Fapesp: medicamento para hipertensão pulmonar pode se tornar uma opção contra o câncer

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Um medicamento usado no tratamento da hipertensão pulmonar reduziu significativamente a capacidade de células tumorais migrarem e invadirem outros tecidos em testes feitos com linhagens de tumores de pâncreas, ovário, mama e leucemia. Além disso, em camundongos com uma forma agressiva de câncer de mama, o fármaco diminuiu em 47% a incidência de metástase no fígado e nos pulmões, bem como aumentou a sobrevida em relação aos animais não tratados.

O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.

“O medicamento ambrisentan é um inibidor do receptor da endotelina A, que tem um papel na constrição dos vasos sanguíneos. Por isso, é usado para tratar a hipertensão pulmonar [normalmente causada por doenças autoimunes como lúpus e esclerose sistêmica]. No laboratório, vimos que o fármaco tem efeito em células de tumores, evitando a migração dessas células para outros tecidos, além de outros efeitos que ainda estamos investigando”, explica Otávio Cabral Marques, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenador do estudo, financiado pela FAPESP.

Marques conduziu o trabalho durante o seu pós-doutorado na Universidade de Freiburg, na Alemanha, em colaboração com pesquisadores daquele país e dos Emirados Árabes Unidos. Atualmente, coordena um projeto apoiado pela FAPESP na modalidade Jovem Pesquisador.

O receptor de endotelina tipo A é conhecido por ser expresso no endotélio, a camada que reveste a parede interna dos vasos sanguíneos, e em células do sistema imune. Outros estudos já mostraram também que ele está envolvido no crescimento e na metástase de vários tumores.

“Parece que o efeito da droga não é apenas na migração das células tumorais, mas também na neoangiogênese, ou seja, na formação de novos vasos sanguíneos necessários para alimentar o tumor. Estamos realizando experimentos para comprovar isso. Se for confirmado, a droga teria um efeito sistêmico, não apenas inibindo a migração do tumor para outros tecidos, como também bloqueando a geração de novos vasos que o fazem crescer”, conta o pesquisador.

O benefício do medicamento para o tratamento do câncer ainda não foi comprovado. O uso sem orientação médica pode trazer risco à saúde, especialmente para gestantes.

Experimentos

Usando uma técnica para medir a migração celular, os pesquisadores observaram que o medicamento reduziu significativamente esse fenômeno tanto nas células tumorais que receberam um estímulo como na migração espontânea. Foram testadas linhagens de tumor de ovário, leucemia, pâncreas e mama.

Em seguida, camundongos no estágio inicial de uma linhagem agressiva de câncer de mama (4T1) foram tratados por duas semanas antes de terem o tumor implantado e duas semanas depois. Nesse experimento, a redução da metástase foi de 43%, aumentando a sobrevida dos animais.

“Como a metástase das células 4T1 ocorre muito rapidamente nos camundongos, iniciamos o tratamento antes, para podermos nos aproximar mais do que aconteceria com humanos”, explica.

Agora, com outros pesquisadores do ICB-USP, Marques se prepara para a realização de testes clínicos. A ideia é testar o medicamento em um grupo de pacientes que já realiza quimioterapia e observar se eles se recuperam melhor do que um outro grupo (controle) que passa apenas pelo tratamento padrão.

Embora o fármaco tenha a vantagem de poder ser administrado por via oral, o pesquisador acredita na possibilidade de fazer uma aplicação direta no tumor, de forma a aumentar seu efeito. Ainda não foi definido em que tipo de câncer serão feitos os testes clínicos.

Fonte: Portal Governo do Estado de São Paulo

Morte por febre amarela reforça a importância da vacinação

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Foi confirmada pela Diretoria Epidemiológica (Dive/SC) a primeira morte por febre amarela neste ano em Santa Catarina. A vítima foi um homem de 34 anos morador de Águas Mornas, na Grande Florianópolis. O fato desperta um alerta para a população sobre a atenção à doença que, mesmo durante a pandemia, exige cuidados.

A coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de Tubarão, Gabriela Nunes Martins, lembra que as precauções com a doença partem da prevenção. “Estamos orientando a população para a vacinação precoce da febre amarela e sobre os cuidados em casa, para não deixar água parada que pode contribuir para a procriação do mosquito transmissor da doença”, afirma a coordenadora.

 

No mês passado, a morte de oito macacos em Santa Rosa de Lima deixou as unidades de saúde vigilantes sobre a possível presença da doença na Amurel. A UVZ confirma que houve mais de 57 macacos encontrados mortos na região e que alguns deles positivaram para a febre amarela. A coordenadora ainda explica que os animais mortos são um sinal de alerta, mas que não são eles os responsáveis pela doença. “Quem causa a doença é o mosquito Haemagogus em área silvestre e o Aedes aegypti em área urbana”.

