Qual o melhor modelo de expansão para uma farmácia?
Franquia ou loja própria: avalie cada formato com suas vantagens e desafios particulares


Definir o modelo de expansão para o seu empreendimento é uma etapa complexa, mas prazerosa na jornada como gestor. Mas, para isso, é preciso entender a realidade do negócio, as peculiaridades do mercado regional e também estabelecer um planejamento sólido para o médio e longo prazo.
Para o empreendedor independente, algumas oportunidades se descortinam, como abrir uma franquia, seguir voo solo ou buscar um sócio-operador. “Cada um desses modelos apresenta características, vantagens e desafios específicos”, comenta o CEO da consultoria Cherto, Marcelo Cherto.
E se engana o empresário que crê em uma resposta única na escolha da melhor opção. “A melhor estratégia sempre dependerá da realidade e ambição da empresa”, afirma a CEO do Grupo Bittencourt, Lyana Bitencourt.
Primeiramente, é preciso fazer a lição de casa
Para Lyana, antes de pensar no tipo de expansão mais adequado, é preciso fazer a lição de casa com a matriz. “O ideal é que, antes de abrir novas unidades, o gestor já tenha um modelo de negócio validado e consolidado, com processos bem definidos e uma operação lucrativa”, explica.
Antes de iniciar os planos de sua nova loja, confira esse breve checklist:
- O seu modelo de negócio é validado ou ainda necessita de validação?
- Sua demanda é consistente ou sazonal? Há espaço para uma nova unidade na sua região?
- Sua operação é lucrativa ou sua farmácia ainda está em vias de consolidação?
Se as respostas foram positivas, basta seguir em frene para conhecer as vantagens e desvantagens de cada modelo de expansão.
Os principais modelos de expansão
Unidades próprias
Como a empresa arca diretamente com os custos dessa nova unidade (locação, reforma ou contratação), esse modelo de expansão implica um investimento inicial maior. Por outro lado, o controle que você poderá exercer sob a nova loja é maior.
“Manter filiais próprias permite uma gestão centralizada, assegurando que os padrões de qualidade sejam seguidos rigorosamente. Contudo, esse modelo tem desafios como custos elevados e limitação de capital para uma expansão agressiva”, analisa a especialista.
Franquias
Como o investimento na abertura de novas unidades é feito pelo franqueados, esse regime possibilita um crescimento mais acelerado com um menor capital próprio despendido. Apesar disso, para garantir o seu sucesso e dos empreendedores que confiaram em sua marca, será preciso construir uma estrutura sólida de suporte e supervisão.
A franquia permite que a capilaridade cresça de forma mais acelerada. Mas, o gestor terá que abrir mão de parte do controle da operação, uma vez que o comando de cada loja fica sob a responsabilidade do franqueado.
“Para que o modelo funcione bem, é essencial que a empresa tenha processos bem definidos, know-how estruturado e um sistema eficiente de suporte”, aconselha Cherto.
Sócio-operador
Semelhante ao modelo de franquias, esse formato é o ideal para empreendimentos de maior porte, que demandam um investimento mais robusto. Neste cenário, rede e empreendedor compartilham o aporte inicial. “Mas se a marca tiver mais de 10% de participação na unidade, ela pode não se beneficiar de regimes tributários simplificados, impactando na rentabilidade do empreendimento”, adverte o consultor.
O que levar em conta na hora da decisão
Para se munir das informações necessárias para escolher o melhor modelo de expansão, o proprietário ou gestor da farmácia deve levar em conta três pontos vitais:
- Você é um empresário de perfil centralizador ou está disposto a compartilhar a gestão?
- Você tem saúde financeira para empenhar um alto investimento para expansão ou seus fundos são menos robustos?
- Onde você deseja abrir suas próximas unidades? Quanto mais distante geograficamente, mais interessantes serão os regimes descentralizados de gestão