Menopausa: o que é, sintomas e relação com a indústria farmacèutica
Fase natural da vida da mulher marcada pela interrupção definitiva dos ciclos menstruais, com implicações hormonais, clínicas e sociais que mobilizam atenção da indústria farmacêutica, políticas públicas e estratégias de saúde preventiva.


Índice
A menopausa é um processo biológico natural que marca o fim da vida reprodutiva da mulher. Ela ocorre quando os ovários deixam de produzir hormônios como o estrogênio e a progesterona, o que leva à interrupção definitiva da menstruação. Embora muitas vezes tratada como um marco pontual, a menopausa é, na verdade, parte de uma transição mais ampla que envolve o climatério — fase em que os sintomas começam a surgir e se intensificar.
Essa transição é acompanhada por uma série de alterações físicas e emocionais que impactam a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da mulher. Ondas de calor, alterações de humor, insônia, ganho de peso e ressecamento vaginal são apenas alguns dos sintomas relatados, com intensidades variáveis. Em muitos casos, esses efeitos podem interferir na vida social, sexual e profissional, exigindo acompanhamento médico e, quando necessário, intervenções terapêuticas.
Nos últimos anos, a menopausa deixou de ser um tema invisível para ganhar destaque em campanhas de saúde pública, investimentos da indústria farmacêutica e iniciativas de educação voltadas à longevidade feminina. O mercado tem respondido com soluções em medicamentos, suplementos, dermocosméticos e programas de bem-estar, consolidando a menopausa como um tema estratégico no setor de saúde e cuidados contínuos.
O que é menopausa?
A menopausa é definida como a cessação definitiva da menstruação por um período mínimo de 12 meses consecutivos, sem a presença de causas patológicas ou cirúrgicas. Geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos, sendo considerada precoce quando se manifesta antes dos 40. Trata-se de um diagnóstico retrospectivo, ou seja, só pode ser confirmado após um ano completo sem ciclos menstruais.
Essa fase está diretamente associada à queda na produção de estrogênio e progesterona pelos ovários. A deficiência hormonal provoca diversas alterações no organismo, como diminuição da lubrificação vaginal, redução da densidade óssea, alterações metabólicas e vasomotoras, além de impactos na saúde mental e no sono. Embora natural, a menopausa exige atenção médica — não apenas para o controle de sintomas, mas também para a prevenção de comorbidades, como osteoporose e doenças cardiovasculares.
O tratamento é individualizado e pode incluir terapia hormonal, medicamentos não hormonais, fitoterápicos, suplementos, mudanças no estilo de vida e suporte psicológico. A escolha depende do perfil clínico da mulher, histórico de saúde, intensidade dos sintomas e preferências pessoais. O acompanhamento adequado garante não apenas alívio dos sintomas, mas uma melhor adaptação à nova fase da vida.
Sintomas da menopausa e alterações mais comuns
Durante a transição para a menopausa (climatério) e após sua confirmação, é comum que a mulher experimente alterações em diferentes sistemas do organismo. A intensidade varia conforme fatores genéticos, estilo de vida e condições de saúde prévias.
Tabela de sintomas associados à menopausa
Categoria | Exemplos de sintomas |
---|---|
Vasomotores | Ondas de calor, suores noturnos |
Psicológicos | Irritabilidade, ansiedade, depressão leve |
Geniturinários | Ressecamento vaginal, infecções recorrentes, incontinência urinária |
Musculoesqueléticos | Dores articulares, redução da massa óssea |
Dermatológicos | Pele seca, queda de cabelo, unhas frágeis |
Metabólicos | Alterações no peso, colesterol e glicemia |
Esses efeitos resultam, em grande parte, da deficiência estrogênica e da alteração do eixo hormonal.
Imagem ilustrativa dos sintomas da menopausa

Tratamentos e condutas clínicas
O tratamento da menopausa deve ser individualizado, levando em conta sintomas, histórico clínico e fatores de risco. As principais abordagens são:
- Terapia Hormonal (TH): envolve o uso de estrogênio isolado ou combinado com progesterona, por via oral, transdérmica ou vaginal. Indicada principalmente para mulheres com sintomas intensos e sem contraindicações cardiovasculares ou oncológicas.
- Tratamentos não hormonais:
- Antidepressivos ISRS em baixas doses para sintomas vasomotores
- Fitoterápicos
- Lubrificantes e hidratantes vaginais
- Suplementação de cálcio e vitamina D
- Exercício físico regular
A escolha do tratamento deve ser feita por profissional médico, com avaliação de riscos e benefícios.
Relação com a indústria farmacêutica
A menopausa representa uma oportunidade e responsabilidade para a indústria farmacêutica e de saúde, com foco em:
- Terapias hormonais sintéticas e bioidênticas
- Fitoterápicos com ação estrogênica leve
- Suplementos com cálcio, vitamina D, colágeno e antioxidantes
- Produtos para saúde íntima e dermocosméticos específicos
- Desenvolvimento de medicamentos não hormonais com ação nos receptores vasomotores
No Brasil, marcas como Activelle®, Climene®, Amato®, Natifa®, entre outras, são amplamente prescritas. O setor de suplementos e OTC também cresce com fórmulas voltadas ao público 45+.
Situação regulatória e políticas públicas
A Anvisa regula os medicamentos hormonais com controle especial, exigindo prescrição e acompanhamento. Fitoterápicos e suplementos seguem normas específicas de composição e rotulagem.
Na esfera pública, o Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente no SUS alguns medicamentos utilizados para controle de sintomas e prevenção de osteoporose, além de realizar campanhas voltadas à saúde da mulher 40+.
Em algumas cidades, há programas específicos de atenção à menopausa, com oferta de grupos de apoio, atividade física orientada e acompanhamento multidisciplinar.
Aspectos sociais e qualidade de vida
A menopausa ainda é cercada de tabus e desinformação. Muitas mulheres enfrentam essa fase sem o suporte adequado, o que pode gerar impactos negativos na autoestima, sexualidade, desempenho profissional e relações familiares.
Nos últimos anos, o tema tem ganhado mais espaço no debate público, em campanhas institucionais, na mídia e no mercado — com foco em bem-estar, longevidade ativa e empoderamento feminino.
Perguntas Frequentes sobre a menopausa
Não. O climatério é o período de transição que antecede e sucede a menopausa. A menopausa em si é a última menstruação, confirmada após 12 meses sem ciclos.
Nem todas. Algumas passam pela menopausa com sintomas leves ou até assintomáticas. Outras enfrentam sintomas mais intensos.
Pode ser segura e eficaz quando bem indicada e monitorada. Mulheres com histórico de câncer, trombose ou problemas cardíacos devem evitar.
Podem ajudar, especialmente nos sintomas leves, mas devem ser usados com orientação profissional.
A redução hormonal altera o metabolismo, o que pode favorecer o ganho de peso. Alimentação e atividade física são fundamentais.
A média é entre 45 e 55 anos. Antes dos 40 é considerada precoce e deve ser investigada.
Sim. Oscilações de humor, ansiedade e até sintomas depressivos podem surgir. Acompanhamento psicológico pode ser indicado.