DIU, pílula anticoncepcional, implantes hormonais… Quase todos os métodos contraceptivos são planejados para prevenir uma gestação antes ou durante a relação sexual. A exceção é a pílula do dia seguinte, que pode evitar a gravidez após o sexo.
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A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência, em formato de comprimidos, que pode ser usado após a relação sexual, sendo capaz de inibir uma gravidez quando a mulher imagina ter tido relações sem as devidas precauções.
“Ela utiliza compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo para os dias seguintes à relação sexual”, explica a ginecologista Denise de Souza Blaszkowski, que ressalta que a anticoncepção de emergência (o nome técnico da PDS) tem indicação reservada para situações especiais em que o objetivo seja prevenir uma gravidez indesejada. Ou seja, não é para tomar todo mês – o ideal é que você tenha seu método anticoncepcional contínuo.
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A PDS é simples e de enorme ajuda para todas as mulheres em idade reprodutiva, mas muitas dúvidas ainda giram em torno do assunto. Para que o assunto fique bem claro para todas nós, conversamos com Denise e com os também ginecologistas Rogério Fenile (mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia) e Renata de Camargo Menezes (especialista em reprodução humana), que esclareceram 10 mitos e verdades sobre a pílula do dia seguinte.
O que é a pílula do dia seguinte?
A pílula do dia seguinte é composta pelo hormônio levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética que atua inibindo ou retardando a ovulação, sendo considerado um método contraceptivo de emergência. A ação do hormônio faz que a mobilidade tubária seja modificada, dificultando assim a passagem do espermatozoide pelo muco cervical.
O medicamento também pode ter um composto, o acetato de ulipristal, que agirá de uma maneira diferente. Esse modulador seletivo dos receptores de progesterona irá impedir a implantação do óvulo fecundado no útero. Apesar de não causar aborto, e sim agir para evitar a fecundação, o uso da pílula do dia seguinte não é indicado caso haja suspeita de gravidez.
Ela perde o efeito quando é tomada pela terceira vez em um ano
MITO. Os hormônios da pílula serão absorvidos durante algum tempo e em seguida o organismo volta ao normal. Uma próxima PDS tomada é uma história nova, não importa depois de quanto tempo.
O que precisa ficar muito claro é que ela não deve ser usada como anticoncepcional regular, apenas como método de emergência, pois a alta dose concentrada de hormônio, se tomada com frequência, pode trazer complicações como alteração do ciclo menstrual e sangramentos irregulares.
Ela é 100% eficaz
MITO. Não existe método anticoncepcional 100% eficaz. A eficácia da PDS varia de acordo com o tempo que já se passou da relação sexual. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), as taxas de falha são de 0,4% (tomada em até 12 horas), 1,2% (em até 24 horas) e 2,7% (em até 48 horas).
Caso a mulher já tenha ovulado antes de tomar a pílula e ainda estiver fértil no momento da relação sexual sem proteção, o medicamento não irá impedir a gravidez.
Outro possível motivo de falha pode ser a interação medicamentosa. Alguns remédios podem afetar a maneira como a PDS é processada no fígado, alterando a sua eficácia.
Provoca aborto?
MITO. Comprovado por pesquisas: a pílula evita ou retarda a ovulação, impede a migração dos espermatozoides (por modificar o muco cervical) e torna o útero um ambiente inóspito para a fixação do embrião. Não há encontro do óvulo com o espermatozóde, o que significa que não ocorre fecundação e, consequentemente, não existe aborto.
A mulher fica inchada depois de tomar
VERDADE na maioria dos casos. Por ser rica em progesterona, a PDS retém líquidos corporais, por isso é normal que cause algum inchaço. Mas fique tranquila, pois é um efeito colateral temporário e não precisa de medicação para resolver o problema.
A pílula do dia seguinte engorda
MITO. Pode causar inchaços, como explicado acima, mas não tem relação com ganho de peso.
O efeito é melhor se ela for tomada até 24 horas depois do sexo
VERDADE. A PDS pode ser tomada até 72 horas depois da relação sexual, mas as taxas de falha vão aumentando progressivamente. Como dissemos ali em cima, são de 0,4% em até 12 horas e 1,2% em até 24 horas. Em 72 horas, por exemplo, a chance de sucesso é de apenas 50%. Quanto antes você tomá-la, melhor.