Dentre os principais sintomas estão febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos, fraqueza e cansaço, dor abdominal e icterícia (pele amarelada). Muitos desses indícios assemelham-se aos da covid-19, por isso, Gabriela orienta que, em caso de alguma sintomatologia, deve-se procurar uma unidade de saúde para que se façam os exames necessários para identificar a doença.

Além dos cuidados individuais, principalmente em suas casas, a única forma de se proteger contra a febre amarela é a vacinação. A vacina, que passou a ser produzida no Brasil em 1937, garantiu que, desde 1942, não houvesse registro da febre amarela urbana no país. Com dose única, válida para o resto da vida, o imunizante não possui contraindicações e pode ser encontrado em qualquer Unidade Básica de Saúde. “A vacina contra a febre amarela sempre esteve e continua disponível na rede básica de saúde gratuitamente, basta procurar os postinhos para se vacinar”, enfatiza a coordenadora da UVZ.

Fonte: Sul Agora

Foliculite na virilha, o que é? Causas, tratamento e prevenção

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A foliculite é uma inflamação que atinge os folículos pilosos, que são responsáveis pela formação de pelos e cabelos. Sendo assim, ela pode afetar qualquer parte do corpo, incluindo a virilha, tanto em homens quanto em mulheres. No caso da foliculite na virilha, ela pode ser um pouco mais incômoda devido a região que geralmente fica coberta.

A foliculite na virilha normalmente é caracterizada pelo surgimento de bolinhas vermelhas na pele, acompanhadas de coceira e um certo desconforto, sendo muito parecida com uma espinha mesmo. É um problema considerado comum, mas que pode comprometer a qualidade de vida e o bem estar da pessoa. Isso porque além das lesões, pode ainda desencadear manchas. Mas, felizmente existem formas de cuidar e até prevenir a foliculite na virilha.

Por isso, hoje iremos falar mais sobre a foliculite na virilha, o que causa a inflamação, e as formas de tratar e prevenir.

Foliculite na virilha

Como dito anteriormente, a foliculite pode aparecer em várias regiões do corpo, mas principalmente em áreas pilosas e com muito atrito, como é o caso da virilha. Sendo assim, a foliculite na virilha pode ser bem recorrente dependendo dos hábitos da pessoa. Ela aparece como várias bolinhas na pele, muito semelhantes as espinhas, causando muita coceira, e até mesmo manchas escuras na pele.

A foliculite na virilha pode ser classificada em dois grupos, de acordo com a gravidade da inflamação. Primeiro temos a foliculite superficial, que como o próprio nome já sugere, é uma inflamação na superfície do folículo piloso. É o caso mais leve da inflamação, causando apenas vermelhidão na região, e pequenas erupções com um tipo de pus e coceira moderada.

Tem também a foliculite profunda, que se estende por todo o folículo piloso chegando até a raiz. Nesse caso, a lesão avermelhada tem também um nódulo de pus endurecido, causando além da coceira, dor, queimação e inchaço na região. Além disso, pode desencadear a formação de cicatrizes e manchas escuras na pele.

Causas da foliculite na virilha

A foliculite é uma inflamação causada pela obstrução dos folículos, dificultando a saída dos pelos. Sendo assim, o quadro inflamatório pode ser causado por vários fatores.

Entre os mais comuns estão o aumento da queratização da pele, que causa a obstrução dos folículos, depilação com lâmina feita de forma incorreta ou cera, o uso de roupas íntimas, calças e shorts muito justos. Tudo isso aliado com o calor e suor acumulados devido ao abafamento das roupas, são fatores que aumentam o risco de ter foliculite na virilha.

Mas, além disso, esse tipo de inflamação nessa região pode ser causada pela bactéria Staphilococcus, comum na pele de seres humanos. Contudo, outras bactérias e vírus também podem influenciar ao desenvolvimento da infecção, bem como fungos que se proliferam em ambientes quentes e úmidos.

Sendo assim, para tratar a foliculite na virilha é preciso tomar certos cuidados e adotar alguns hábitos para evitar o quadro inflamatório.

Tratamento

Em todo caso, para obter um diagnóstico correto e o melhor tratamento, o ideal é procurar ajuda de um dermatologistas. Isso porque apesar de um problema simples, alguns casos graves demandam um cuidado especial, principalmente em casos de foliculite profunda.

