População reclama da dificuldade para retirar medicamentos de alto custo


Moradores reclamam que não conseguem retirar medicamentos de alto custo em Sorocaba

Moradores de Sorocaba (SP) têm reclamado que não conseguem retirar medicamentos de alto custo nem com ordem judicial. Alguns deles não têm condições de pagar os preços dos remédios e precisam deles para sobreviver.

A doença do aposentado Luiz Antonio da Fonseca não tem cura. Há dois anos ele convive com a fibrose pulmonar idiopática, que ataca os pulmões. O remédio que ele precisa tomar não deixa a doença avançar e, sem o medicamento, as consequências são visíveis: ele sente dificuldade para respirar e os pulmões podem parar de funcionar.

“O remédio estabiliza a doença, ele não cura, mas estabiliza. Se você parar de tomar, o que acontece? A doença começa a progredir”, explica.

Ao pesquisarem o preço na internet, ele e a família descobriram que custa quase R$ 10 mil um pote e só dá para um mês. São nove comprimidos por dia.

Nas mãos, Luiz tem todos os documentos, desde o pedido do médico até a ordem judicial, mas, até agora, não serviu para nada. Desde novembro do ano passado, a resposta na farmácia de alto custo é sempre que não tem.

“No final de 2017, quando o médico pediu o medicamento, que teria que ser pelo estado, nós entramos com uma ação judicial, porque senão eles não iriam fornecer. Depois parou e eu não posso ficar nem um dia sem o medicamento”, completa Luiz.

Moradores de Sorocaba reclamam da dificuldade para retirar medicamentos na farmácia de alto custo — Foto: Reprodução/TV TEM

A pensionista Vera Lúcia Viana Novais também depende de um remédio de alto custo para viver. Ela teve um derrame aos 18 anos e ficou com os movimentos do lado direito do corpo prejudicados. Até para falar é bem difícil. Depois do derrame, ela descobriu que tinha lúpus, uma doença inflamatória que não tem cura e pode afetar outros órgãos do corpo.

O tratamento para que ela consiga viver sem dores é uma injeção que custa cerca de R$ 3.500. Deve ser aplicada uma vez por mês, mas desde novembro ela está sem.

Sem o remédio, a pensionista também sente falta de ar e tem medo que a doença piore. Faz tempo que ela busca uma resposta: desde 2015 também tem ordem judicial. No começo, ela disse que o remédio até chegava, só que agora está mais difícil e a doença segue avançando.

“Sempre que eu pego, aí não tem. Eu sentia muita falta de ar, aí eu fui na pneumologista e ela falou que o lúpus que ataca qualquer órgão”, comenta.

Em nota, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba esclareceu que os dois medicamentos não fazem parte da lista definida pelo governo federal para distribuição na rede pública.

O pirfenidona 267 mg e o belimumabe 400 mg estão em fase de aquisição e os pacientes serão avisados assim que estiverem disponíveis

Ainda segundo a nota, em todos os casos de decisões judiciais, o DRS inicia imediatamente o processo de aquisição tão logo recebe a notificação.

“Porém, alguns fatores alheios ao planejamento podem prejudicar a agilidade no processo, como ausência de receita médica no processo; documentação incompleta; o atraso por parte do fornecedor; os pregões “vazios” (quando nenhuma empresa oferta o medicamento); ou até os pregões “fracassados” (quando as empresas estabelecem preços acima da média de mercado, o que inviabiliza legalmente a aquisição)”, completou.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

plugins premium WordPress