Ex-jogador de futebol é um dos pioneiros do associativismo
Luis Alberto da Silva foi um dos primeiros a aderir ao modelo em São Paulo e administra cinco lojas e uma rede no interior paulista
por César Ferro em
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Um dos pioneiros do associativismo, Luis Alberto da Silva, iniciou sua trajetória profissional bem distante do varejo farmacêutico. No 34º episódio da seção Minha História, acompanhamos como um ex-jogador de futebol enxergou no setor uma forma de cuidar do próximo e colher resultados de sucesso. Hoje ele comanda cinco farmácias nas cidades de Cruzeiro e Cachoeira Paulista, ambas na região leste do estado de São Paulo.
Nascido em Cruzeiro (SP), cidade com cerca de 87 mil habitantes na região metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, ele cresceu no município vizinho – Cachoeira Paulista. Muito ligado ao esporte, buscou carreira no futebol e formou-se em educação física.
Nas divisões de base, chegou a representar grandes clubes como o Flamengo e o ‘expressinho’ do São Paulo, nos anos 1990. Mas conforme o tempo passava, ele perdia espaço e começou a ser emprestado para equipes de menor expressão. Enquanto atuava pelo time profissional de Cruzeiro nos fins de semana, ele decidiu que era hora de estabelecer uma grande mudança em sua vida.
“Resolvi cursar uma nova faculdade, com foco em farmácia. Fiz parte da primeira turma dessa especialidade na Universidade de Mogi das Cruzes”, recorda. Para poder se dedicar integralmente à graduação, ele abdicou do esporte em 1992 e, uma vez farmacêutico, resolveu voltar para a cidade onde passou a infância.
Jornada de um dos pioneiros do associativismo começa na Santa Casa
Em 1995, Silva voltou para Cachoeira Paulista com o objetivo de trabalhar na área. Mas depois de tanto tempo longe de casa, ele queria tirar um mês de férias, o que acabou não sendo possível.
“Logo no dia em que cheguei à cidade, fui procurado por uma executiva da Santa Casa de Cachoeira. Ela me ofereceu um emprego no hospital, onde eu seria responsável pela gestão da farmácia, do laboratório de análises clínicas e do banco de sangue. Eu topei e perguntei ‘quando eu começo?’, pensando que a resposta seria ‘na segunda-feira’ ou ‘no próximo mês’. O que ouvi foi ‘amanhã’”, conta.
No hospital, onde atuou por dois anos, ele cultivou muitos contatos e se tornou um profissional conhecido no município. Essa fama, aliada à experiência em serviços clínicos, acendeu no farmacêutico o desejo de empreender. Em 1997, ele abriu sua primeira farmácia.
Trajetória como independente foi curta
Um dos poucos farmacêuticos da cidade e possivelmente o mais conhecido, Silva logo se tornou uma referência em Cachoeira. Além disso, o empreendedor se valia de sua experiência hospitalar para oferecer um atendimento clínico mais apurado, o que não era comum na região.
Em pouco tempo a farmácia começou a chamar a atenção do mercado. Com cerca de um ano de funcionamento, o empresário foi visitado pelo gestor de uma rede de farmácias associativistas e recebeu uma proposta.
“O Paulo Heitor, que era o responsável pela Farma & Companhia na época, foi até a minha loja com o objetivo de detalhar os benefícios do associativismo. Decidi aderir no ato”, relata.
Empresário faz parte da história do associativismo paulista
Silva não só entrou na Farma & Companhia, como se tornou seu vice-presidente já no começo dos anos 2000 e pouco tempo depois assumiu a presidência da associação. Foi nessa mesma época que ele inaugurou sua segunda unidade, que, nos primeiros anos, teve como foco os medicamentos genéricos – tidos como novidade na comunidade local. “Foi uma virada de chave. Conheci um mundo novo cheio de oportunidades, no qual consegui me desenvolver profissionalmente e obter aprendizados diários”, declara.
O empresário fez parte de alguns momentos-chave da história do associativismo.Ele testemunhou a divisão das operações entre a Farma & Companhia, que atuaria na capital paulista e no interior; e a Farmavale, com foco exclusivo no Vale do Paraíba.
Também participou da Faesp (Federação Paulista de Associações de Farmácias e Drogarias Independentes) e, posteriormente, da Febrafar, onde trabalhou ao lado de Edison Tamascia, ocupou a diretoria e faz parte, atualmente, do conselho fiscal. Em paralelo, sua rede de farmácias ganhava corpo e, em 2005, ele adquiriu a terceira loja, que pertencia à principal concorrente.
Liderança trouxe novos desafios
Desde os anos 2000 como presidente da Farmavale, o gestor incorporou a missão de servir de exemplo para os demais empreendedores da rede associativista. “Sempre tive a obrigação de ser o pioneiro. Desenvolvia primeiramente os projetos vindos da Febrafar nas minhas lojas para mostrar que esse era o caminho mais indicado aos demais associados”, afirma.
Por falar em pioneirismo, ele esteve presente no processo de criação da Farmarcas e participou da inclusão da Farmavale no agrupamento. Mas sua ligação com a companhia não para por aí.
Empresário trouxe a Ultra Popular para São Paulo
Em 2012, já dentro do ecossistema da Farmarcas e após trazer Monica Sestari Silva, sua esposa, para gerir a área financeira de suas farmácias, o executivo resolveu expandir o alcance da operação. Para marcar seu retorno à cidade natal, ele inaugurou um PDV da Ultra Popular. “Essa unidade foi uma das cinco primeiras da rede e a primeira loja no estado de São Paulo”, afirma.
Quatro anos depois, ele converteu a bandeira de sua segunda Farmavale em Cachoeira Paulista para Ultra Popular e alcançou o número de cinco farmácias em 2022, ao inaugurar mais uma operação em Cruzeiro.
Cinco lojas geram faturamento milionário
Hoje, com as cinco lojas que compõem sua operação, o gestor registra um faturamento mensal de mais de R$ 2 milhões. Em Cachoeira, o market share chega a 46% e em Cruzeiro, fica em cerca de 15%.
Até 2030, o objetivo é continuar crescendo em linha com o mercado. “Para que eu esteja ‘na foto’ daqui a cinco anos, preciso fazer bem minha lição de casa. A Farmarcas me dá todo o apoio, indicando onde podemos e devemos melhorar nossa operação”, finaliza.

