Amizade entre sócios resulta em faturamento milionário
Fernando Rodrigues e os irmãos Alessandro Branco e Plínio Junior conheceram-se na faculdade e uniram forças no varejo farmacêutico
por César Ferro em
e atualizado em


A amizade entre sócios pode ser um atributo para um negócio prosperar. Na trajetória de Alessandro Branco, Plínio Junior e Fernando Rodrigues, isso foi determinante. No 28º episódio do Minha História, contamos como a parceria entre dois irmãos e um colega dos tempos de faculdade resultou em uma rede com faturamento milionário e com laços que nem as maiores dificuldades puderam cortar.
Amizade entre sócios começou ainda na faculdade
Em 1999, Alessandro Branco e Plínio Júnior, de Extrema (MG), realizaram o sonho da mãe, dona Cacilda. Ambos foram aprovados no curso de farmácia. Eles, então, fizeram as malas, viajaram 30 quilômetros para o outro lado da divisa e começaram a estudar em Bragança Paulista (SP).
Um ano depois, outro mineiro chegaria à cidade com o mesmo objetivo e também uma motivação familiar. Seu Jacinto, que era farmacêutico, queria que o filho Fernando Rodrigues seguisse a mesma profissão. Para isso, saíram de Cambuí (MG) rumo a Bragança.
O destino dos três personagens estava tão interligado que a universidade não representou o único elo. “Ainda durante a faculdade, Plínio começou a trabalhar em uma farmácia local, tendo como colega justamente o Seu Jacinto”, conta Branco
Já graduado, o trio partiu para Jundiaí (SP) em 2003, com a meta de prosperar no varejo como farmacêuticos. Logo, porém, o senso empreendedor falou mais alto. “Em 2006 conheci minha esposa Ângela. Pouco tempo depois, ela foi aprovada em um concurso público para trabalhar na cidade de Paraisópolis (MG). Decidimos, então, abrir uma farmácia neste município, mas não tínhamos recursos próprios para investir”, relembra Branco.
O dinheiro surgiu a partir da ajuda de um amigo da família. A primeira loja dos irmãos iniciou atividades em 2007. “Como eu tinha um salário mais alto, permaneci atuando como colaborador em outra drogaria enquanto Plínio tocou o negócio nos primeiros seis meses. Nos unimos de fato com a operação mais consolidada”, relata Branco.
A coragem da dupla serviu de exemplo para o amigo Fernando Rodrigues, que, dois anos depois, resolveu seguir o mesmo caminho, mas em sua cidade natal, Cambuí. “Me inspirei com a determinação deles e resolvi que era hora de empreender também. Com a ajuda de meu primo, Fabio Guelfi, consegui abrir minha primeira farmácia”, afirma. Como gestores, os amigos ficaram ainda mais próximos, compartilhando experiências e aprendizados. Mas o que uniria de vez o trio seriam as pedras no caminho.
Associativismo ajuda a lidar com a concorrência
No começo dos anos 2010, os irmãos começaram a detectar um novo desafio – a chegada das grandes redes na região. Logo de cara, eles entenderam que o caminho para bater de frente com a concorrência era somar forças.
“Uma irmão de amiga, que atuava em Rio Verde (GO), tinha o contato do Edison Tamascia. Resolvi ligar e perguntar sua opinião sobre a ideia de fundarmos uma rede. Com toda sua experiência, ele indicou que a melhor maneira era nos associarmos a uma marca que já estivesse estabelecida, como a Entrefarma”, relata Branco.
A decisão de converter bandeira foi imediata e, em poucos anos, Branco e Plínio já pensavam em expansão. “Em 2016, inauguramos a segunda loja em Paraisópolis, mas a cidade era pequena e o negócio acabou não performando como esperado”, lamenta. O amigo Fernando Rodrigues, então, resolveu fazer uma proposta. “Propus que eles mudassem essa segunda loja para Santa Rita do Sapucaí (MG), onde poderíamos também recomeçar com outro empreendimento e abraçar a bandeira da Ultra Popular”, relembra.
Inicialmente, Tamascia foi contra a decisão. Outro gestor já tinha tentado atuar na cidade, mas os resultados não haviam sido positivos. “Ele resolveu nos dar esse voto de confiança e nós não decepcionamos”, declara.
Sociedade potencializou expansão
Inicialmente, Branco e Rodrigues firmaram uma sociedade e começaram a fincar bandeira em novas cidades da região, enquanto Plínio manteve o comando da loja em Paraisópolis. “Migramos para Santa Rita em 2017. Um ano depois abrimos nossa segunda loja em Itajubá. Depois, entre 2020 e 2022, inauguramos outras três unidades. Chegamos em Camanducaia, Pouso Alegre e viabilizamos nosso segundo PDV em Santa Rita”, comemora.
Percalços trouxeram terceiro elemento para a sociedade
Em 2023, quando tudo ia bem nos negócios, Rodrigues foi atingido por um grande baque – o diagnóstico de um câncer, o que o afastou da gestão da farmácia. “Foi nessa época, longe da empresa, que entendi o quando amava esse setor”, revela.
Coube a Branco, por sua vez, equilibrar a gestão das cinco unidades que compunham a sociedade e a operação que Rodrigues tocava em Cambuí. “Tinha muito medo. Tanto de perder meu amigo, quanto de decepcioná-lo com eventuais erros na gestão”, destaca. Nesse contexto, Plínio passou a ajudar também nos negócios, o que só intensificou os laços.
Com faturamento de R$ 4 milhões, empresários querem planejar futuro
Passados dois anos, Rodrigues segue em tratamento, mas já conseguiu voltar à rotina da operação. O trio administra atualmente sete unidades e acumulam um faturamento mensal de R$ 4 milhões.
Agora, o objetivo dos empresários é planificar as estratégias para os próximos anos. “Recentemente, estivemos em São Paulo para conversar com a Farmarcas sobre os próximos passos. Quem nos ajudou a chegar até aqui, não poderia ficar de fora de nossas próximas conquistas”, comenta Branco.