Uma equivale a cinco pílulas anticoncepcionais de uso diário
MITO. A dose hormonal é aumentada para que o efeito seja rápido, mas não chega a esse valor.
Tomar duas de uma vez aumenta a chance de sucesso de seu efeito
MITO. O que aumenta é o risco de efeitos colaterais, não a chance de sucesso. A PDS deve ser tomada de acordo com as indicações do fabricante; algumas têm prescrição para tomar uma e, depois de 12 horas, outra e esse intervalo deve ser respeitado.
A única indicação para tomá-la novamente é em caso de vômito até 3 horas depois de ingerir a PDS. Neste caso, primeiro é recomendado tomar um antiemético (remédio para controlar o enjoo ou a náusea) e depois a PDS.
A pílula do dia seguinte perde o efeito se a mulher tiver ingerido álcool até 24 horas antes de tomá-la
MITO. Bebidas alcoólicas não têm nenhuma relação com o efeito dos hormônios da pílula do dia seguinte.
Quem usa método anticoncepcional regular não deve tomar
VERDADE. O organismo se adapta ao método anticoncepcional de escolha da mulher, diminuindo o risco de ela engravidar. Nestes casos, a PDS apenas dá uma sobrecarga hormonal desnecessária.
Tomar antes da relação sexual aumenta seu efeito
MITO. Ela sempre deve ser tomada depois da relação sexual e não deve ser tomada rotineiramente, pois, como já colocamos acima, tem efeitos colaterais devido à sua alta dosagem hormonal. Não é demais ressaltar que se trata de um método de emergência apenas.
A pílula do dia seguinte tem efeitos colaterais
Esses são alguns sintomas que a mulher pode sentir após tomar a pílula do dia seguinte:
- Diarréia
- Dor nas mamas e abdômen
- Inchaço
- Mudanças no ciclo menstrual (tanto atraso quanto antecipação)
- Náuseas e vômitos
- Sangramento vaginal
- Tontura
Além de afetar sua eficácia, é importante não tomar constantemente a PSD devido a sua alta carga hormonal, que pode trazer prejuízos a saúde a longo prazo, como:
- Câncer
- Danos ao feto em caso de gravidez
- Embolia pulmonar
- Trombose
Ela não tem contraindicação
MITO Mulheres que tenham hipertensão, problemas vasculares, doenças no sangue e obesidade mórbida não devem fazer uso da pílula do dia seguinte. Isso porque ela pode ocasionar outros problemas de saúde, além da chance do comprimido não fazer efeito ser maior.
A pílula do dia seguinte é o único método contraceptivo de emergência
MITO Apesar de a pílula do dia seguinte ser o método contraceptivo de emergência mais conhecido, ela não é o único que se enquadra nesse grupo. O DIU (Dispositivo intrauterino) também é efetivo mesmo se implantado depois da relação sexual.
Nomes comerciais e preço médio
No geral, a pílula do dia seguinte é um medicamento barato. A apresentação mais comercializada conta com dois comprimidos, usualmente com preços que variam de três a trinta reais. O preço pode variar devido a diversos fatores, como região da farmácia, dosagem e labratório.
Não há nenhum estudo que prove uma maior eficácia de uma marca em comparação com outra. Esses são alguns dos nomes comerciais.
- Diad
- Dopo
- Hora H
- Minipil2-Post
- Neodia
- Pilem
- Poslov
- Postinor
- Pozato
- Previdez
- Ulip
Estar no período fértil não interfere na eficácia
VERDADE O objetivo da pílula do dia seguinte é exatamente evitar uma gravidez, ou seja, ela tem que funcionar exatamente durante o período fértil.
A pílula do dia seguinte não pode ser utilizada próxima a menstruação
MITO Se a relação sexual sem proteção ocorreu próxima a menstruação não há problemas em tomar a pílula do dia seguinte.
Só existe um tipo
MITO No mercado, existem dois tipos de pílula do dia seguinte:
- Cartela com 1 comprimido de levonorgestrel (1,5 mg)
- Cartela com 2 comprimidos de levonorgestrel (0,75 mg cada)
Como a dosagem é a mesma, não há diferença entre as versões. A dosagem de hormônios presentes na pílula é consideravelmente maior que a presente nos anticoncepcionais convencionais.
Fonte: MSN e Redação Panorama Farmacêutico
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