Mas, de modo geral, o tratamento para foliculite na virilha varia muito, dependendo do tipo e gravidade da inflamação e do paciente. No caso da foliculite superficial, ela pode ser tratada com medidas caseiras, como a aplicação de compressas mornas três vezes ao dia no local. Desse modo é possível aliviar a coceira e diminuir o inchaço. Além é claro de manter a região sempre higienizada, secar corretamente, e evitar o uso de roupas muito apertadas.

Dependendo da necessidade, pode ser prescrito ainda o uso de uma pomada específica para foliculite e outros dermocosméticos, como hidratantes e produtos com ativos despigmentastes  para suavizar as manchas. Nesse caso, o tempo de aplicação dependerá da gravidade da inflamação e do timo de recuperação do paciente. E como as lâminas são um dos principais fatores causadores da foliculite na virilha, o método deve ser substituído, para um menos agressivo.

No entanto, em casos mais graves da inflamação, pode ser necessário o uso de remédios via oral. Desse modo os antibióticos agem sobre a inflamação causada por bactérias, e os anti-inflamatórios funcionam para curar a foliculite causada por fungos. E em último caso, intervenção cirúrgica para drenar o pus, mas apenas quando os abcessos estivem muito inflamados.

Como prevenir a foliculite na virilha

Tanto para tratar quanto para prevenir a foliculite na virilha, o ideal é adotar uma rotina de cuidados específicos e evitar hábitos que possam piorar o quadro inflamatório. Veja a seguir alguns passos para cuidar da pele da virilha e prevenir o aparecimento dessas bolinhas tão incômodas:

  1. Higienização: lave a região usando água morna e sabonete antisséptico, fazendo uma leve massagem no local até fazer espuma e enxague bem.
  2. Esfoliação: faça uma esfoliação no local uma vez por semana para ajudar na renovação da pele e evitar a obstrução dos folículos.
  3. Secagem: essa parte é fundamental para evitar que a região acumule umidade. Portanto, após o banho seque muito bem a região da virilha para prevenir a formação de fungos ou a piora da foliculite.
  4. Hidratação: aplique creme hidratante na região, preferencialmente produtos com ação calmante e que atuam no tratamento de manchas.
  5. Roupas: evite o uso de roupas muito apertadas no dia a dia, aquelas que causam atrito com a pele. Também dê preferência para roupas íntimas de algodão que favorecem a ventilação na área.

Fonte: Área de Mulher

Saiba como identificar o surgimento de coágulos sanguíneos

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Desde que os primeiros relatos sobre a formação de coágulos sanguíneos em pessoas imunizadas contra a Covid-19 apareceram, muitas dúvidas surgiram na população. Países como Alemanha, Itália, França e Holanda chegaram a suspender temporariamente a aplicação da vacina Oxford/AstraZeneca até que houvesse uma manifestação clara das autoridades de saúde sobre o assunto.

Nessa quarta-feira (7/4), o comitê de segurança da Agência de Medicamentos Europeia (EMA, na sigla em inglês) confirmou a relação entre o efeito adverso e o imunizante, exigindo que a fabricante inclua o risco de formação de coágulos na bula da vacina. A agência analisou 86 eventos deste tipo na União Europeia e no Reino Unido e, entre eles, estão casos de 18 pacientes que faleceram após complicações causadas pelos coágulos.

Até aqui, entretanto, os eventos são considerados extremamente raros, pois a vacina já foi aplicada em cerca de 200 milhões de pessoas no mundo. E a indicação, tanto da agência europeia como da Organização Mundial de Saúde é que a vacinação prossiga.

Tipos de coágulos

Os relatos analisados pela agência europeia compreendem 62 casos de coágulos no cérebro e 24 de trombose no abdômen. Segundo Alexandre Giovanini, cirurgião vascular e endovascular do Hospital Santa Lúcia, no caso de coágulos cerebrais, os principais sintomas são: dor de cabeça intensa e, em alguns casos, sinais relacionados ao acidente vascular cerebral (AVC).

“O sangue chega no cérebro e tem dificuldade para descer por causa da formação dos coágulos. Ele fica represado e o paciente sente muita dor”, detalha o médico.

Já a trombose no abdômen se manifesta com distensão da barriga, náuseas, vômitos, diarreia e forte dor abdominal, principalmente, após as refeições. Nos dois casos, o diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica e com exame de tomografia.

Fonte: Metrópoles

Depois da Covid, criança tem síndrome rara em Aracaju

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Depois de contrair a Covid-19, uma criança apresentou sinais de uma síndrome inflamatória rara em Aracaju

A criança apresentou sinais de Síndrome Inflamatória Multissistêmica, conhecida como Síndrome de Kawasaki, situação rara, mas que leva pacientes a aumentar processo inflamatório, com mudanças em várias partes do corpo.

