferida pela Justiça Federal na Paraíba, que havia declarado o direito da Abrace de efetuar o cultivo e a manipulação da Cannabis exclusivamente para fins medicinais e para destinação a pacientes associados a ela ou a dependentes destes que demonstrem a necessidade do uso do extrato.

De acordo com os autos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após a prolação da sentença, editou duas Resoluções da Diretoria Colegiada sobre o tema: RDC 327/2019 e RDC 335/2020, que regulamentam questões relacionadas à fabricação, comercialização, prescrição e dispensação de produtos derivados da Cannabis para fins medicinais, entre outras providências normativas.

No entanto, a Anvisa demonstrou que, não obstante o condicionamento estabelecido na sentença ao cultivo e à manipulação da Cannabis para fins medicinais pela ABRACE, a Associação não havia providenciado, até então, documentos que autorizam e regularizam seu funcionamento, junto à Agência.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/04/abrace-continuara-fornecendo-medicamentos-a-base-da-cannabis-medicinal/

Conheça cinco fatos sobre a covid-19 que a ciência atualizou no último ano

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A cada dia, cientistas encontram evidências sobre o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Pesquisas sobre a covid-19, infecção provocada pelo vírus, também seguem sendo publicadas e atualizadas e, às vezes, o que sabíamos há um mês já é diferente do que sabemos agora. Como se trata de uma doença recente, a cada momento surgem descobertas e, por isso, as orientações técnicas podem mudar.

Já estamos há um ano em pandemia no Brasil e, no meio do caminho, novas variantes do vírus apareceram. É preciso se manter informado sobre as formas de infecção, prevenção e efetividade das políticas públicas. Para atualizar informações sobre este momento, O CORREIO traz pesquisadores para explicar ideias que foram sendo revisadas sobre a covid-19.

1. Máscaras mais potentes

As máscaras de pano continuam sendo muito úteis e cumprem um papel importante na prevenção à doença. O uso delas foi muito incentivado no início da pandemia porque, naquela época, havia uma escassez de máscaras cirúrgicas em todo o mundo. De lá para cá, a indústria correu atrás de atender à demanda e, neste momento, já temos disponibilidade de máscaras mais poderosas no mercado. Então, se você puder, vale a pena pensar em investir em uma proteção mais eficaz.

Nutricionista e epidemiologista pesquisadora da Rede CoVida, Naiá Ortelan explica que há muito já se sabe que máscaras do tipo N95/PFF2 são as melhores porque vedam bem o rosto, impedindo mais a passagem do vírus. O incentivo à aquisição deste modelo não se trata de uma descoberta, mas, sim, de nova orientação. Inclusive, alguns países, como a Alemanha e Áustria, já instituíram uso obrigatório delas em espaços fechados e lojas.

No início da covid-19, elas eram indicadas apenas para profissionais da saúde por causa da falta desse insumo a nível global. Com a reorganização da indústria e, sobretudo devido ao aparecimento de várias mutações mais infecciosas do coronavírus, pesquisadores têm indicado que as pessoas busquem proteções mais potentes.

Criadores do projeto Qual Máscara?, Beatriz Klimeck, que é doutoranda em Saúde Coletiva (Uerj), e o administrador Ralph Holzmann, gestor de mídias sociais, se juntaram para fazer divulgação científica dos melhores tipos de máscaras disponíveis hoje. Eles explicam que o tipo PFF2/N95 é reutilizável quando deixado em local arejado e seco por três a quatro dias após o uso, período em que o vírus vai ficando inativo. Por causa desse intervalo até o novo uso, é melhor ter mais de uma.

Diferente da máscara de pano, essas não podem ser lavadas ou higienizadas com álcool e água sanitária porque, se forem, serão destruídas. Basta colocar em “descanso”. É possível usá-las enquanto os elásticos ainda estiverem bons. Depois, descarte. Não compre o modelo com válvula, esse tipo protege apenas você e não quem está perto porque o filtro não é capaz de filtrar o ar na saída. Se você comprou uma dessa por engano, ponha uma fita isolante para tampar a válvula provisoriamente até adquirir outra e não visite idosos ou pessoas com comorbidades enquanto só tiver essa máscara.

As máscaras cirúrgicas também são opções melhores do que as de pano porque têm um clipe de metal para ajustar no nariz.

