RD reverte queda no lucro no 3º tri
Resultado vem após simplificação na estrutura promovida depois de 1º tri aquém do esperado
por César Ferro em
e atualizado em
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Os ventos mudaram na RD Saúde. Depois de resultados inferiores ao esperado no primeiro trimestre e de uma recuperação no segundo, o balanço da companhia entre julho e setembro veio em linha com o mercado. As informações são do Brazil Journal.
A receita bruta da varejista, responsável pelas bandeiras Droga Raia e Drogasil, cresceu 12,7% no período, totalizando R$ 12,2 bilhões. A margem EBITDA ficou em 7,5%, número 1,4 ponto percentual (p.p.) acima do registrado no início do ano.
As vendas em mesma loja, que foram o ‘calcanhar de Aquiles’ da empresa entre janeiro e março, subiram 9,7%, e as lojas maduras registraram alta de 7,8%. Em relação ao terceiro tri de 2024, o lucro líquido cresceu 18,7%, batendo o consenso de R$ 375 milhões e chegando a R$ 400 milhões.
Ventos mudaram após simplificação na estrutura
No 1T25, o primeiro com Renato Raduan na cadeira de CEO da RD Saúde, as same-store sales ficaram abaixo do registrado por outras grandes redes de farmácia. O resultado fez com que a companhia realizasse uma simplificação em sua estrutura.
“Foi duro, mas necessário. Queríamos uma RD mais leve, mais ágil, com diretores que tivessem autonomia e responsabilidade. Usamos o aprendizado para voltar à essência: eficiência, preço, atendimento e cultura de loja”, explica. A reestruturação levou a um corte de 15% do quadro corporativo – um tema que, segundo o executivo, já era debatido desde o início do ano.
Análogos de GLP-1 foram protagonistas no crescimento da RD Saúde
Os medicamentos como Mounjaro, Ozempic e Wegovy – conhecidos como análogos de GLP-1 – foram protagonistas no crescimento da RD Saúde. Segundo Raduan, esses remédios já respondem por até 12% das vendas de algumas unidades da rede.
Analistas e gestores apontam os fármacos em questão como um dos principais motores para o avanço, mas o executivo pondera. “O GLP-1 ajuda, claro, mas não é tudo. Os genéricos cresceram 19% e a perfumaria voltou a subir dois dígitos. É um crescimento de base ampla.”
Categoria também impulsionou vendas digitais
A categoria dos análogos de GLP-1 também teve sua importância sentida nas vendas digitais da RD Saúde. Isso porque, para aumentar a segurança nas farmácias, as fabricantes passaram a oferecer descontos para os pacientes que realizassem suas compras por meios eletrônicos. Em um ano, a penetração desse canal cresceu de 20,2% para 26,7%.
Mesmo com o crescimento, o CEO aponta que a meta de abrir entre 330 e 350 novas lojas por ano seguirá. O olhar da companhia por sua vez, mudou, e foca agora em cidades menores.
Margem bruta caiu 0,2 p.p. na comparação anual
Um indicador não tão positivo do resultado financeiro foi a margem bruta. Puxada por uma competição mais acirrada com os marketplaces nos produtos de higiene e beleza, ela caiu 0,2 p.p. na comparação anual, ficando em 27,4% no terceiro trimestre.
De acordo com o executivo, a RD Saúde demorou para reagir no pós-pandemia e precisou reprecificar toda a categoria, sacrificando parte de sua margem para atrair mais consumidores. “Foi uma decisão nossa: reduzir preço e recuperar volume. Agora, com o mix ajustado e o private label crescendo, a margem começa a voltar”, explica.
Companhia lidera ranking de produtividade nas farmácias
Um estudo divulgado pelo Itaú BBA no final de outubro analisou a competitividade do varejo farmacêutico. O principal destaque no quesito, segundo os analistas Rodrigo Gastim, Vinicius Pretto, Victor Rogatis e Kelvin Dechen, foi o desempenho da RD Saúde.
A companhia manteve sua vantagem operacional mesmo com o avanço de concorrentes online e redes regionais, que vêm reduzindo a distância de eficiência no setor.