Dono da Ultrafarma é preso em São Paulo
Sidney Oliveira é alvo de investigação do Ministério Público; suspeita é de esquema de R$ 1 bi em propina
por César Ferro em
e atualizado em


O dono da Ultrafarma, o empresário Sidney Oliveira, foi preso na manhã desta terça-feira, dia 12. A prisão é parte de uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários. As informações são do G1.
O executivo foi encontrado em uma chácara em Santa Isabel, na Grande São Paulo, onde mora. O empresário, assim como os demais presos na operação, poderá responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Dono da Ultrafarma é suspeito de pagamento de propina
Artur Gomes da Silva Neto, supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda paulista, foi acusado de comandar um esquema de fraudes em créditos tributários. O auditor teria arrecadado em propina, segundo os promotores, cerca de R$ 1 bilhão nos últimos quatro anos.
De acordo com a investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o executivo era o responsável por manipular processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em contrapartida, os favorecidos repassavam pagamentos por meio de uma empresa registrada no nome da mãe de Silva Neto.
Assim como Oliveira, o auditor-fiscal e o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mário Otávio Gomes, também foram presos. Além dos três mandados de prisão, os agentes cumpriram diversos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos envolvidos.
Empresário firmou acordo de R$ 32 milhões por fraude fiscal
De acordo com apurações de O Globo e da Folha de S. Paulo, o empresário firmou um acordo recente com o Ministério Público de São Paulo para encerrar um processo por crime contra a ordem tributária e organização criminosa. O preço? R$ 31,9 milhões em dinheiro e multa de R$ 91 mil, com valor abatido por meio de doações.
O acordo foi assinado em julho e contempla o pagamento da dívida em 60 parcelas, com previsão de multa por meio de doações de remédios direcionadas a entidades públicas ou de interesse social. Oliveira havia sido acusado de manter uma organização criminosa entre 2018 e 2020. Durante audiência sobre o tema, Oliveira negou aos promotores a prática dos crimes, mas confirmou os termos do documento. Seu então advogado, o ex-deputado Fernando Capez, o considerou justo e correto para o seu cliente e para a sociedade.