STF exclui aplicação de juros de mora em dívidas trabalhistas

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O Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma nova decisão sobre os fatores de correção dos processos trabalhistas, garantindo que não sejam aplicados juros de mora nas ações de indenização e pagamento aos trabalhadores. Desta vez, o ministro Alexandre de Moraes analisou a reclamação de uma empresa do setor de serviços condenada ao pagamento de adicional de periculosidade a um ex-funcionário.

Na decisão, a juíza da Vara do Trabalho de Araçuaí/MG, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, determinou índices de correção da dívida, além de acrescentar juros de mora equivalentes aos indicadores de poupança, com base em um artigo da CLT.

Em dezembro, o STF discutiu os índices de correção das ações trabalhistas em todo país. A corte excluiu a Taxa Referencial (TR) das dívidas trabalhistas, e os ministros aplicaram o IPCA-E, na fase pré-judicial, e a partir do processo, a taxa Selic.

Mas, segundo advogados especializados, em janeiro, varas trabalhistas aplicaram os índices definidos pelo Supremo e mais juros de mora nas ações. As empresas então apresentaram uma reclamação e o Supremo, novamente, modulou o tema excluindo as taxas com repercussão geral sobre as demais ações. Segundo escritórios de direito trabalhista, a decisão deve atingir cerca de 6 milhões de processos em tramitação no país.

– Isso ia gerar uma nova enxurrada e onda de insegurança jurídica de como aplicar a decisão do Supremo. A decisão ajuda pacificar de uma forma muito rápida e vai atingir as ações que estão correndo ainda e que não transitaram em julgado ou as que já foram julgadas mas que o juiz não explicitou a forma de atualização da dívida trabalhista – ressalta o advogado Daniel Santos, sócio de trabalhista do Machado Meyer Advogados.

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes enfatizou que a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, é um índice composto, ou seja, serve como indexador de correção monetária e também de juros moratórios.

– Algumas varas tentam dar essa interpretação de que o Supremo teria se manifestado sobre o indexador e não sobre aplicação de juros. Mas o STF modulou essa questão e não há incidência de juros – explica Aline Fidelis, sócia de Trabalhista do Tauil & Chequer Advogados.

A decisão foi tomada no julgamento conjunto das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 58 e 59 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5867 e 6021, que questionaram a aplicação da TR (Taxa Referencial) como índice de correção já que o indicador está zerado e não poderia repor as perdas dos trabalhadores que tinham ações trabalhistas na Justiça.

Fabriccio Mattos do Nascimento, advogado trabalhista do Gameleira Pelagio Fabião e Bassani, lembrou que a decisão do Supremo sobre a correção das dívidas trabalhistas valem até que o Congresso vote uma lei que atualize os índices de correção.

– A taxa Selic funciona como um índice composto, seu indexador atua concomitantemente na correção monetária e nos juros moratórios, nos termos do Código Civil, até que haja uma solução legislativa definitiva – observa ele.

Fonte: Extra online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/08/28/stf-impede-correcao-de-dividas-trabalhistas-pela-tr/

Escassez de vacinas contra covid-19 ameaça segunda dose de idosos em São Paulo

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A escassez no estoque de vacinas contra a covid-19 tem dificultado o acesso de idosos à segunda dose da imunização em alguns municípios de São Paulo. Vera Marconi, de 87 anos, tomou a primeira dose em 12 de fevereiro na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Estação, em Franca. Pela data marcada no cartão de vacinação, o reforço deveria ser aplicado 21 dias depois, em 5 de março, mas, na semana passada, ao ligar para a unidade de saúde, a aposentada foi informada de que não precisava sair de casa porque a vacina tinha acabado. Marconi procurou, então, outra UBS, no bairro Leporace, e mais uma vez foi informada que as doses estavam em falta e que não havia previsão de retomada da vacinação. Franca resolveu suspender a aplicação da segunda dose em idosos com idade entre 85 e 89 anos na semana passada, mantendo o reforço do imunizante apenas em profissionais da saúde e em idosos com mais de 90 anos. Segundo a prefeitura, a restrição ocorreu porque ‘o Estado tem enviado lotes de vacinas insuficientes para o atendimento das demandas por faixas etárias no município’. O Estado, por sua vez, diz que tem atuado com agilidade na distribuição, mas o repasse de mais doses dependem da liberação de novos lotes pelo Ministério da Saúde. Os estudos apontam que a Coronavac, vacina que ela recebeu, tem eficácia garantida de 50%, em regime de duas doses com intervalo de 14 a 28 dias -por isso, o próprio Ministério da Saúde recomenda que Estados e municípios guardem doses suficientes para que não falte para os grupos cuja imunização já foi iniciada.

O município diz que diante da escassez de doses decidiu só abrir um novo grupo prioritário quando esgotar o atendimento do público alvo anterior e que idosos de 85 a 89 anos, grupo de Marconi, devem começar a receber a dose de reforço nesta quarta (10). A idosa, no entanto, ligou novamente para o posto de saúde nesta terça-feira e foi informada que a vacina ainda não chegou. Ela tem até a sexta-feira para receber o reforço dentro do prazo de 28 dias. O receio de atraso na segunda dose não acontece só em Franca. No início do mês, idosos da capital paulista também se queixaram de dificuldades para receber o reforço do imunizante no dia marcado, mas a prefeitura disse que eram casos pontuais e que o quantitativo necessário para a segunda dose havia, sim, sido reservado. Na ocasião, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que ‘houve um problema em uma unidade de saúde’, mas pontuou que o Estado que antes fazia a distribuição da segunda dose em até 21 dias agora está fazendo em até 28 dias ?o prazo máximo para o reforço do imunizante.

A campanha de vacinação no país tem sido marcada por desorganização e falta de padronização. Alguns gestores têm optado por usar todas as vacinas disponíveis, enquanto aguardam os novos lotes, cujas datas de envio ainda são incertas. Nesta semana, o Ministério da Saúde anunciou o repasse de mais 2,6 milhões de doses da Coronavac entregues pelo Instituto Butantan aos Estados, que por sua vez deverão distribui-las aos municípios.