No último dia 23 de março, a criança teve diarreia.

Com o passar dos dias, a criança teve náuseas, dor de cabeça, febre permanente, vômitos e fortes dores abdominais.

A criança, um menino, ficou internada por vários dias.

O nome da mãe: Juliadna Sebastião.

Fonte: NE Notícias

Por que jovens têm cabelos brancos?

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São Paulo – Eles costumam causar pavor por serem associados ao envelhecimento: os cabelos brancos. De causa multifatorial, os fios despigmentados podem surgir por fatores como genética, uso de medicamentos específicos, estresse e problemas de saúde. Mesmo sendo mais comum em pessoas mais velhas, os jovens também podem ser atingidos pela condição.

Pessoas jovens também tem cabelos brancos ( Foto: Divulgação/Internet)

A depender da idade do paciente, o médico dermatologista Dr. Rafael Soares alerta que é necessária uma investigação mais aprofundada. “Crianças e adolescentes que tem o surgimento de uma quantidade expressiva de cabelos brancos no couro cabeludo podem ter a condição relacionada a uma alteração no organismo como doenças autoimunes ou na tireoide. Adultos maiores de 20 anos também podem investigar as causas com um especialista, mas a incidência costuma estar mais relacionada à genética e estilo de vida”, explica.

A despigmentação ocorre devido a uma reação chamada de estresse oxidativo, que conforme explicação do dermatologista, é quando ocorre a oxidação das células de pigmento localizadas no bulbo capilar, vulgarmente chamado de raiz. “Quando esse processo ocorre, a tendência é que o fio não volte mais a ter cor, exceto se esse estresse for controlado a tempo, o que não corre com frequência. O normal é que as pessoas passem a perceber essas alterações meses ou até anos depois que ela ocorre”, comenta Dr. Rafael Soares.

Aspectos comportamentais podem apressar o aparecimento dos fios esbranquiçados, tais quais: má alimentação, estresse e uso de alguns medicamentos que aumentam o estresse oxidativo, como os usados para convulsão e depressão. “Os picos de cortisol, influenciados pela alta tensão que o indivíduo sofre diariamente, tem forte relação com a oxidação e morte dos melanócitos. Da mesma forma, a alimentação desequilibrada causa aumento na inflamação da região do bulbo capilar, acelerando o aparecimento precoce de fios brancos”, alerta o médico.

No quesito genético, estudos relacionam o aparecimento de fios brancos antes dos 30 anos com alterações do gene IRF4, responsável por controlar a produção de melanina. “É um agente inflamatório que chamamos de citocina, extremamente indutor de estresse oxidativo. As pesquisas conjecturam que o gene que faz a tradução deste interferon considera a tentativa de predição de uma expressão gênica aumentada no couro cabeludo das pessoas que terão cabelos brancos mais cedo e mais acentuadamente para buscar forma de fazer o bloqueio”, elucida Dr. Rafael Soares.

Há como prevenir ou retardar o fenômeno?

O dermatologista aponta que quando o fio se torna branco, ele permanecerá nessa tonalidade, processo que a medicina chama de canice — a menos que ocorra uma intervenção antes da destruição dos melanócitos do bulbo capilar. “Caso a pessoa note que está tendo um aumento considerável dos fios brancos em um período de algumas semanas ou meses, ela pode e deve procurar um atendimento dermatológico, visto que existem alguns mecanismos para desacelerar esse processo e recuperar parte dos fios brancos que ainda não tiveram os melanócitos totalmente destruídos”, diz Dr. Rafael.

As medicações orais que podem ser utilizadas são antioxidantes potentes, que conseguem penetrar no couro cabeludo com bastante eficácia, assim como fármacos tópicos como tônicos e loções que também a capacidade de bloquear a ação dos ativos que causam o grisalho, da mesma forma que interferem na ação local do interferon 4, de forma parcial.

Arrancar um fio branco faz nascer outros no lugar?

“Se arrancar um, nascem três no lugar”. Essa afirmação não passa de um mito, visto que conforme desvenda Dr. Rafael Soares, os fios costumam nascer em grupos de dois a três nos óstios foliculares, e mais do que isso pode ser considerado uma doença. “O espaço onde aquele fio branco está é inflamatório, ou seja, todos os que vem desse bulbo nascerão brancos. O fato é que por ser mais grosso, as pessoas só percebem os outros fios despigmentados depois, porém eles não apareceram porque o cabelo branco foi arrancado e sim porque já era da natureza deles estarem ali”, diz o médico.

