Fundadores da Prati-Donaduzzi investem mais de R$ 400 mi no Biopark
Segundo o casal, investimento total no parque tecnológico deve passar dos R$ 800 mi
por César Ferro em 
					
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Os fundadores da Prati-Donaduzzi, Carmen e Luiz Donaduzzi, resolveram profissionalizar a gestão da farmacêutica em 2016. De lá para cá, o casal tem focado em diferentes projetos, principalmente o Biopark.
O parque, uma espécie de cidade tecnológica voltada à educação, tem 5 milhões de m² e fica a 10 km de Toledo (PR), cidade onde está sediado o laboratório. O objetivo da dupla é nobre: oferecer ensino de qualidade para um maior número de pessoas.
“A mudança no ensino não vai vir dos insiders dessa área, mas sim com os outsiders”, afirma o empresário. Segundo o casal, R$ 402 milhões já foram investidos na minicidade e outros R$ 400 milhões devem ser aportados.
Fundadores da Prati-Donaduzzi querem criar cidade para 75 mil habitantes
Quando finalizado, o Biopark poderá abrigar 75 mil pessoas, incluindo colaboradores da Prati-Donaduzzi. Serão construídas moradias para as famílias dos estudantes, assim como um hospital comunitário, que será doado à Universidade Federal do Paraná.
A educação, por sua vez, é a protagonista do projeto. O casal percebeu que as ‘crianças-problema’ do ensino tradicional eram apenas malconduzidas e resolveu mudar essa realidade. Na cidade, há uma escola gratuita para os alunos selecionados.
“O ensino no Brasil remonta à Revolução Industrial, ao estilo das casernas e prisões. Nós pedimos para a prefeitura a lista de crianças consideradas problemas, para trazermos para nossa escola”, afirma Carmen.
Na instituição, os alunos são estimulados a participar de uma incubadora infantil de invenções. Há também o Clube de Ciências, projeto destinado a crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos, criado dentro da farmacêutica e reproduzido nesta nova empreitada.
Biopark é cidade dedicada à educação
A cidade contará com um campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em terreno doado pela família Donaduzzi, e outro da UFPR. Além disso, a Biopark Educação, projeto educacional próprio do complexo, promove cursos de ciência e tecnologia, engenharia de biotecnologia, farmácia, administração de empresas, tecnologia, ciência de dados, engenharia de software, inteligência artificial, psicologia e pedagogia.
“Queremos transformá-la numa universidade em sete ou oito anos. Para isso, ainda precisamos ter mais cursos”, comenta Carmen. A localidade também conta com um colégio e, em breve, deverá ter uma creche.
Passado de Luiz serviu de inspiração
Nascido em uma família humilde de imigrantes em Jaguari (RS), Luiz sempre foi incentivado pelo pai, Aldemar, a se dedicar aos estudos. Com o apoio do patriarca, ele se formou farmacêutico e, ao lado da esposa, fundou a Prati-Donaduzzi em 1993.
Hoje, a farmacêutica é a maior produtora de medicamentos genéricos do Brasil em volume e vale cerca de R$ 8 bilhões. “Fizemos fortuna. Seria escandaloso ter todo esse dinheiro e deixar tudo para os filhos”, argumenta o empresário.
Livro conta história do empreendedor
Em julho, o biógrafo Rogério Godinho lançou a obra Pressa de Futuro, que conta a história do fundador da Prati-Donaduzzi. No livro, publicado pela Matrix Editora, Luiz relembra como, desde cedo, foi incentivado a estudar pelo pai agricultor.
“Foi com o suporte paterno que descobri minha afinidade com o aprendizado, o que me possibilitou galgar conquistas no ensino e, mais tarde, na universidade de farmácia e bioquímica”, comenta o executivo. Com 248 páginas, o livro tem um preço sugerido de R$ 72 e pode ser adquirido no site da editora e também pela Amazon.