A possibilidade de atraso na segunda dose é vista com preocupação pela biomédica Mellanie Fontes-Dutra, já que é preciso obedecer o regime estabelecido nas pesquisas para ter a proteção completa. ‘A gente não tem informação de eficácia da Coronavac com a dose de reforço depois de 28 dias’, aponta. A primeira dose já confere ao usuário alguma proteção, mas a pergunta sobre qual a eficácia de uma única dose não foi respondida pelos estudos desta vacina. Por isso, a pesquisadora defende que os gestores se atentem para o fornecimento do regime de doses completo, enquanto não temos dados indicando a proteção com apenas uma dose.

O coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 do Governo de São Paulo, João Gabbardo, tem defendido a aplicação de todas as doses disponíveis para tentar proteger um número maior de pessoas e reduzir a pressão no sistema de saúde. ‘É desperdício guardar vacina para a segunda dose, mesmo correndo o risco de certo atraso. Se atrasar uma ou duas semanas, não afetaria nada. Agora antecipar a vacina para o número maior de idosos, mostraria uma redução em internações e óbitos’, afirmou em entrevista à CNN. O Governo de São Paulo chegou a solicitar que essa sugestão fosse acatada pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI) e o próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou a prefeitos no dia 19 de fevereiro que mudaria a estratégia de vacinação. Mas uma nota técnica da pasta que comanda divulgada posteriormente seguiu indicando a necessidade de reservar a segunda dose diante de um cronograma ainda instável de entregas.

Fontes-Dutra afirma que vacinar mais pessoas neste momento de agravamento da pandemia ?na última semana, o país registrou recorde de mais de 10.000 mortes pela covid-19? é uma boa estratégia, juntamente da garantia da chegada de novas doses no intervalo correto por parte do Governo, aliado a medidas restritivas mais duras capazes de conter a transmissão do vírus. ‘Caso uma pessoa se infecte após o recebimento da primeira dose ?ou seja, sem ter o regime completo de doses?, ela pode ainda desenvolver a doença, mesmo que de forma mais leve, necessitar de atendimento hospitalar e ainda transmitir para outras pessoas. Essa transmissão pode ajudar o vírus a mutar’, explica. A biomédica acrescenta que é por isso que fala-se tanto para a adesão às medidas de enfrentamento, mesmo para aqueles que estão se vacinando.

A biomédica diz que, se os governantes estiverem dispostos a aumentar as restrições a ponto de barrar a transmissão, pode ser uma boa ideia. Mas na prática, o que o país tem visto são medidas restritivas que carecem de maior intensidade diante da gravidade da pandemia no país, com vários Estados batendo recordes de internação de pacientes com covid-19 e filas por leitos de UTI. ‘O lockdown tem ser bem implementado pra gente ver o retorno’, diz Fontes-Dutra. ‘É um risco imenso que o aumento da transmissão do vírus traz para nós, e a necessidade de cada vez mais acelerarmos a vacinação, garantirmos todo o regime de doses para cada pessoa que se vacina e, aliado a isso, aderir às medidas de enfrentamento e às restrições dos municípios e estados é urgente neste momento’, explica.

A conta de vacinas do Governo não fecha

Pressionado por governadores e prefeitos para comprar vacinas e acelerar a imunização no país no momento mais crítico da pandemia, o Governo Federal tem tentado correr atrás do prejuízo por ter demorado a comprar vacinas enquanto o mundo negociava com as farmacêuticas. Nos últimos dias, foram feitos vários anúncios de novas negociações com laboratórios e até de acordos de aquisição de milhões de doses antes mesmo da assinatura dos contratos. Mas, na prática, o Brasil enfrenta uma série de atrasos no cronograma de entrega até mesmo de vacinas já contratadas anteriormente.

Nesta segunda-feira, o ministro Pazuello mudou mais uma vez a previsão de doses para este mês. Se em fevereiro o general havia anunciado 46 milhões de doses para março e no último sábado sua pasta previu apenas 30 milhões de doses neste mês, agora o ministro fala em ’25 milhões a 28 milhões’ a serem recebidas até o dia 31. Segundo Pazuello, a redução ocorre por conta de atrasos na entrega de 8 milhões de doses da AstraZeneca (cuja segunda dose deve ser aplicada em um intervalo de até três meses) produzidas pelo laboratório indiano Serum, em razão do bloqueio de exportações pela Índia. O ministro diz trabalhar em um esforço diplomático para garantir a importação e voltou a defender a produção nacional.

‘Então, é por isso que nós estamos falando de produção nacional, porque se nós não tivermos uma produção nacional como temos hoje no Butantan e na Fiocruz, nós não vamos ter condição de vacinar em massa o nosso país’, afirma Pazuello. A Fiocruz, que chegou a planejar a entrega de 15 milhões de doses neste mês, só deverá entregar 3,8 milhões de doses por conta do atraso na importação do IFA em janeiro e de uma falha técnica em um dos laboratórios. Mas anunciou o início da produção em escala nesta semana e afirmou que dialogará com a Anvisa para antecipar a entrega de doses. ‘Estamos produzindo 250.000 a 300.000 doses por dia. Antes do fim do mês, estaremos já produzindo cerca de 1 milhão de doses por dia’, afirmou o diretor da unidade Bio Manguinhos da Fiocruz, Maurício Zuma.

O presidente Bolsonaro se reuniu na última segunda (8) com representantes da Pfizer por videoconferência, após meses de críticas à farmacêutica, para conversar sobre um acordo de compra e pedir a antecipação de entrega de doses. Depois da reunião, porém, coube ao ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciar que foi fechado um acordo com a farmacêutica, que teria garantido a entrega de 14 milhões de doses entre maio e junho porque teria conseguido ampliar a capacidade de produção. O contrato, porém, ainda não foi assinado. ‘Nós temos que olhar pra frente. Temos que acabar com a narrativa de guerra, da destruição’, afirmou Guedes. Segundo a Folha de S. Paulo, no ano passado o Governo rejeitou um acordo para compra de 70 milhões de doses da Pfizer. Os argumentos foram as cláusulas consideradas ‘draconianas’ pelo Governo especialmente no caso de questões ligadas a efeitos adversos serem julgadas em tribunais interacionais. Cláusula semelhante também estava no contrato com a Astrazeneca, a primeira grande aposta do Governo.