2. Limpeza de embalagens e comidas

Você lembra de quando circulavam tabelinhas detalhando o tempo que o coronavírus ficava impregnado em objetos e superfícies? No meio de fevereiro deste ano, uma orientação nova, da Food and Drugs Administration (FDA/EUA), equivalente à Anvisa no Brasil, indicou que já não há motivos para enlouquecer com a limpeza das compras do mercado. Não é preciso gastar tanta energia com isso. A instituição estadunidense emitiu um comunicado em que diz que a transmissão de coronavírus por embalagens e comida é improvável, muito baixa ou quase irrelevante.

Sabe-se, há um bom tempo, que a principal forma de transmissão da doença é de pessoa para pessoa, através de aerossóis, ou seja, pequenas partículas que ficam suspensas no ar quando um infectado tosse, espirra e fala. Para a FDA, o número de partículas de vírus que, teoricamente, poderiam ser captadas ao tocar uma superfície seria muito pequeno e a quantidade necessária para infecção por inalação oral é alta, então, as chances de infecção ao tocar a superfície da embalagem é considerada ‘extremamente baixa’.

Epidemiologista, Naiá Ortelan conta que, para a ciência, a contaminação por contato com a superfície continua sendo apenas uma hipótese não confirmada. Até hoje, não há relato concreto de nenhum caso de infecção a partir dessa via e, por isso, a higiene das compras deixou de ser uma grande preocupação. Não há indícios também de risco de entregas por delivery, seja para alimentação instantânea ou compras, no geral. Basta o cuidado simples de lavar as mãos após abrir as sacolas, e então pode-se consumir de imediato ou guardar.

Portanto, consumidores podem relaxar, não há tanta necessidade de higienizar as compras como prevenção ao coronavírus, mas calma! É bom entender além dessa questão. O físico Vitor Mori, pesquisador membro do Observatório Covid-19 BR, explica que uma das coisas que mais causam angústia na pandemia é essa sensação de que não podemos fazer nada para controlá-la.

‘Limpar as compras é algo visível e palpável e que cria a percepção de que temos controle sobre algo. O problema é quando isso se torna uma preocupação excessiva. Ainda assim, muita gente se sente bem fazendo isso. Em termos de higiene faz sentido… Estoques de supermercado não são exatamente os ambientes mais higiênicos do mundo. Faça o que te deixar mais confortável’, sugere.

Independente da pandemia, a higienização de alimentos é considerada importante pelo Ministério da Saúde porque algumas doenças – como a hepatite A, diarreia, cólera – podem ser transmitidas pela comida contaminada por bactérias e vírus. A limpeza é uma questão de se proteger contra outras enfermidades, principalmente em um momento em que vai ser mais difícil conseguir ajuda médica, já que os sistemas de saúde em boa parte do Brasil colapsaram ou ameaçam colapsar.

3. Desinfecção das ruas já não faz sentido

Pesquisadores ao redor do mundo têm chamado as ações de desifecção das ruas de ‘teatro da higiene’: um desperdício de recursos e tempo apenas para dar a sensação de que algo está sendo feito.

Em um artigo, a socióloga e escritora turca Zeynep Tufekci, professora da Universidade da Carolina do Norte, comentou o fenômeno já nos primeiros meses da pandemia e criticou o que ela chama de ‘políticas públicas inúteis e contraproducentes que apelam para as ansiedades ao invés de serem baseadas em evidências sustentáveis’.

Para Vitor Mori, engenheiro biomédico e pesquisador membro do Observatório Covid-19 BR, o “teatro da higiene” é perigoso porque a continuidade dessas iniciativas no Brasil tem atrasado a atualização de políticas públicas mais eficazes de prevenção à doença, avalia ele.

‘Desinfecção de superfícies e medição de temperatura é pouco útil para um vírus que é transmitido pelo ar por pessoas assintomáticas e pré-sintomáticas’, diz.

4. Revisão sobre a volta ao trabalho com base nos testes IgG e IgM

Embora sejam chamados de testes rápidos por oferecerem resultados em menos de uma hora, os exames de anticorpos IgG e IgM para detecção de covid-19 têm uma dinâmica bastante complexa, desde o armazenamento até a maneira de serem interpretados. Logo nos primeiros meses da pandemia, esses testes foram usados para encontrar ‘marcas’ da presença do vírus nas pessoas por falta de insumos para o exame mais confiável, o RT-PCR, que até hoje demora de 4h a 10 dias para o resultado. Uma série de condições fez os testes rápidos serem imprecisos, como a própria qualidade duvidosa dos produtos, a aplicação por profissionais nem sempre qualificados, armazenamento errado, variações climáticas que provocaram instabilidade e até o nível de carga viral das pessoas.