Cuidados com os fios brancos

Os cuidados devem ser pautados na hidratação intensa e em shampoos específicos. “Os cabelos brancos, apesar de mais grossos, são mais porosos e consequentemente afetados de forma agressiva pelos agentes externos. Além disso, devem ser utilizados shampoos específicos, visto que eles possuem uma tecnologia que torna o fio mais acinzentado, disfarçando melhor e dando um brilho mais bonito que os de produtos que pigmentam”, recomenda.

Fonte: D24am

COVID-19 piora a visão de jovens, ressalta especialista

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A pandemia de coronavírus é uma ameaça à saúde dos olhos. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier e membro titular do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) afirma que qualquer alteração na lágrima pode predispor a duas alterações na córnea, lente externa do olho:  Uma é a ceratite, inflamação que dependendo da gravidade diminui permanentemente a visão. A outra é o ceratocone devido à falta de lubrificação que provoca coceira nos olhos, maior fator de risco desta doença. O problema é que um estudo inglês mostra que o coronavírus causa olho seco em 23% das pessoas contaminadas.

“Não por acaso, os prontuários de 52 portadores de ceratocone atendidos pelo hospital nos últimos três meses, revelam que 25 deles, ou 48%, apresentaram piora depois que tiveram COVID-19”, salienta.

O oftalmologista explica que o ceratocone é uma doença degenerativa que geralmente aparece no início da adolescência. Tende a ser mais progressiva entre os mais jovens. Quanto maior a progressão, mais enfraquece e afina a córnea, fazendo com que tome o formato de um cone. Por isso, inclusive durante a pandemia, o acompanhamento periódico deve ser mantido. “O atraso no diagnóstico pode causar cicatrizes na córnea, irregularidades que dificultam o ajuste das lentes de contato, ceratite, edema e em casos extremos indicação para transplante de córnea que teve uma grande queda de doações e cirurgias na pandemia” afirma.

O oftalmologista destaca que o hospital é especializado, mantém rígidos protocolos de higiene e esterilização dos equipamentos e ambientes para eliminar o risco de contaminação durante o atendimento.Portanto não há justificativa para adiar qualquer assistência médica aos seus olhos.

Sintomas da progressão

Queiroz Neto afirma que as queixas mais frequentes que indicaram piora do ceratocone depois da COVID-19 nos pacientes analisados foram:

·        Visão embaçada.

·        Dor de cabeça frequente

·        Maior dificuldade para enxergar.

O oftalmologista esclarece que a visão embaçada nem sempre sinaliza piora do ceratocone. “Quando desaparece espontaneamente ou após pingar colírio lubrificante no olho indica olho seco”, afirma. Ainda assim, comenta, a consulta oftalmológica é importante para diagnosticar qual camada da lágrima – lipídica, aquosa ou proteica – está alterada. “Isso porque, nem o colírio lubrificante é uma aguinha qualquer. Cada um é formulado com substâncias que agem em uma camada específica da lágrima”, poderá.

Outros sintomas elencados pelo médico que podem sinalizar progressão do ceratocone são:

·        Dificuldade de enxergar à noite.

·        Coceira intensa e frequente nos olhos

·        Alteração constante do grau das lentes de contato ou óculos.

Tratamentos

O único tratamento que interrompe a progressão do ceratocone é o crosslinking, uma cirurgia ambulatorial feita com anestesia local em que é associada a aplicação de riboflavina (vitamina B2)   radiação ultravioleta. Queiroz Neto afirma que segundo estudos quanto mais jovem é o paciente melhores são os resultados da cirurgia.

Outros tratamentos elencados pelo médico para escapar do transplante nos casos de córneas mais finas são as lente esclerais que se apoia na esclera invés de se apoiarem na borda da córnea,   ou o anel intraestromal que melhora a acuidade visual aplanando a córnea.

Fonte: Lifestyle

Como bispo que insistiu em missas virou símbolo de alta de mortes na gripe espanhola

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Imagine um mundo assolado por uma pandemia altamente transmissível. A orientação básica é para que as pessoas não se aglomerem, fiquem em casa na medida do possível e evitem ao máximo qualquer evento público. Em uma determinada localidade, contudo, um bispo insiste: contra o mal, é hora de reforçar as preces. Não em casa, mas nas igrejas. Com novenas, procissões e toda a sorte de devoções.

Para alguns não passa de infeliz coincidência, mas naquele ano a mortalidade por conta da doença nessa localidade foi mais de 14 vezes maior que em outra cidade que seguiu as determinações sanitárias, no mesmo país.

Esta história, que lembra discussões do Brasil contemporâneo, aconteceu há mais de 100 anos.