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Fonte: El País

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De diarreia a hepatite: médicos alertam sobre uso indiscriminado de ivermectina contra Covid-19

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O aumento da procura por ivermectina em farmácias no Ceará reacende o alerta sobre o uso indiscriminado de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Segundo especialistas, além de a ivermectina gerar uma falsa sensação de segurança que prejudica o tratamento adequado da doença, o uso sem orientação médica ou de um farmacêutico pode provocar uma ‘hepatite medicamentosa que te leva à UTI em 48 horas’, alerta Egberto Feitosa, representante do Ceará no Conselho Federal de Farmácia (CFF).

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Pela bula do medicamento, a ivermectina é usada para tratar verminoses. As reações adversas são diarreia, náusea, perda ou diminuição da força física, dor abdominal, anorexia, constipação, vômito, tontura, sonolência, vertigem, tremor e, em alguns casos, urticária. No entanto, por mais que o remédio seja considerado seguro para tratar o que se propõe, o uso indiscriminado dele tem consequências graves, assim como ocorre com outros medicamentos, até mesmo suplementos vitamínicos.

‘A gente vê com bastante preocupação qualquer uso indevido de medicamentos, especialmente agora na época da pandemia’, ressalta Feitosa. Segundo o farmacêutico, por mais que a ivermectina, assim como a cloroquina e a azitromicina sejam remédios tarjados, que exigem receita, muitos os compram e os consomem de forma indiscriminada na esperança de eficácia contra a Covid-19. ‘Já existe um controle sobre isso [a venda], mas a gente orienta a população que não faça uso sem prescrição, acompanhamento’, reforça.

O infectologista e consultor da Escola Pública de Saúde do Ceará (ESP-CE), Keny Colares, diz que ainda não há no Brasil remédio específico que evite a multiplicação do coronavírus no organismo nos primeiros sete dias da infecção. O ‘Kit Covid’, como é chamado o combo de medicamentos usado de forma indiscriminada, estimulado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, pode, inclusive, ter reações em pacientes com comorbidades que, possivelmente, já tomem outros remédios para a pressão e/ou diabetes.

‘E mais preocupante do que isso é o que essas medicações fazem de efeito colateral indireto. Por pessoas que usam achando que elas protegem da infecção e, por causa disso, deixam de fazer os cuidados que realmente são protetores [como distanciamento e uso da máscara] ou por pessoas que estão com a doença e que estão tomando o remédio achando que estão se tratando quando, na verdade, não estão’, analisa o infectologista. Neste último caso, o risco, de acordo com Keny, é de os pacientes buscarem a rede hospitalar já em estado muito grave.

Contraponto

Para o infectologista Anastácio Queiroz, o uso indiscriminado da ivermectina só acontece porque as pessoas, no desespero, buscam sozinhas formas de conter o avanço da infecção no próprio corpo. ‘A ivermectina, apesar de ser uma medicação antiparasitária, é anti inflamatória e tem efeito direto na divisão do vírus’, defende o médico. Contudo, ele alega que o efeito positivo está associado ao uso orientado de outros medicamentos e que ‘não protege 100%’, além de que também não desobriga o uso de máscara e o respeito ao distanciamento social.

Tratamento

Nos primeiros sete dias da doença, a orientação médica, segundo o infectologista Keny Colares, é repouso, hidratação, observação e medicação para controle da febre. Após esse período, diz, a infecção entra na segunda fase, que é quando é necessário ter mais cuidado.

‘Nessa fase, existem algumas medicações que estão sendo recomendadas, mas mais pra dentro do sistema hospitalar, pra pacientes que já estão com algum grau de falta de ar’, pontua o infectologista.

De acordo com ele, há uma discussão no âmbito da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) para, nessa etapa, ainda antes de uma possível internação, aplicar medicamentos que ‘acalmem’ o sistema imunológico, que tende a ficar superativo para enfrentar o vírus. ‘Às vezes ele [sistema imunológico] exagera na reação e acaba danificando o corpo. A gente não pode parar nosso sistema imune, mas pode fazer com que não tenha a ativação exagerada. […] Um tratamento que a gente chama de ‘imunoregulador”, explica Keny.

Esse tratamento ainda está em análise e não é aplicado em todos os pacientes, apenas naqueles que os médicos considerarem aptos.

Controle da pandemia

O ideal, para Keny, seria ter remédios e vacinas para combater a Covid-19. No entanto, desde o ano passado, a maior parte dos investimentos tem sido direcionada para o desenvolvimento de imunizantes, o que não é errado, na opinião do infectologista. ‘Do ponto de vista de saúde pública, a vacina vai acabar conseguindo beneficiar mais gente e mais rápido do que remédio. Ideal é ter os dois, mas quem vai fazer a diferença no controle da doença vai ser a vacina’.

Anastácio, por sua vez, diz que o combate à Covid-19 tem que ser pautado por quatro pilares: prevenção, tratamento inicial, tratamento hospitalar e imunização. ‘Se você quebra um pilar desse, a doença terá curso’, assegura.

Fonte: Diário do Nordeste Online

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Vacina indiana contra Covid-19 induz produção de anticorpos em mais de 98% de participantes de estudo

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Vacina indiana

A vacina indiana Covaxin, produzida pelo laboratório Bharat Biotech, é segura e induz à produção de anticorpos em mais de 98% dos participantes quando utilizada na dosagem mais alta.

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Esses são os principais achados de um estudo clínico de fase 2 da vacina contra a Covid-19 produzida na Índia a partir de vírus inativado.

