Vendas de medicamentos para saúde mental caíram 31% em 2025
Levantamento da Inteplayers aponta para possíveis barreiras no acesso a tratamentos
por Gabriel Noronha em
por Gabriel Noronha em
Um levantamento da Interplayers, hub de negócios em saúde, apontou uma queda de 31% no volume de unidades de medicamentos para saúde mental vendidas no Brasil em 2025.
O estudo analisou as transações realizadas entre janeiro e julho, apresentando também um leve recuo no faturamento total do segmento, que regrediu 1%.
De acordo com a companhia, os resultados são um importante indício de que a população pode estar enfrentando obstáculos para ter acesso a esses tratamentos, além de indicarem uma mudança no perfil dos produtos comercializados.
“Dados da OMS indicam um aumento nos casos de depressão e ansiedade, sobretudo no pós-pandemia. Paralelamente, nos últimos anos, o Brasil registrou números recordes de afastamentos por conta desses transtornos. Por isso, é importante estarmos alertas em relação ao acesso a esses tipos de medicamentos e pensar em estratégias e programas de acesso cada vez mais eficazes, para que esse quadro não se agrave”, afirma Everton Paloni, gerente de inteligência de negócios da ECS.
Desempenho dos medicamentos para saúde mental varia pelo país
O cenário, porém, varia entre os estados. Em São Paulo, maior mercado do país, a queda de 38% nas unidades no período móvel contrasta com uma leve alta de 2% no faturamento. No acumulado do ano, a situação segue preocupante, com retrações de 39% em volume e 2% em valor.
Já no Rio de Janeiro o momento é mais rentável, com crescimento notável de 142% em unidades, acompanhado de alta de 4% no faturamento. No entanto, essa performance não se sustentou no acumulado do ano, onde houve recuo tanto em unidades, de 1%, quanto em faturamento, de 12%, sugerindo que o crescimento pode ter sido concentrado em meses específicos.
Entre os demais estados, a Bahia se destacou negativamente no período móvel, com as maiores acentuadas do levantamento: 78% em unidades e 15% em faturamento.
Em contrapartida, o Norte do país apresentou desempenho positivo. Rondônia registrou aumento de 110% no faturamento, enquanto o Amazonas liderou o crescimento em unidades, com alta expressiva de 211%.