Muito usado como método de triagem, esses testes foram e continuam sendo úteis porque foram melhorados, alcançam mais gente e dão resposta mais rápida, por isso estavam sendo usados como condicionantes e orientadores para a volta ao trabalho, como lembra o farmacêutico e bioquímico Cláudio Paranhos, professor da UniFTC.

Coordenador de saúde ocupacional da Fecomércio do Ceará e pesquisador do centro de inovação do SESI, o médico Cláudio Patrício explica que, embora isso tenha ocorrido no começo da pandemia, hoje o exame para detecção dos anticorpos não deve ser usado para diagnóstico da covid-19, portanto, não deve ser solicitado para definir o início ou término do afastamento das atividades de um trabalhador.

Estes exames têm sido recomendados apenas para inquéritos epidemiológicos, ou seja, quando se quer detectar o grau de produção de anticorpos de alguém. Testes rápidos não podem ser usados para basear o retorno ao trabalho porque os resultados podem não aparecer positivos e o empregado seguir espalhando vírus no ambiente de trabalho. A avaliação para liberação ou afastamento tem sido feita com base na janela de dias e acompanhamento dos sintomas. Em geral, o afastamento dura, no mínimo, 10 dias, mas pode chegar a até 14 dias a partir do primeiro dia de sintomas.

5. Planos de saúde obrigados a cobrir testes

Desde março do ano passado, os planos de saúde estão obrigados a cobrir os exames do tipo RT-PCR para pessoas que desconfiam ou provavelmente estão infectadas. Só bem mais tarde, cerca de cinco meses depois da chegada do vírus, é que os testes rápidos, que medem anticorpos IgG e IgM, foram incluídos nesse rol de procedimentos dos planos, após muita discussão.

De qualquer maneira, o exame recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é o RT-PCR, porque ele identifica o tipo de vírus da infecção e confirma a covid-19. Quando estiver com suspeita de síndrome gripal, a pessoa deve procurar o serviço médico para verificar qual exame será melhor indicado e, então, buscar a operadora do plano de saúde para pedir indicação de um estabelecimento que tenha cobertura para a realização do teste.

*Veja como saber quais pesquisas levar a sério:

Nem todo estudo é confiável e é preciso ter bastante cuidado ao se deparar com conteúdos científicos ou supostamente científicos. Entenda em três pontos básicos:

1. Há pesquisas preliminares que não foram revisadas por outros cientistas e que não foram publicados em revistas científicas.

2. Esses estudos são chamados de pré-prints e devem ser vistos com muita cautela. Muitos destes conteúdos evidenciam a necessidade de mais investigações sobre temas e não devem orientar nem a prática médica e nem a vida individual.

3. É preciso ainda mais atenção com pesquisas financiadas por empresas privadas porque pode haver conflito de interesses por trás dos resultados.

Fonte: Correio 24 Horas Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/08/1-ano-de-pandemia-populacao-consciente-a-principal-arma-de-enfretamento/

Governo negou 3 vezes ofertas da Pfizer e perdeu 3 milhões de vacina

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Três ofertas da farmacêutica Pfizer foram rejeitadas pelo governo brasileiro no ano passado. Sendo assim, o País deixou de obter ao menos 3 milhões de doses em meio à escassez de vacinas contra a Covid-19. Duas das propostas feitas antes previam vacinas já em dezembro, quando o imunizante passou a ser aplicado em países como Reino Unido e Estados Unidos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Ainda de acordo com a publicação, a farmacêutica fez a primeira oferta ao Brasil no dia 14 de agosto de 2020. A proposta previa 500 mil doses ainda em dezembro de 2020, totalizando 70 milhões até junho deste ano. A Pfizer teria aumentado a oferta inicial quatro dias depois, elevando para 1,5 milhão o número de doses ainda em 2020, com possibilidade de mais 1,5 milhão até fevereiro de 2021 e o restante nos meses seguintes.

