Eli Lilly se torna a primeira farmacêutica trilionária da história
Valorização impulsionada por medicamentos para obesidade coloca a empresa entre as maiores potências globais
por Gabriel Noronha em
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Na última sexta-feira, dia 21, a Eli Lilly se tornou a primeira farmacêutica trilionária do mundo, se juntando a um seleto grupo de empresas dominado por gigantes da tecnologia. As informações são do portal IstoÉ Dinheiro.
A avaliação de US$ 1 trilhão reflete uma valorização de 35% das ações ao longo do último ano, impulsionada pelo forte desempenho dos medicamentos para obesidade e diabetes.
O número reforça uma tendência global em que os medicamentos para controle de peso se tornaram um dos segmentos mais lucrativos da saúde. Com Mounjaro e Zepbound, ambos à base de tirzepatida, a Lilly superou o Keytruda, da MSD, e passou a deter a molécula mais vendida do mundo.
Farmacêutica trilionária superou desvantagens no mercado
A Novo Nordisk saiu na frente no segmento com o Ozempic e o Wegovy, cujo princípio ativo é semaglutida, mas o Mounjaro e o Zepbound rapidamente ganharam popularidade e permitiram que a Lilly ultrapassasse a concorrente em número de prescrições.
A farmacêutica trilionária consolidou a liderança após o lançamento do Wegovy ser afetado pela escassez de suprimentos. Além disso, seus medicamentos apresentaram maior eficácia clínica, e a empresa foi mais ágil na ampliação da produção e na expansão da distribuição.
Em outro recorte, desde o lançamento do Zepbound, no final de 2023, a empresa acumulou valorização superior a 75%, bem acima dos pouco mais de 50% registrados pelo S&P 500 no mesmo período.
No último balanço trimestral, a Lilly registrou receita de mais de US$ 10,09 bilhões com seu portfólio para obesidade e diabetes, valor que representa mais da metade dos US$ 17,6 bilhões de receita total. Em outubro, a farmacêutica revisou sua previsão de receita anual, elevando-a em mais de US$ 2 bilhões diante da forte demanda global.
Atualmente, as ações da Lilly são negociadas em um dos patamares mais altos do setor farmacêutico, cerca de 50 vezes o lucro previsto para os próximos 12 meses, segundo dados da LSEG, o que reflete as apostas dos investidores de que a demanda por medicamentos para obesidade permanecerá forte.
Estimativas de Wall Street apontam que o mercado de medicamentos para perda de peso pode alcançar US$ 150 bilhões até 2030, com Lilly e Novo Nordisk dividindo a maior fatia das vendas globais.
Lilly espera seguir crescendo
Para ampliar sua participação no mercado, a farmacêutica americana firmou um acordo com Donald Trump e o governo dos Estados Unidos para o fornecimento de medicamentos.
Analistas avaliam que a política de preços pode pressionar a receita no curto prazo, mas amplia significativamente o acesso, adicionando até 40 milhões de potenciais candidatos ao tratamento da obesidade no país.