A Covaxin foi testada em humanos apenas no país asiático, onde foi aprovada para uso emergencial e está sendo aplicada na população desde o dia 3 de janeiro. No Brasil, o Ministério da Saúde assinou uma compra de 20 milhões de doses no último dia 25 de fevereiro, mas o imunizante ainda não possui aval da Anvisa.

Mesmo com os ensaios clínicos de fase 3 ainda em andamento, a empresa divulgou, na última quarta-feira (3), resultados preliminares de eficácia da vacina, apontado até 81% de eficácia.

O ensaio de fase 3 é conduzido com cerca de 26 mil participantes distribuídos em 25 centros hospitalares na Índia. No início do ano, especialistas criticaram a empresa e autoridades sanitárias indianas por terem autorizado o uso emergencial da vacina sem a conclusão da pesquisa ou divulgação dos resultados de fases preliminares.

A publicação na noite da segunda-feira (8) traz os dados de imunogenicidade (capacidade de gerar resposta imune) e segurança da vacina. Já os resultados completos da última fase são esperados para as próximas semanas, segundo a empresa.

No ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado de fase 2, foram avaliados 380 participantes com idades entre 12 e 65 anos divididos em três grupos: dois grupos receberam uma das duas dosagens do imunizante (3µg ou 6µg) e um que recebeu placebo (substância sem efeito no organismo). Os participantes receberam duas doses de vacina ou placebo via intramuscular em um intervalo de 28 dias.

O objetivo primário do estudo era verificar a presença de anticorpos neutralizantes no sangue dos participantes quatro semanas após a segunda dose.

Passados 56 dias após a primeira dose (28 dias após a segunda dose), os participantes que receberam a dosagem maior tiveram mais de 98% de taxa de soroconversão, ou seja, produziram anticorpos que bloqueiam a ação do Sars-CoV-2.

Naqueles participantes que receberam a dosagem mais baixa, a taxa de soroconversão foi de cerca de 93%.

Quando testado o sangue dos participantes em relação ao chamado plasma convalescente, de indivíduos que se contaminaram e se recuperaram da Covid-19, não houve diferença significativa entre a taxa de anticorpos encontrada no plasma convalescente e nos participantes que receberam as duas doses da vacina no estudo, indicando uma boa capacidade de induzir resposta imune por meio de anticorpos.

Além da proteção via anticorpos, também chamada humoral, os pesquisadores avaliaram a proteção dada por resposta imune celular. Após 56 dias, a resposta imune celular, principalmente produzida por células T, foi alta, o que não foi observado para outras vacinas com vírus inativado, geralmente com baixas respostas celulares.

A vacina também se mostrou segura, comprovado pela baixa incidência de efeitos adversos: cerca de 3% dos participantes nos dois grupos de dosagem reportaram efeitos colaterais, dos quais a maioria (70%) foi leve, como dor no local da injeção ou fadiga, e passaram em menos de 24 h.

Os pesquisadores também divulgaram dados do acompanhamento a longo prazo de participantes da primeira fase de ensaios clínicos. Após três meses, os voluntários continuaram a apresentar anticorpos no sangue, o que indica uma resposta imune duradoura.

Apesar de terem sido incluídos no estudo crianças e adolescentes de 12 a 18 anos e idosos com idade entre 60 e 65 anos, os participantes desses dois grupos eram minoria, e por isso não é possível ainda aferir imunogenicidade nessas faixas etárias, segundo os autores.

O estudo, porém, apresenta limitações. A principal delas é o fato de não terem sido realizado testes periódicos ou exames de rotina nos participantes para avaliar infecção por Sars-CoV-2 durante o ensaio. Como a pesquisa foi feita durante um período de alta incidência de casos de Covid-19 na Índia, os pesquisadores não descartam a possibilidade de a taxa de anticorpos verificada no sangue de alguns dos voluntários vacinados ter sido artificialmente inflada por uma eventual contaminação natural e resposta imune verdadeira ao vírus, e não induzida por vacina.

Por fim, ao mesmo tempo em que desenvolviam essa pesquisa, os cientistas testaram o soro de 38 indivíduos vacinados contra a variante inglesa do Sars-CoV-2 (B.1.1.7), e observaram que a vacina foi capaz de neutralizar essa variante.

Os resultados desse pequeno estudo foram divulgados recentemente como pré-print (ainda sem revisão por pares) na plataforma medRxiv, mas caso sejam confirmados, a Covaxin seria mais uma vacina a garantir proteção contra as novas variantes do coronavírus que causam preocupação.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Última semana teve mais mortes do que primeiros 72 dias de pandemia no Brasil

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A semana passada somou mais mortes de brasileiros por Covid-19 do que os primeiros 72 dias de pandemia no país.

Do dia 1º de março ao último domingo (7), foram registrados 10.482 óbitos pelo coronavírus em todo o Brasil. É a maior marca para uma única semana até o momento. Em comparação, de 26 de fevereiro do ano passado, quando foi confirmado o primeiro caso no país, ao dia 8 de maio daquele ano houve 10.022 mortes.

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Em nove estados, a semana passada foi a que mais teve óbitos decorrentes da Covid-19. São eles: Acre, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Todos eles estão com hospitais cheios e alta de casos.

Somente na capital paulista, 410 pessoas perderam a vida para a doença na semana que passou -em todo o estado, foram quase 2.000. Também houve recorde de internados nos hospitais de São Paulo.

Na Bahia, onde foi decretado toque de recolher à noite até o fim do mês, o governador Rui Costa (PT) chorou ao falar sobre as vítimas da Covid e pedir a colaboração da população às medidas para tentar barrar o avanço do vírus. Em Salvador, todo o comércio está fechado, e apenas serviços essenciais podem funcionar.

A capital baiana tem o maior número de internados em leitos de UTI desde o início da pandemia. Nesta segunda (8), são 546 pacientes, e a ocupação está em 85%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Santa Catarina, por sua vez, tem registrado média de 5.000 novos casos por dia, sem sinais de que o índice de contaminação possa desacelerar. Segundo a classificação feita pelo governo estadual, todas as 16 regiões do estado são consideradas de risco potencial gravíssimo, quando há alta de mortes, casos e do indicador conhecido como RT, que mede a transmissão.

