Abrafarma vai ao Cade contra Mercado Livre nas farmácias


Não é novidade para os leitores do Panorama Farmacêutico que a possível entrada do Mercado Livre no varejo farmacêutico tem gerado uma grande polêmica no país. Essa complexa trama acaba de ganhar um novo capítulo, de acordo com o portal IstoÉ Dinheiro.
O caso, que já envolveu a compra de uma farmácia em São Paulo, testes de um marketplace para a América Latina, depoimentos ao CADE e até a negação de atuações diretas no mercado farmacêutico brasileiro, teve um novo desdobramento: uma manifestação contrária da Abrafarma.
A entidade enviou um ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica solicitando que a autarquia reavalie a aquisição da farmácia Cuidamos Farma, em São Paulo, pelo Mercado Livre.
A Abrafarma reforçou que a companhia “insiste em afirmar que não atua no varejo farmacêutico, apesar de reconhecer que o marketplace é ilegalmente utilizado por terceiros para venda de medicamentos”.
A entidade também classificou como “curioso” que o Mercado Livre consiga controlar “a venda de armas, munições e drogas ilícitas, mas não tenha qualquer controle sobre a comercialização de medicamentos”.
Mercado Livre no varejo farmacêutico: Abrafarma teme “verticalização da saúde”
Embora a especialista em e-commerce afirme não ter a intenção de atuar com medicamentos e/ou telemedicina, a Abrafarma teme que a compra da varejista Cuidamos Farma seja um passo estratégico para obter um PDV regulado e aprovado pela Anvisa, exigência para a dispensação de fármacos, e oferecer serviços de saúde diretamente no marketplace.
Procurado pela IstoÉ Dinheiro, o Mercado Livre reforçou que não há risco de “verticalização da saúde” e reiterou que não existe venda de medicamentos em sua plataforma.