Era a famigerada gripe espanhola de 1918. Madri, a capital da Espanha, tinha uma população de 600 mil pessoas — 2,5 mil delas morreram pela doença, ou seja, 0,4%. Zamora, capital da província homônima onde o bispo manteve intensa programação religiosa, perdeu 979 de seus 17.183 habitantes — o equivalente a 5,7% da população, um índice um pouco superior aos 5% do restante da diocese, que teve 12.371 mortes em um universo de 247.341 habitantes.

Foi um verdadeiro colapso. Enquanto missas seguiram sendo realizadas diariamente, a província viveu picos com até 200 mortos por dia, como foi registrado em 12 de outubro na imprensa da época. O bispo Antonio Álvaro Ballano (1876-1927) garantiu seu lugar na história terrena como “o maior negacionista” daquela epidemia.

“[Ele] organizou missas e procissões contra a epidemia, colocando à frente a figura de São Roque, protetor contra a peste”, conta o historiador Victor Missiato, professor do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Psicossociais sobre o Desenvolvimento Humano da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Brasília) e pesquisador na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Roque de Montpellier (c.1295-1327), santo da Igreja Católica, é considerado o protetor contra a peste e outras doenças contagiosas. Pouco se sabe sobre sua biografia, mas acredita-se que ele, nascido na região de Montpellier, tenha saído em peregrinação até Roma quando tinha cerca de 20 anos.

Já na região do Lácio, próximo à cidade de Viterbo, ele encontrou a cidadezinha de Acquapendente completamente tomada pela epidemia da peste. Decidiu se voluntariar na assistência aos doentes — e os relatos passaram a ser de curas milagrosas, em que ele fazia os doentes sararem apenas usando um bisturi e o sinal da cruz. A partir de então, ele teria seguido carreira como curandeiro popular e místico, visitando as cidades mais afetadas pela peste.

Mas, voltemos a Zamora. Álvaro y Ballano teve uma carreira de ascensão fantástica na hierarquia da Igreja. Reconhecido como intelectual, logo se tornou padre e passou a lecionar hebraico e filosofia no seminário. Acompanhava com interesse os avanços científicos da virada do século 20 — mas não os via como positivos para a humanidade; muito pelo contrário, acreditava que a ciência afastava os homens de Deus.

Em 1913, com apenas 37 anos, foi nomeado bispo de Zamora. Logo em sua primeira carta pastoral para a diocese, citou o papel dos cientistas Isaac Newton (1642-1726) e André-Marie Ampère (1775-1836). Não pela grandiosidade de suas descobertas mas, sim, atribuindo a eles a repulsão da humanidade para com Deus.

Quando a gripe passou a tomar conta da Espanha, Álvaro y Ballano decidiu combater o vírus com as armas da fé.

“O elemento do pecado enquanto causa da epidemia ainda era utilizado como instrumento divino contra a sociedade”, contextualiza Missiato. “Trata-se de uma tradição de longa data do catolicismo ibérico, que remonta desde os períodos medievais.”

“Álvaro y Ballano legava aos ‘nossos pecados e ingratidão’ a punição epidêmica. Os órgãos médicos foram muito criticados pelo bispo naquele período.”

Ele determinou que as igrejas não só da capital Zamora como de toda a província mantivessem suas portas abertas, suas atividades. E que incrementassem as devoções, com realização de novenas e procissões. Como pontua o historiador Missiato, “não se trata de mera coincidência” a mortalidade superior que ocorreu em seguida.

Quando o Brasil vive um momento de descontrole da disseminação de covid-19 e há uma contenda judicial pela abertura ou não dos templos religiosos, é inevitável comparar ambos os episódios históricos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes decidiu na segunda-feira (05/04) manter um veto à realização de cultos religiosos no Estado de São Paulo, determinada pelo governador João Doria (PSDB) com objetivo de conter o contágio do coronavírus.

A decisão contraria liminar concedida pelo ministro da Corte Kassio Nunes Marques, que no sábado (03/04) liberou a realização de celebrações religiosas em todo o país, desde que cumpridas medidas de redução do contágio como uso de máscaras e limitação do público a 25% da capacidade do local.

Devido ao choque entre as duas decisões, a questão deve ser levada para julgamento no plenário do STF na quarta-feira (07/04). A tendência é que a liberação dos cultos autorizada por Marques seja derrubada.

“Em ambos os acontecimentos, a defesa pela abertura de cultos ocorreu nas fases mais expansivas e mortais das epidemias”, pontua Missiato.