Em seu pior momento em toda a pandemia, o Brasil vive um cenário de hospitais lotados, alta acelerada da contaminação, novas variantes do vírus e vacinação lenta.

De acordo com o monitor do jornal Folha de S.Paulo, que mede a aceleração da pandemia no país, 204 das 324 cidades com mais de 100 mil habitantes têm casos em alta ou com tendência de estabilidade, mas em patamar elevado.

Até o momento, o país vacinou cerca de 8 milhões de pessoas com a primeira dose, e quase 3 milhões delas receberam também a segunda dose.

Isso representa 4% dos adultos vacinados com a primeira dose e quase 2% com a segunda. O estado com mais vacinados proporcionalmente é o Amazonas, que recebeu doses extras em meio a sério colapso do sistema de saúde e vacinou 10% dos maiores de 18 anos.

Já países como Israel e Reino Unido investiram em campanhas de vacinação em massa. No primeiro, mais da metade da população já recebeu a primeira dose. O segundo soma 22 milhões de vacinados e prevê a volta das atividades normais, com relaxamento das medidas de restrição, para junho.

As vacinas disponíveis no Brasil são a Coronavac, do Butantan e da farmacêutica Sinovac, e a Covishield, imunizante da Fiocruz desenvolvido pela parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca. A vacina da Pfizer tem o registro definitivo da Anvisa, mas ainda não está disponível no país.

Conforme publicou a Folha de S.Paulo, o governo federal recusou três ofertas da Pfizer para a compra de vacinas. Ao todo, foram oferecidas à administração federal cerca de 70 milhões de doses, sendo 3 milhões com entrega prevista até fevereiro. Nesta segunda, o governo anunciou a compra de 14 milhões de doses da vacina.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Brasil deve ter vacinas da Covid para 6% em março, em ritmo mais lento que prometido

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O Brasil deve receber este mês um número de doses de vacinas contra a Covid-19 suficiente para imunizar apenas cerca de 6% da população, apesar da promessa feita pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que a vacinação brasileira atingiria um patamar elevado em março, com quatro vacinas diferentes à disposição.

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O percentual de vacinados no Brasil caminha a passos lentos, com apenas 4% da população imunizada com a primeira dose, e a velocidade da vacinação é fundamental para conter a epidemia e reduzir a alta mortalidade, de acordo com especialistas. Apenas o grupo prioritário reúne quase 80 milhões de pessoas — trabalhadores de saúde, idosos, indígenas e pessoas com morbidades, entre outros.

O país registra o surto de coronavírus que mais se acelera no mundo atualmente e bate recordes seguidos de mortes. São quase 1.500 óbitos por dia em média e mais de 266 mil no total.

Segundo pesquisadores brasileiros da Unicamp e da Unesp, em estudo sobre a eficiência da vacinação no combate à pandemia, a vacina da AstraZeneca, que está sendo envasada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reduziria de 35% a 57% o número de mortes provocadas pela Covid-19 se aplicada a um ritmo de 600 mil pessoas por dia — em linha com o que fora prometido pelo governo para este mês.

No entanto, ao contrário das mais de 19 milhões de doses do imunizante prometidas originalmente para março, o país tem garantidas apenas 3,8 milhões de doses fornecidas pela Fiocruz para o mês, uma vez que houve problemas na importação de doses da Índia e a própria Fiocruz tem sofrido atrasos em sua produção, além das incertezas sobre o recebimento de doses do programa Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O impacto que a vacinação pode ter depende em especial da velocidade que a gente vacina”, disse à Reuters o pesquisador Thomas Vilches, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, um dos autores do estudo.

“A eficiência total da campanha de vacinação não está relacionada apenas com a eficácia da vacina, mas está muito relacionada com a velocidade que a gente consegue distribuir essa vacina para a população”, acrescentou.

Assim como a vacina da AstraZeneca, a CoronaVac também tem potencial de reduzir as mortes por coronavírus, de acordo com o estudo, mas em percentual menor, de 19,5% a 45,2%, se aplicada a um ritmo de 600 mil pessoas por dia.

Se a vacinação atingir o dobro da velocidade, esta redução pode chegar a 73% para a vacina da AstraZeneca e 65% para a CoronaVac, segundo o estudo. “Os resultados dizem respeito à onda da epidemia que ocorre concomitantemente com a vacinação e, a longo prazo, esta redução deve ser ainda melhor, uma vez que a população já está imunizada”, disse Vilches.

A CoronaVac, da chinesa Sinovac e envasada no Brasil pelo Instituto Butantan, continuará representando a maioria absoluta das doses aplicadas no país este mês, apesar de ter sido duramente atacada pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo do ano passado, já que promessas do governo de obter outros imunizantes não se concretizaram.

Em menos de três semanas, Pazuello mudou as contas do governo sobre a oferta de vacinas pelo menos três vezes, passando de uma promessa feita em 17 de fevereiro de disponibilizar 45,9 milhões de doses em março para um número atualmente de 25 milhões a 28 milhões.

Confirmadas, na prática, estão apenas 3,8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca envasadas na Fiocruz e 21 milhões de doses da CoronaVac — o suficiente para vacinar 12,4 milhões de pessoas com duas doses, ou 6% da população brasileira.

O número de doses representa uma redução de 46% em relação ao prometido por Pazuello no mês passado, quando o Ministério da Saúde divulgou um cronograma que previa 16,9 milhões de doses da Fiocruz, 8 milhões de doses da indiana Covaxin e 400 mil doses da russa Sputnik V, além de 2,6 milhões de doses do programa Covax e as doses da CoronaVac.

Tanto a Covaxin quanto a Sputnik, no entanto, ainda não receberam aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação no país, e há incerteza sobre as entregas de doses do Covax em todo o mundo.

