Viveo reverte prejuízo no 3° trimestre
Companhia teve lucro de R$ 226,9 milhões, o primeiro registrado no ano
por César Ferro em
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Depois de cinco trimestres seguidos de prejuízo, a Viveo reverteu o movimento e fechou o 3T25 com um lucro de R$ 226,9 milhões. No mesmo período de 2024, a fabricante e distribuidora de insumos hospitalares havia registrado um prejuízo de R$ 237,7 milhões. As informações são do InfoMoney e NeoFeed.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o diferencial de alíquotas do ICMS (Difal) beneficiou o resultado, possibilitando uma reversão de R$ 314,6 milhões. Em outubro, a corte decidiu que as empresas que ingressaram com ação na Justiça até novembro de 2023 estão livres do pagamento retroativo. No trimestre, o lucro líquido ajustado, que exclui a reversão do Difal, chegou a R$ 42,4 milhões.
Renegociações com clientes, ajustes no capital de giro, no ciclo de financiamento e nos estoques, além da redução das despesas administrativas, foram ações de melhoria operacional que também contribuíram para o resultado. A receita líquida da companhia alcançou R$ 2,833 bilhões, retração de 3,8% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. “A retração faz parte do plano. Abrimos mão de contratos com rentabilidade ruim para garantir uma operação saudável e sustentável”, afirma o CEO, Leonardo Byrro.
Viveo quer seguir com plano de desalavancagem
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Viveo cresceu 13,1% em relação ao mesmo intervalo de 2024, totalizando R$ 172,9 milhões. A alavancagem encerrou em 4,17 vezes, com uma redução de 0,16 ponto percentual (p.p.) em relação ao segundo trimestre deste ano devido à contribuição da geração de caixa livre de R$ 167 milhões.
De acordo com o executivo, o objetivo é chegar a uma alavancagem de 3,5 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda no meio de 2026. “Estamos confiantes em voltar para essa trajetória de alavancagem menor do que 4 vezes”, declarou em entrevista ao Broadcast do Estadão.
Em comparação com o segundo trimestre, a dívida líquida da companhia diminuiu 2%, ficando em R$ 2,7 bilhões. Byrro espera uma tendência mais positiva para o próximo ano, com a captura de benefícios provocados pelas ações de melhoria operacional.
Distribuidora registrou maior margem desde o início da reestruturação
A Viveo encerrou o período com margem de 6,1%, o maior patamar desde o início do ciclo de reestruturação. A margem bruta avançou 1,4 p.p. acima do mesmo trimestre de 2024, chegando a 14,7%. Nos últimos trimestres, a companhia reviu seus contratos e adotou a seletividade comercial, o que se reflete nos resultados do 3T25.
Empresa triplicou capacidade logística com aporte de R$ 100 mi
Em outubro, a Viveo concluiu um amplo processo de modernização em seus centros de distribuição, com investimentos de R$ 100 milhões em infraestrutura e tecnologia. O ecossistema de saúde passou a contar com mais de 150 mil m² de área de armazenagem e triplicou a capacidade de processar pedidos e entregas em todo o país.
Entre as principais melhorias estão armazéns verticais inteligentes, automação de processos, controle diário de inventário e a implementação do WMS (Warehouse Management System) em todas as unidades. Essas inovações proporcionaram mais agilidade, segurança e rastreabilidade, além de redução na emissão de CO₂ com rotas de entrega mais eficientes.
A companhia também ampliou sua presença física com novos centros de distribuição em Cajamar (SP), Nova Santa Rita (RS) e Brasília (DF), além de expandir unidades em Pernambuco, Paraná e Santa Catarina. Hoje, a Viveo soma 20 CDs estrategicamente localizados, garantindo cobertura nacional e entregas em até 24 horas nas capitais, alcançando 80% dos hospitais privados do Brasil.