Hubs de saúde impulsionam resultados do varejo farmacêutico
Tendência reforça a experiência no PDV e redefine
o papel das farmácias na jornada do paciente
por Gabriel Noronha em
por Gabriel Noronha em
O varejo farmacêutico vive um momento de recorde de vendas, superando a marca de R$ 200 bilhões em faturamento pela primeira vez em 2024, ao mesmo tempo em que a adoção de hubs de saúde se consolida no setor.
A prática consiste na reinvenção do PDV com foco na experiência do cliente, que já espera encontrar serviços como vacinação, exames rápidos e acompanhamento farmacoterapêutico em um único local, até mesmos nas farmácias de bairro.
A iniciativa é um reflexo das constantes mudanças e tendências que impactam não apenas esse mercado, mas também diversos outros segmentos do varejo, obrigando que gestores corram contra o tempo para se adaptarem às crescentes exigências dos consumidores.
Para Jauri Siqueira, participante da seção Os Especialistas do Panorama Farmacêutico e head comercial e de soluções da Clinicarx, acompanhar essas tendências deixou de ser um diferencial e passou a ser um pré-requisito competitivo.
Especialista dá dicas para a criação de hubs de saúde
Com o objetivo de apoiar gestores nesse processo, o executivo listou práticas essenciais para ampliar as chances de sucesso na implementação de hubs de saúde nas farmácias:
- Reposicione o foco no relacionamento com o cliente
Mais do que vender, é preciso criar vínculo. Farmácias que colocam o cliente no centro, com atendimento consultivo, canais abertos e escuta ativa, constroem recorrência e preferência de marca
- Invista em tecnologia integrada
Soluções que conectam estoque, CRM, vendas e serviços em um único ambiente deixam a operação mais ágil e inteligente. Com dados bem estruturados, a tomada de decisão torna-se mais estratégica e menos reativa
- Ofereça soluções além da prateleira
A incorporação de serviços farmacêuticos, como exames rápidos, acompanhamento de tratamentos e aferição de sinais vitais, melhora a experiência do cliente e posiciona a farmácia como parte da jornada de saúde
- Use dados para ajustar sua oferta
Plataformas de pesquisa, NPS e análise de comportamento ajudam a entender o que está funcionando e o que precisa mudar. Farmácias que monitoram seus indicadores conseguem se manter relevantes mesmo diante de mudanças
- Forme parcerias estratégicas
Conectar-se com redes de clínicas, laboratórios e healthtechs permite ampliar o portfólio de serviços sem precisar desenvolver tudo internamente, o que gera valor agregado e fortalece a imagem da farmácia como ponto de cuidado
Busca por inovações pode encontrar obstáculos
O caminho até o bom funcionamento dessas novidades, no entanto, pode passar por algumas barreiras que limitam o desempenho das farmácias. Para auxiliar com a identificação das mais promissoras oportunidades de investimento, Siqueira listou alguns pontos de atenção:
- Resistência à mudança: alguns gestores ainda enxergam a farmácia apenas como ponto de venda. Essa visão limita o potencial de crescimento e atrasa decisões importantes
- Limitações tecnológicas: a ausência de automação, a baixa integração entre sistemas e a falta de dashboards atualizados tornam a gestão mais reativa, dificultando a análise de dados e o planejamento
- Falta de capacitação: sem um treinamento de funcionários adequado, a equipe tem dificuldade para adotar novas ferramentas e disponibilizar serviços com excelência
- Insegurança regulatória: muitos empreendedores não sabem exatamente o que é permitido oferecer como serviço clínico ou como ajustar processos para cumprir exigências legais, o que gera medo e paralisa iniciativas