Até o momento, o Brasil vacinou apenas 8,5 milhões de pessoas com a primeira dose, de acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde levantados por um consórcio de veículos de imprensa.

“A vacinação está péssima, a vacina tem que ser muito rápida, não se pode perder tempo, tem que ser o mais rápido possível”, disse o infectologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da USP.

“DESASTRE DA VACINAÇÃO”

Pressionado pelo agravamento da pandemia no país em um momento que o restante do mundo começa gradualmente a se recuperar devido, em parte, ao avanço da vacinação, o governo federal passou a correr atrás de imunizantes, mas esbarra em limitação na oferta imediata.

A Pfizer, cuja vacina foi a primeira do mundo a ser aplicada contra a Covid-19 e que teve uma oferta de 70 milhões de doses rejeitada pelo governo federal no ano passado, agora está perto de fechar um acordo com o ministério, mas com as primeiras doses previstas apenas para maio.

Considerada pelo próprio ministério como a melhor vacina para a realidade brasileira por ser de dose única e fácil armazenamento, o imunizante da Johnson&Johnson também está a caminho de ser encomendado, mas com primeira entrega apenas em setembro.

“A vacinação é um desastre pior do que a gestão da crise”, disse Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e ex-presidente da Anvisa, apontando que o país dependeu que Fiocruz e Butantan fossem atrás das vacinas, ante a inação do governo federal no ano passado.

De acordo com o Ministério da Saúde, agora o Brasil já assegurou 415 milhões de doses de vacinas ao longo de 2021 e negocia mais 161 milhões, o que seria suficiente para vacinar toda a população.

Questionado sobre as reduções no cronograma de doses, o ministério informou, em nota, que as previsões de entregas de vacinas são enviadas pelos fornecedores dos imunizantes e estão sujeitas a constantes alterações, conforme a disponibilidade dos laboratórios.

Fonte: BOL

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Brasil ignora 6 das 13 vacinas em avaliação para uso emergencial na OMS

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Tanto o Ministério da Saúde como a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmaram que estão dispostos a conhecer todas as vacinas que prometem imunizar contra o novo coronavírus, sem distinção de fabricante ou país. Porém, dos 13 imunizantes em avaliação pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para uso emergencial, o Brasil tem ignorado seis deles.

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Segundo a OMS, há 182 possíveis vacinas contra a covid-19 em estado pré-clínico de desenvolvimento. Dos 79 imunizantes em fase clínica, 13 estão em processo de avaliação para pré-qualificação e uso emergencial pela organização.

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7 vacinas listadas pela OMS em ‘processo de reconhecimento’

Das 13 vacinas na lista de pré-qualificação da OMS, três já foram aprovadas: a da Pfizer; da AstraZeneca/Oxford; e Covishield. O Brasil já assinou acordos com esses laboratórios.

A Pfizer teve registro concedido pela Anvisa, faltando apenas a assinatura do contrato com o governo federal.

A AstraZeneca/Oxford aparece na lista por duas vezes, mudando apenas a Autoridade Reguladora Nacional de Registro (NRA Of Record, em inglês). A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comprou os diretos de desenvolvimento do imunizante, mantendo a produção nos mesmos moldes. Já a Covishield é produzida pelo Serum Institute of India, que forneceu ao Brasil o insumo da Astrazeneca.

Outra listada pela Organização é a Sinovac Biotech, à qual o Instituto Butantan, em São Paulo, se associou para desenvolver a CoronaVac. Para aprovação do uso emergencial pela OMS, falta apenas a entrega de um documento adicional, com previsão de conclusão em meados de março.

Já as vacinas Moderna e Sputnik V estão em fase de tratativa final com o Brasil e também compõem a lista. De acordo com a Anvisa, ainda não foi feito pedido de autorização pela Moderna. Quanto à Sputnik, a Anvisa está aguardando somente o restante da documentação. Na OMS, o processo de ambas vacinas deve ser concluído ainda este mês.

Recentemente aquirida pelo Brasil, a vacina da Janssen também faz parte da lista de pré-qualificação da Organização, aguardando última documentação para finalizar o processo em março.

Segundo a OMS, o grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage, em inglês), integrante da Organização, recebeu, recentemente, informações para analisar a eficácia da Moderna, AstraZeneca/Oxford e Pfizer. Nos estudos laboratoriais, a Moderna apresentou eficácia de 94,1%, enquanto a outras tiveram resultado positivo em 63,09% e 95% dos casos, respectivamente.

As seis vacinas analisadas pela OMS e ignoradas pelo Brasil

A Ad5-nCoV, do laboratório chinês CanSino, foi a primeira vacina a ser patenteada no mundo e faz parte da lista dos 13 imunizantes em fase de aprovação pela OMS. Porém, o Brasil ainda não demonstrou interesse na compra. Ela já foi aprovada nas duas primeiras fases da organização e seguirá com o processo somente em abril deste ano.

Da mesma forma, embaixadores chineses têm oferecido a Sinopharma ao governo federal. Porém, o imunizante tem agradado mais a parlamentares do que ao Executivo, sem expectativas para um acordo com o governo brasileiro.

A vacina aparece duas vezes na lista da OMS, com um laboratório locado em Pequim e outro em Wuhan. A de Pequim está aguardando a conclusão da penúltima etapa de avaliação e deve ter processo concluído ainda em março. Já a de Wuhan ficou estacionada na primeira fase.

A vacina americana Novavax e o segundo imunizante Russo, a EpiVacCorona, ainda estão sendo analisados pela OMS, com ambos processos em fase inicial. Apesar de conhecidas no mercado, o Brasil também não demostrou interesse de compra. Ainda, as chinesas das empresas Zhifei Longcom e IMBCams também compõem a lista, mas sem avanço nas avaliações e sem expectativa de requerimento pelo Brasil.

Fonte: BOL

Pesquisadores descobrem desregulador endócrino cancerígeno em filtros solares e cremes anti-idade

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A composição de um filtro solar frequentemente utilizado em cremes anti-idade e protetores contra raios UV entrou no radar de pesquisadores franceses e americanos. Eles descobriram que uma substância presente nestes produtos – alguns de célebres marcas como La Roche-Posay, L’Oréal, Garnier e Neutrogena – pode se transformar em um desregulador endócrino potencialmente cancerígeno.

