Rite Aid encerra operações no varejo farmacêutico após 63 anos
Rede que já foi uma das maiores dos Estados Unidos
sucumbe a dívidas bilionárias e concorrência acirrada
por Ana Claudia Nagao em
e atualizado em


Após mais de seis décadas de atividades, a rede de farmácias Rite Aid fechou nesta semana suas últimas 89 unidades nos Estados Unidos. O encerramento definitivo das operações marca o fim de uma era para uma empresa que já ocupou posição de destaque no varejo farmacêutico norte-americano. As informações são da CNN.
Em comunicado publicado no site oficial, a empresa confirmou o fechamento. “Todas as lojas Rite Aid estão fechadas. Agradecemos aos nossos fieis clientes por tantos anos de apoio.”, dia a nota. O site, que teve todos os serviços desativados, segue disponível apenas para que antigos clientes solicitem registros farmacêuticos ou encontrem farmácias alternativas para atendimento de receitas.
Fundada em 1962 como uma farmácia de serviço completo, a Rite Aid tornou-se conhecida também por sua popular marca de sorvetes Thrifty, que foi vendida em meio ao processo de falência. A companhia já havia recorrido ao Capítulo 11 da Lei de Falências em outubro de 2023, pressionada por dívidas superiores a US$ 4 bilhões e por batalhas judiciais envolvendo a distribuição de opioides.
Apesar de ter saído da falência em setembro de 2024, com uma redução de US$ 2 bilhões (R$ 10,6 bilhões) em dívidas e um novo aporte de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,3 bilhões) para manter as operações, a recuperação não foi suficiente. A empresa já havia fechado cerca de 500 lojas e, em maio de 2025, ainda contava com 1.250 unidades em funcionamento, metade do que tinha em 2023.
No mesmo mês, anunciou a venda da maioria de seus serviços farmacêuticos para concorrentes como CVS Pharmacy, Walgreens, Albertsons e Kroger, que absorveram mais de mil lojas da rede.
Fim da Rite Aid gera temos por falta de acesso à saúde
A saída da Rite Aid levanta preocupações sobre o acesso à saúde em áreas onde a rede era a única opção local de farmácia. O fechamento de unidades pode forçar pacientes, especialmente idosos, a percorrer distâncias maiores para obter medicamentos, uma tendência que tem se agravado nos últimos anos com a retração de outras grandes redes do setor.
Com o fim da rede, o setor farmacêutico nos Estados Unidos segue se concentrando nas mãos de um número cada vez menor de gigantes do varejo.