Uma nova proposta foi apresentada em 11 de novembro. Com o passar do tempo, governos de outros países foram tomando o lugar do Brasil, e as primeiras doses ficariam para janeiro e fevereiro.

Em 15 de fevereiro, a Pfizer fez nova oferta ao governo, a que está em vigor, de 100 milhões de doses, 30 milhões a mais que a primeira oferta, mas com início apenas em junho -prazo que o ministério agora tenta adiantar para maio.

A situação só mudou em 7 de janeiro, quando a pasta, enfim, anunciou ter fechado contrato poucos dias antes de o instituto entrar com pedido de uso emergencial da vacina na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Fonte: Carta Capital Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/08/conheca-cinco-fatos-sobre-a-covid-19-que-a-ciencia-atualizou-no-ultimo-ano/

Tratamento para tuberculose reduz doses diárias de comprimidos

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A partir de agora, o SUS, Sistema Único de Saúde, vai disponibilizar um tratamento para as pessoas que tratam a tuberculose em que haverá diminuição de doses diárias de comprimidos.

Isso porque o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz, o Farmanguinhos, obteve êxito no pós-registro de medicamento contra a tuberculose junto à Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Esta autorização permite a utilização do Insumo Farmacêutico Ativo, o IFA, Rifampicina, para a produção do fármaco Isoniazida mais Rifampicina, e melhorias operacionais que garantem a distribuição adequada para o Programa Nacional de Controle de Tuberculose do Ministério da Saúde.

A Fiocruz explica que a associação dos fármacos vai permitir a diminuição de doses diárias de comprimidos para os pacientes do SUS, o que é importante para aumentar a adesão ao tratamento contra a tuberculose.

Com a liberação da Anvisa, a Fiocruz já distribuiu 2,6 milhões unidades do medicamento para o Ministério da Saúde. A demanda total para o ano de 2021 é de 20 milhões de comprimidos. A partir de agora, o Farmanguinhos/Fiocruz assegura autonomia nacional para atender a demanda.

A tuberculose é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o principal fator de morte por um único agente infeccioso no mundo, acima até mesmo de HIV/Aids. O Brasil é considerado pela OMS como um dos 30 países com maior número de casos da doença no mundo.

Para o controle da tuberculose, a OMS recomenda que a meta de cura seja igual ou superior a 85% e a de abandono do tratamento seja menor do que 5%.

Fonte:  

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/19/vacina-mais-segura-contra-a-tuberculose/

Grupo capixaba lança startup para atender setor farmacêutico

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A tentativa de achar soluções para demandas e problemas internos dos serviços prestados pelo Grupo Farmacro a empresas do setor farmacêutico acabou levando a companhia a lançar um novo negócio: a startup Comparte Farma.

O grupo capixaba, no mercado desde 2014, iniciou, agora em 2021, a operação de uma plataforma que conecta farmácias e drogarias, principalmente de pequeno e médio portes.

O objetivo é realizar uma gestão das empresas que fazem parte desse núcleo e ajudá-las a ter maior controle e planejamento dos negócios, assim como torná-las mais competitivas no mercado.

Segundo o fundador e diretor do Grupo Farmacro e um dos idealizadores da startup, Anibal Neri, a nova plataforma contribui para dar sobrevida aos pequenos empreendimentos, que vêm sendo engolidos pelas grandes redes farmacêuticas nos últimos anos.

Ele explica que ao aderir à Comparte Farma, a farmácia potencializa o seu poder de negociação junto à indústria e aos fornecedores do setor, conseguindo vantagens comerciais. Além disso, segundo o empresário, a ferramenta oferece serviços de apoio à gestão, como consultoria on-line, assessorias jurídica, regulatória e farmacêutica, e PBM’s (Programas de Benefícios em Medicamentos).

“É uma plataforma de negociação para que pequenas farmácias possam competir com as mesmas vantagens comerciais das grandes redes. Foram dois anos de trabalho da nossa equipe para criar a plataforma e foi feito um investimento de R$ 1,5 milhão nela”

Neri afirma que a startup está presente em 206 cidades de 14 estados e atende a sete redes de farmácias. A previsão para 2021 é que 10 novas redes (bandeiras) entrem para a plataforma, ampliando o número de lojas usuárias, que hoje é de 337 unidades. O empresário complementa que a projeção é de que R$ 500 milhões em compras passem pela ferramenta neste ano.