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Parte do estudo foi realizado pelo Laboratório de Biodiversidade e Biotecnologias Microbianas do Observatório de Oceanologia de Banyuls sur Mer, no sudoeste da França, e publicado nesta semana na revista científica Chemical Research in Toxicology. Segundo a pesquisa, à medida em que o produto envelhece, o octocrileno – ingrediente presente em diversos cosméticos – se tranforma em benzofenona, uma substância extremamente perigosa e já proibida em diversos países.

Em entrevista à RFI, a brasileira Alice Rodrigues, engenheira de estudo que participou do trabalho, explica que já se sabia que o octocrileno pode se transformar em benzofenona, mas nunca se havia pesquisado sobre a reação dessa substância em produtos de beleza. Isso foi o que motivou os pesquisadores, que selecionaram 17 produtos cosméticos com fator solar comercializados em supermercados e farmácias franceses, de forma aleatória. Apenas um deles não continha octocrileno.

Em seguida, as mercadorias foram submetidas a um processo de envelhecimento acelerado, para verificar como seria sua transformação ao longo de um ano. “Depois dessa etapa, medimos novamente a presença da benzofenona nos cremes e ela dobrou em todos os produtos que continham octocrileno”, diz. O fenômeno não foi verificado na mercadoria que não levava essa molécula em sua composição.

Alice Rodrigues explicou à RFI porque o octocrileno é uma molécula potencialmente perigosa. “Ele pode passar a barreira da pele, entrar na corrente sanguínea, ser transmitido de mãe para filho na amamentação. Mas o que é mais preocupante, que é o que descobrimos no estudo, é que ele pode se transformar em benzofenona, que é muito tóxico e potencialmente cancerígeno”, salienta.

A engenheira de estudo afirma também que a benzofenona apresenta diversos riscos à saúde dos indivíduos, atuando como um desregulador endócrino e podendo causar também dermatites e urticárias.

Desafio para o consumidor

Para Philippe Lebaron, co-autor do estudo e biólogo do Laboratório de Biodiversidade e Biotecnologias Microbianas do Observatório de Oceanologia de Banyuls sur Mer, o estudo é um argumento a mais para que o octocrileno seja proibido na composição de cosméticos. Mas, enquanto agências reguladoras de medicamentos não fizerem essa determinação, Alice Rodrigues sugere que as pessoas fiquem atentas à presença dessas substâncias nos produtos.

“É um pequeno esforço que podemos fazer enquanto consumidores, procurar saber o que tem nos produtos que usamos. É verdade que às vezes são formulações quilométricas, mas com o alerta do nosso estudo, talvez, a partir de agora, achar a palavra ‘octocrileno’ nas embalagens vai ficar um pouco mais fácil”, diz.

A engenheira de estudo também convida as agências reguladoras a determinarem que as empresas fabricantes de cosméticos assinalem, nas embalagens, a ausência ou a percentagem de octocrileno utilizada nos produtos.

Nefastos para o meio ambiente

Segundo o Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, há provas suficientes que a benzofenona também é perigosa para os animais. Nos bichos, ela pode resultar em câncer de fígado e linfomas, além de problemas cutâneos.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/09/brasil-busca-spray-em-israel-mas-ignora-o-da-usp-e-o-de-cuba/

Além disso, o octocrileno é apontado pelos pesquisadores como extremamente prejudicial à vida marinha, especialmente aos corais. “Alguns fabricantes já o retiraram de seus protetores solares por razões ecológicas”, indica Philippe Lebaron.

Não é à toa que territórios que possuem recifes de corais, como as Ilhas Virgens americanas ou as Ilhas Marshall, proibiram o uso de produtos que contenham essa substância. Por isso, os autores da pesquisa lembram que esse tipo de cosmético representa tanto uma ameaça para a saúde humana quanto para o meio ambiente.

Fonte: BOL

Gangorra política estressa o mercado

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Pelo segundo dia consecutivo, o mercado financeiro sentiu os abalos políticos de Brasília. Em uma sessão marcada pela tensão e incerteza, o Ibovespa encerrou a terça-feira com alta de 0,65%, com 111.330 pontos. Após o baque de segunda-feira, quando a bolsa sofreu uma queda de quase 4% em razão da anulação, pelo Supremo Tribunal Federal, dos processos referentes ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o humor dos investidores variou de acordo com as notícias provenientes do Planalto Central.

Pela manhã, o nervosismo tomou conta do mercado por causa do risco de a Câmara dos Deputados, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, desidratar a PEC Emergencial, excluindo os servidores da Segurança Pública das restrições fiscais impostas ao orçamento no contexto da pandemia. Mas a declaração do deputado Daniel Freitas (PSL-SC), relator da PEC na Câmara, de que o texto da proposta a ser levado ao plenário será “exatamente o que veio do Senado” tranquilizou os investidores e revigorou o pregão. Contribuíram ainda para o dia positivo na Bolsa os resultados no exterior, com ganho de 3,69% no Nasdaq e de 1,42% no S&P 500. Apesar do desempenho de ontem, a bolsa segue amargando perdas. Na semana, o Ibovespa acumula queda de 3,36%, limitando o ganho a 1,18% no mês — em 2021, a bolsa brasileira caiu 6,46%.

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Para o economista e sócio da G2W investimentos Ciro Almeida, fatores como a falta de orçamento para este ano, o relaxamento do ajuste fiscal e a volta da polarização, com a possível candidatura do ex-presidente Lula, deixam os investidores inseguros. “O mercado trabalha com previsibilidade, e isso não acontece com o Brasil neste momento. Ainda é preciso ressaltar que o ‘liberalismo intervencionista’ de Bolsonaro espanta os investidores, que têm visto uma nova face do presidente”, ressaltou o especialista.

