Marca de vitaminas da Nestlé pode ser colocada à venda


O futuro de marcas de suplementos e vitaminas da Nestlé está em jogo em meio a um processo de reestruturação da companhia. Nenhuma decisão foi tomada até então, mas diversas opções estão sendo analisadas pelo novo CEO Laurent Freixe. As informações são do Valor Econômico.
A informação foi divulgada pela própria fabricante suíça, durante a atualização de resultados financeiros anunciada na última quinta-feira, dia 24. A lista de marcas em “revisão estratégica” inclui, por exemplo, a Nature’s Bounty e a Puritan’s Pride, adquiridas em 2021 por Mark Schneider, último CEO.
A principal ideia no momento é impulsionar o crescimento da Nestlé ao redirecionar o grupo alimentar para suas principais divisões – pet food, café e nutrição. A empresa afirma que a venda de parte das suas marcas pode ser benéfica para que a mesma possa focar sua atuação em produtos “globais e de qualidade, como o Garden of Life e o Solgar.
Freixe, que assumiu a posição no ano passado, é veterano na empresa e já comandou operações similares na Europa, onde comandou um programa de corte de custos que superou US$ 2,8 bi (R$ 15,57 bi). No início do ano o executivo chegou a afirmar que as investidas de Schneider em novas categorias de produtos, incluindo suplementos de saúde, “enfraqueceram a estrutura da organização” e levaram a Nestlé a negligenciar suas principais linhas de negócios.
Jean-Philippe Bertschy, analista da Vontobel, mostrou otimismo com o processo de revisão, mas ressaltou que ele “deveria ter começado antes”. “A Nestlé provavelmente esperava uma recuperação mais rápida dessas marcas com desempenho fraco, que acabaram se tornando um peso”
Marca de vitaminas da Nestlé: preços subiram e vendas caíram
Seguindo uma tendência do mercado de consumo, a empresa vem enfrentando dificuldades devido à fraca demanda dos consumidores e ao aumento dos custos de algumas matérias-primas. A união desses fatores fez com que a Nestlé optasse por uma elevação nos preços em uma tentativa de compensar a queda no volume de vendas.
A companhia divulgou dados de desempenho semestrais, que evidenciaram aumento de 3% nas vendas orgânicas na primeira metade do ano. No entanto, o crescimento interno real, métrica usada pela empresa para medir o aumento no volume de vendas, foi negativo em 0,4%, refletindo a resistência dos consumidores aos preços mais altos.