Anibal Neri lembra que, antes de lançar a Comparte Farma, um serviço semelhante era prestado pela Farmacro e cita que algumas empresas que eram atendidas pela sua companhia conseguiram resultados importantes a partir da gestão profissional.

“Temos casos de farmácias que tinham apenas uma unidade por muitos anos, mas que, após receber nossos serviços, conseguiram abrir três ou quatro filiais. Isso é uma realização muito grande para nós. Pegar uma loja que está com a gestão ruim e dar apoio de compras e ver o pequeno empresário competindo com uma Drogasil é gratificante.”

Para ele, a expectativa é de crescimento ao longo de 2021 e o grupo já começa a planejar a adoção do modelo desenvolvido pela Comparte Farma em outros segmentos. “Por enquanto, é cedo para falar sobre isso. Mas posso te dizer que existem sim outros setores sendo estudados. Meus filhos é que já estão avaliando essa possibilidade.”

Confira abaixo o bate-papo do Na Lata com o empresário Anibal Neri.

PERFIL

Nome: Anibal Côrtes Neri

Empresa: Grupo Farmacro

Cargo na empresa: Diretor e fundador

Empresa está no mercado: Há 7 anos

Negócio: Serviços para farmácias e drogarias

Atuação: 206 cidades em 14 estados do Brasil

Funcionários: 17 diretos e 55 das empresas contratadas

JOGO RÁPIDO COM QUEM FAZ A ECONOMIA GIRAR

Economia:

Acredito na capacidade do brasileiro, e que as reformas tributárias e administrativas propostas, sendo aprovadas, podem impulsionar a nossa economia, que é pujante. Entendo que a chamada economia compartilhada e de plataformas dominarão as próximas décadas.

Pandemia do coronavírus:

Me lembro do rei Davi, um guerreiro vitorioso e reinado lembrado até os nossos dias, que em um dos momentos difíceis, disse: Enquanto eu meditava se acendeu um fogo no meu coração, e neste momento pediu a Deus para lhe fazer conhecer o quanto ele era frágil. Vejo que a humanidade está em momento semelhante, e ao meditar vê a sua fragilidade, e nesta oportunidade aprendemos muito. Alguns estão aproveitando este tempo de dor, perdas, mas de aprendizado.

Pedra no sapato:

Insegurança econômica e jurídica no Brasil.

Tenho vontade de fechar as portas quando:

Nunca tenho vontade, pois precisamos estar preparados para os desafios, que são diários.

Solto fogos quando:

Uma pequena farmácia ou drogaria passa a se beneficiar dos muitos serviços que prestamos, gerando renda e empregos para o que está sendo assolado pela concorrência dos gigantes do mercado.

Se pudesse mudar algo no meu setor, mudaria…:

Mudaria a tributação, por ser muito complexa e elevada, tornando-a mais simples e justa para as mais de 60 mil pequenas farmácias do Brasil, que em muitas cidades brasileiras funcionam como uma verdadeira unidade de saúde.

Minha empresa precisa evoluir…:

Sempre procuramos incluir a tecnologia mais moderna para atender aos nossos licenciados e usuários, portanto entendemos que devemos sempre evoluir, incluindo pessoas com a capacidade de desenvolver projetos disruptivos.

Se começasse um novo negócio seria…:

Prestar serviços ao pequeno e médio varejista, ou seja, o mesmo que fazemos atualmente.

Futuro:

A incerteza está sempre perseguindo as perspectivas por falta de previsibilidade, mas sou otimista e acredito que pode haver dias melhores para a economia, com a capacitação humana e tecnologia que facilita, mas segurança do futuro somente em Deus, que é onisciente, ou seja, conhece todas as coisas.

Uma pessoa no mundo dos negócios que admiro:

Difícil fazer esta escolha diante de tantos homens e mulheres notáveis no mundo dos negócios que admiro, tanto no meu Estado, no Brasil e em tantos outros países, mas citando apenas um, lembro aqui do Lee Lacocca, por ter reerguido a Chrysler nos anos 1980, tendo passado pelo chamado ‘chão de fábrica’ indo à presidência da Ford.

Fonte: A Gazeta Online ES

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/04/saiba-mais-sobre-projeto-de-lei-que-cria-regras-e-incentiva-startups-aprovado-pelo-senado/