“No entanto, em Zamora, além dos cultos, ocorreram procissões com altos índices de aglomerações, cujo objetivo era enfrentar o vírus através da oração, através do culto a São Roque, considerado um dos santos protetores contra doenças desse tipo. No Brasil contemporâneo, diante do quadro de informações e tecnologias desenvolvidas, os cultos religiosos, em sua maioria, procuram adotar medidas de distanciamento baseadas em métodos científicos, apesar das críticas feitas por diversos órgãos sanitários.”

Fé e saúde
Doutora em História das Ciências da Saúde e autora do livro ‘A Gripe Espanhola na Bahia’, a historiadora Christiane Maria Cruz de Souza lembra que um episódio semelhante ocorreu em Salvador quando o Brasil vivia o pânico causado pela gripe de 1918.

Na ocasião, os ritos católicos não foram proibidos pela Diretoria Geral de Saúde Pública da Bahia, mesmo que isso fosse contrário às medidas profiláticas recomendadas. A motivação foi que esses eventos serviam para que os fiéis suplicassem a misericórdia divina.

Segundo pesquisas da historiadora, as romarias de sexta-feira à Igreja do Senhor do Bonfim, registraram público maior do que o normal nesse período.

A devoção ao Senhor do Bonfim também tinha relação com a cura. A imagem foi entronizada no templo baiano em 1745, trazida pelo capitão português Theodozio Rodrigues de Faria, um grande devoto do Senhor do Bonfim. Pela tradição, rezar para ele garantiria ao povo baiano a proteção contra a fome, a seca e, sim, a peste.

No auge da gripe espanhola, decidiram que a imagem não deveria ficar no altar-mor. Colocaram no corpo da nave da igreja para que, assim, ficasse mais próxima dos fiéis. E os fiéis beijavam os pés da imagem sacra, sem receio de, assim, se contaminarem.

“Na época da gripe [espanhola], era desestimulado que as pessoas ficassem em lugares fechados, aglomeradas, por causa do [risco do] contágio. Mas aqui na Bahia elas desrespeitaram isso”, relata Souza. “Fizeram procissões, foram para a igreja beijar pé de santo. Imagine: beijar pé de santo em meio a [disseminação de] uma doença contagiosa. As pessoas se sentiam protegidas no espaço do sagrado.”

Ainda segundo levantamento da historiadora, a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, também de Salvador, fez o mesmo com a imagem de São Roque.

“A fé serve de conforto espiritual, esperança de cura do corpo físico, alívio do medo e da angústia”, comenta Souza. “Nesses períodos, os sacerdotes exploram um pouco isso, também [com o discurso de] que a epidemia é resultado do pecado dos homens, que tem de haver um sacrifício para expiar a culpa, para ser liberado do mal. Essas coisas ocorrem durante crises epidêmicas.”

“Pessoas fragilizadas recorrem a uma força superior para enfrentar o medo da morte, a angústia do desconhecido, do que está fora do controle humano”, analisa a historiadora. “As epidemias costumam fugir do controle. Então é uma espécie de mecanismo de defesa buscar o auxílio de uma força superior, de uma força espiritual.”

Missiato compartilha ponto de vista semelhante.

“Em tempos de grave crise social, política e sanitária, é comum visualizarmos algumas situações em que o nome da fé é utilizado como forma de manifestação social”, contextualiza. “Ressaltamos, contudo, a pluralidade de ações das instituições religiosas, tendo em vista os diferentes graus de diálogo e respeito frente às medidas estabelecidas pelos órgãos de saúde.”

“No caso de Zamora, a ação radical e, provavelmente, suicida, de Álvaro y Ballano, não foi seguida por todos os religiosos, tendo em vista que muitos espaços religiosos cederam espaço ao tratamento da epidemia”, ressalta. “No Brasil, diante de um quadro político extremamente polarizador, as diversas dissonâncias influenciaram no atual quadro caótico na prevenção e tratamento contra a covid. Tal polarização acaba por influir diretamente nos diferentes posicionamentos dos vários centros religiosos brasileiros.”

Fonte: BBC

Estágio, farmacêutico e garçom: Confira essas e outras vagas disponíveis

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Estágio: Letras/pedagogia – Cursando a partir do 2° período, curso de inglês, espanhol e disponibilidade de horário. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: recrutamentoestagiotop@hotmail.com

Garçonete/garçom – Com experiência. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: brasas_grill@hotmail.com

Farmacêutico – Com ou sem experiência. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: peixotofarma2020@gmail.com

Analista de departamento pessoal – Experiência com admissão, demissão, preparação de férias, cálculos rescisórios, folha de pagamento, preparação de rais. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: recrutamento@contabilab.com.br

Assistente de qualidade – Superior em administração, engenharia de produção e áreas afins. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: selecao.talentos.ma@gmail.com

