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Indústria farmacêutica de cannabis clama por mais inovação

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José Roberto da Costa Pereira (Biolab), Edgar de Brito Policelli (Hypera Pharma), Norberto Prestes (Abiquifi) e Rosana Mastellaro (Sindusfarma)
Foto: Panorama Farmacêutico/ Ana Claudia Nagao

A indústria farmacêutica de cannabis quer mais incentivo à inovação para acompanhar a crescente demanda do mercado. E parte desse objetivo passa pela revisão da RDC 327. O tema norteou os debates do We Need to Talk About Cannabis, evento que reuniu cerca de 130 profissionais do segmento no último dia 25, com cobertura do Panorama Farmacêutico.

Um dos painéis reuniu entidades setoriais e grandes farmacêuticas atuantes nesse mercado. Estiveram presentes Norberto Prestes, presidente executivo do Abiquifi; Rosana Mastellaro, diretora técnico-regulatória e de inovação do Sindusfarma; Edgar de Brito Policelli, gerente executivo de marketing e demanda médica da Mantecorp, do grupo Hypera Pharma; e José Roberto da Costa Pereira, diretor de Negócios da Biolab. Confira a seguir os principais insights.

Outra RDC desestimula indústria farmacêutica de cannabis

A indústria farmacêutica de cannabis não poupou críticas à outra resolução atualmente em vigor. “A manutenção da RDC 660 representa um desestímulo à inovação da indústria farmacêutica”, afirmou categoricamente a diretora do Sindusfarma. Para Rosana, a importação de produtos derivados de cannabis por pessoa física teve seu mérito no passado e foi fundamental para garantir o acesso ao tratamento. Mas o atual cenário exige um novo olhar.

“É preciso investir em mais segurança regulatória. A empresa pode ter coragem para apostar no desenvolvimento de um produto, controle de qualidade e excelência na escolha do fornecedor de insumos. Mas isso será insuficiente sem a certeza de que amanhã não surgirá uma versão importada”, argumenta.

Brasil é um exemplo para o mundo

Para o executivo da Biolab, o Brasil é o país que mais subiu o sarrafo em relação à fabricação de cannabis. “Temos o produto de maior qualidade no mundo e precisamos defender o que é nosso, expandindo as formas farmacêuticas e, principalmente, exigindo um ambiente regulatório mais saudável”, defende Pereira. O laboratório brasileiro atua no mercado de cannabis há mais de um ano, em parceria com a companhia suíça Promediol.

Barreiras: cotas de importação e tempo

Segundo Policelli, da Mantecorp, muito mais pacientes poderiam ser beneficiados com o uso de cannabis em diversas patologias. “Vivemos os desafios do preço alto e da capilaridade ainda pequena. E precisamos travar uma discussão regulatória mais contundente junto à Anvisa, por conta das cotas de importação que interferem nesse desenvolvimento”, acredita.

Outra barreira é o tempo necessário do processo de plantio até o envase. “São 20 meses até, de fato, o produto chegar definitivamente na farmácia, o que encarece o processo como um todo e consome boa parte do prazo de validade”, acrescenta.

Menos rigor na propaganda médica

Na opinião de Pereira, com a revisão da RDC 327, o que se espera é uma maior facilidade na divulgação da informação e menos rigor para se conversar com médicos. “O desconhecimento ainda é grande. Hoje temos que ensinar desde a dose terapêutica até como preencher corretamente a prescrição, para assegurar a dispensação adequada na farmácia”, explica.

Novas formas farmacêuticas e mudança de receituário

Trabalhar com novas formas farmacêuticas, com outros canabinoides ou THC  isolado, pode colaborar para a ampliação do mercado. Outra sugestão é mudar de azul para branco carbonado o receituário de produtos de cannabis com THC até 0,2%. “Existe um universo gigantesco de prescritores, mas muitos ainda não têm receituário azul ou amarelo”, finaliza Policelli.

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