“A possibilidade de uma eleição polarizada, de novo, desestabiliza, principalmente, a confiança e a previsibilidade do mercado quanto à retomada do crescimento econômico do país. Bolsonaro tem mostrado uma agenda liberal intervencionista que não aponta muita preocupação com o ajuste fiscal, o que pode levá-lo a adotar medidas populistas, podendo prejudicar ainda mais a trajetória brasileira”, alertou Almeida. Não faltam números para preocupar os analistas econômicos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caminha para quase 5%, devendo superar o teto previsto, pressionado por uma contínua alta de derivados do petróleo. O mesmo se espera da taxa Selic, que pode sofrer alta com a elevação do risco fiscal e de piora da inflação.

Dólar a R$ 6No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia a R$ 5,797, com alta de 0,33%. Já o dólar turismo ultrapassou o patamar de R$ 6 e foi negociado a R$ 6,43 em casas de câmbio de São Paulo.  Ciro Almeida previu novas altas. “A gente pensa que não, mas quem sofre com isso é a população de maior vulnerabilidade, pois com essa série de aumentos, os produtos consumidos por ela também aumentam, principalmente a cesta básica”, ressaltou.

Outros analistas reforçam a ideia de que a política ainda afetará muito os nervos dos investidores, com reflexos no mercado financeiro e na economia em geral. “O mercado está ainda um pouco grogue, fazendo pausa para respirar. Tudo que não se queria para 2022 era a polarização entre Lula e Bolsonaro, com o Centro enfraquecido — mas é o que parece estar se desenhando. Vai haver volatilidade, mas com juros reais perto de zero ou negativos, o custo de oportunidade continua muito pequeno, ainda que a Selic venha a subir a partir da semana que vem, gradualmente como se espera”, avaliou Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo. Ele prevê aumento de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária. “Ainda há tempo para o governo fazer reformas, mesmo na pandemia”, acrescentou.

“Com Lula elegível, o risco é a antecipação do calendário, com medidas eleitoreiras já em 2021, o que seria um problema. Precisamos ver como esse risco eleitoral antecipado fará o governo ‘performar’ daqui em diante. Não vejo espaço para Lula aparecer muito agora, nem creio que seja de seu interesse”, concluiu Knudsen.

Com Agência Estado. * Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza

Ajuste pode render economia de R$ 150 bi

A economia potencial prevista com as medidas de ajuste da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que autoriza uma nova rodada de auxílio emergencial é de R$ 150 bilhões em 10 anos para União, estados e municípios. Para os cofres do governo federal, seriam poupados R$ 34,3 bilhões em uma década, valor inferior ao limite estipulado de R$ 44 bilhões para a nova rodada do benefício.

Os cálculos são do diretor de estratégias públicas da MAG, Arnaldo Lima. “A economia potencial de gastos na União é inferior à extensão do auxílio emergencial, que passa a ser essencial para a proteção da população mais vulnerável, especialmente diante da segunda onda e das medidas de lockdown”, disse Lima, ex-secretário- adjunto de Política Econômica no Ministério da Fazenda e diretor de Políticas Fiscais e Sociais no antigo Ministério do Planejamento. Para os estados, ele calcula economia de R$ 54,7 bilhões e, para os municípios, de R$ 60,9 bilhões.

Até agora, nem o Ministério da Economia nem o senador Marcio Bittar, relator da PEC no Senado federal, apresentaram dados com o ganho caso os gatilhos sejam acionados. Eles são considerados o coração da PEC para a equipe econômica, que trava uma queda de braço contra o próprio presidente Jair Bolsonaro e parlamentares para que essas contrapartidas não sejam desfiguradas na votação da Câmara e pela manutenção do valor de R$ 44 bilhões de gastos com o pagamento do auxílio.

O maior ganho potencial de R$ 92,9 bilhões é justamente a trava para promoções nas carreiras. O congelamento dos salários por mais dois anos daria uma economia de R$ 56,9 bilhões nas três esferas de governo. Com apoio do próprio Bolsonaro, há um movimento para desidratar a potência dos gatilhos, blindando as categorias de forças de segurança especialmente. Outros servidores também querem ficar fora do alcance do ajuste.

Nos estados e municípios, a PEC já prevê um acionamento de gatilhos facultativo, quando as despesas correntes chegarem a 95% das receitas correntes. O governador e o prefeito que não acionarem essas medidas de contenção de gastos não poderão receber aval do Tesouro Nacional para novos empréstimos.

Segundo Lima, o mercado vai olhar com lupa a possibilidade de aprovação do congelamento da progressão automática de salários no primeiro momento e a reforma administrativa, no segundo momento. “Sem essas medidas, o teto dos gastos não terá sustentabilidade”, pontuou o especialista.

Fonte: Correio Braziliense

Elfa Medicamentos tem receita de R$ 2,9 bi e cresce 57%

Elfa Jose

A Elfa Medicamentos, distribuidora controlada por fundos do Patria Investimentos, fechou o ano passado com uma receita líquida de R$ 2,9 bilhões. O resultado é 57% superior ao de 2019. A lucratividade teve um incremento de 37%, totalizando R$ 70,8 milhões.

O crescimento orgânico do grupo foi de 18,5%, o que indica que o principal fator de expansão da companhia foi o robusto plano de aquisições e fusões em 2020. Foram ao sete ao todo, sendo cinco no quarto trimestre – Fenergy, Surya Dental, Mostaert, Oncorio e Biohosp. As outras duas aquisições do ano aconteceram em abril, com a compra da Medcom; e em junho, com o fechamento da fusão com a Atrial Saúde.

“Essas operações diversificaram nosso portfólio e ampliaram nossa presença no país, além de reforçarem a transformação da Elfa em um ‘one stop shop’ de soluções para a cadeira logística de saúde”, comenta o CEO José Antonio Vieira.

A Elfa começou 2021 com duas novas aquisições: em janeiro com o fechamento da Dupatri Hospitalar e, em fevereiro, foi anunciada a assinatura da aquisição do Grupo Anbioton.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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