Estágio em administração – Cursando do 3° ao 6° período, habilidade em pacote office, interesse na área financeira e gestão de pessoas. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: meuestagio98@gmail.com

Marketing – Ensino médio completo, formação em marketing ou designer (técnico ou superior). Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: curriculosfacilite@gmail.com

Coordenador financeiro – Superior em administração, contábeis ou áreas afins, experiência mínima de 1 ano no setor financeiro, controladoria e análise de dados e relatórios gerenciais. Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: contato@gakkaiconsultoria.com.br

Vendedor externo – Interessados devem encaminhar currículo para o e-mail: comercial@33solucoesvisuais.com

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Fonte: O Imparcial

Farmacêutico? Farmácia?

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O farmacêutico, mais frequente e carinhosamente conhecido por menino ou menina da farmácia (porque é nesse local que a população mais contacta com ele, embora ele “exista” noutros locais), é o profissional de saúde responsável pela segurança e correta utilização de tecnologias de saúde, nomeadamente os medicamentos e os dispositivos médicos.

É dele a responsabilidade de o tratamento prescrito ser fornecido à pessoa correta, na altura correta. É dele a responsabilidade de prestar todas as informações, ensinamentos e esclarecimentos sobre o tratamento: como, quando e durante quanto tempo tomar. É também dele a responsabilidade de confirmar que o que foi prescrito é o mais seguro e adequado para essa pessoa, tendo em conta todas as idiossincrasias individuais e as terapêuticas já instituídas, evitando possíveis problemas relacionados com a medicação: interações, duplicação de medicação, reações adversas evitáveis e contraindicações.

Para garantir que determinado tratamento é verdadeiramente seguro para o utente, o farmacêutico vê-se e deseja-se, pois não possui acesso à informação clínica. Não sabe que outros medicamentos o utente toma, que alergias ou doenças tem, estando inteiramente dependente da informação prestada pelo próprio, sendo que muitas vezes o próprio tem idade avançada, múltiplas doenças, consulta vários médicos e muitas, muitas, caixas de medicamentos em casa. Assim, como devem imaginar, garantir que não irão ocorrer problemas relacionados com a medicação torna-se complicado e esta deveria ser uma preocupação da sociedade em geral, particularmente para garantir a saúde dos mais suscetíveis: os nossos seniores e as pessoas com doença.

O que me leva a questionar: se é responsabilidade dos farmacêuticos garantir a segurança e efetividade dos tratamentos prescritos, como se justifica que não tenham acesso à informação clínica dos utentes a quem têm o dever de garantir segurança e saúde?

Além disso, é importante referir que é também dos farmacêuticos a responsabilidade de garantir que esse tratamento continua a ser seguro e eficaz para a pessoa ao longo do tempo. A responsabilidade dos farmacêuticos não acaba no ato da dispensa, tendo estes um papel preponderante na farmacovigilância: são eles os responsáveis por receber e interpretar as notificações de reações adversas de medicamentos e são eles que decidem (com base científica!), tanto no nosso Infarmed como na Agência Europeia de Medicamentos, se determinado dispositivo médico, medicamento ou vacina deve continuar a estar disponível ou ser retirado do mercado.

Nem toda a gente que trabalha numa farmácia é farmacêutico. Sei que isto poderá ser uma surpresa para alguns, mas existem também técnicos de farmácia e técnicos auxiliares de farmácia, que trabalham sob a orientação e responsabilidade dos farmacêuticos nesses locais. Da mesma forma, existem também outras “variantes” de farmacêuticos para além dos comunitários (os tais que trabalham em farmácias). Em hospitais, laboratórios de análises, na indústria farmacêutica, em entidades reguladoras, entre outros locais, trabalham farmacêuticos que desempenham o seu papel no acesso, segurança, correta utilização e inovação das tecnologias de saúde disponíveis.

Um farmacêutico não é uma pessoa que trabalha numa farmácia. Um farmacêutico é um profissional de saúde que, entre outros locais, pode trabalhar numa farmácia.

É importante entender que farmacêuticos e farmácias não são a mesma coisa, nem sequer é como tomar o todo pela parte. Não são as farmácias que vacinam ou testam (ou hipoteticamente renovariam a medicação), são os farmacêuticos.

E talvez venha desta confusão o problema na obtenção da resposta à pergunta que atrás coloquei. Por isso, entenda-se: os farmacêuticos precisam de acesso aos dados clínicos dos utentes para exercer o seu papel de forma sustentada e integrada com os outros profissionais de saúde, para garantir a segurança e a saúde de todos aqueles que servem.

Fonte: Portal Público