Inteligência financeira ajuda farmácias a reduzirem custos
Com margens apertadas e um mercado cada vez mais competitivo, a tecnologia se torna essencial para transformar dados em ações
por Ana Claudia Nagao em


No competitivo varejo farmacêutico, onde as margens são apertadas e a carga tributária elevada, cada centavo faz diferença. Nesse cenário, a inteligência financeira tem se consolidado como uma aliada estratégica para gestores que buscam eficiência, redução de desperdícios e melhor controle sobre os números do negócio.
Segundo Andrei Müzel, diretor de implantação e gestão de clientes da Procfit, a adoção de soluções baseadas em dados tem permitido identificar pagamentos duplicados, custos ocultos e oportunidades frequentemente desperdiçadas no dia a dia das farmácias.
“Tomar decisões com base em dados reais não é mais apenas uma vantagem competitiva, é uma questão de sobrevivência, especialmente em setores com margens reduzidas, como o farmacêutico, onde a análise precisa das finanças é essencial”, afirma Müzel.
Inteligência financeira alia dados que se transformam em ação
A estratégia de inteligência financeira envolve o uso automatizado e integrado de informações como contas a pagar e a receber, indicadores fiscais e operacionais. A partir desses dados, é possível adotar ações concretas que geram impactos reais no negócio.
“Esse processo permite desde a redução de custos operacionais até a recuperação de valores pagos indevidamente, além de aprimorar o planejamento e a previsibilidade do negócio. Quando o gestor entende claramente de onde o dinheiro vem e para onde vai, as decisões se tornam mais rápidas e seguras”, ressalta.
Um dos pontos críticos citados por Müzel é a conciliação de cartões, tarefa que, muitas vezes, não recebe a devida atenção. Em operações com grande volume de vendas via cartão, variações aparentemente pequenas, como uma diferença de 0,3% na taxa cobrada, podem representar prejuízos de milhares de reais por mês.
“Com os dados certos em mãos, é possível negociar com adquirentes, revisar contratos vencidos e evitar perdas recorrentes”, alerta o especialista.
Outro problema comum é o pagamento duplicado a fornecedores. Sem ferramentas inteligentes que cruzem dados e apontem inconsistências, valores expressivos podem sair do caixa sem que ninguém perceba, e sua recuperação, quando possível, pode levar meses.
Visão estratégica em todas as áreas do negócio
Os benefícios da inteligência financeira não se limitam à área contábil. A análise integrada de dados oferece uma visão estratégica que pode ser aplicada em diversos setores da empresa. “Ao monitorar indicadores de rescisões, por exemplo, é possível identificar se há um problema de alta rotatividade e entender o impacto disso no faturamento. Esses dados ajudam outros departamentos a atuarem de forma mais eficiente”, explica Müzel.
A tecnologia, nesse contexto, funciona como um elo entre todas as áreas da organização, promovendo uma cultura orientada a dados e resultados. Esse tipo de abordagem revela recursos e oportunidades que, até então, passavam despercebidos. “O gestor deixa de ver o dinheiro ‘escorrer pelos dedos’ e passa a ter o controle real do negócio”, acrescenta.
Investimento que se paga
Apesar dos benefícios evidentes, muitos empreendedores ainda encaram a adoção de tecnologias de automação como um custo, um equívoco estratégico, segundo o diretor da Procfit. “É preciso compreender que esse tipo de ferramenta representa um investimento, na qual o retorno vem na forma de maior controle, redução de desperdícios e decisões mais assertivas”.
A perspectiva de mudanças fiscais com a chegada da reforma tributária torna o tema ainda mais urgente. Para o especialista, a nova realidade exigirá ainda mais precisão no controle financeiro. “As mudanças fiscais vão impactar diretamente o caixa das empresas. Quem já estiver estruturado com inteligência financeira sairá na frente”, finaliza Müzel.