Anvisa prorroga prazo de adequação para fabricantes de suplementos
Autarquia reprovou dois terços dos produtos analisados até julho de 2025
por Gabriel Noronha em
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O mercado de suplementos segue em expansão no Brasil, impulsionado pela maior adesão entre praticantes de atividades físicas e consumidores que buscam apoio nutricional.
O setor, porém, enfrenta obstáculos para atender às normas de qualidade e segurança da Anvisa. Até julho de 2025, 65% dos itens avaliados foram reprovados, equivalente a dois terços das análises realizadas.
Entre as principais falhas estão substâncias proibidas, concentrações superiores ao permitido e a ausência de estudos que atestem qualidade e estabilidade das formulações.
Buscando reduzir esses índices e amenizar o risco à saúde dos consumidores, a autarquia havia definido um prazo para a adequação a uma nova regulamentação, mas adiou essa data limite para setembro de 2026.
Suplementos navegam “zona cinzenta” das leis
A agência identificou casos de itens com ingredientes não declarados no rótulo e formulações que se aproximam do efeito farmacológico, apesar de serem comercializados como alimentos.
Segundo especialistas, essa situação ocorre porque os suplementos transitam em uma “zona cinzenta” entre alimentos e medicamentos, sem atender integralmente às exigências de nenhum dos dois grupos.
Até a vigência total da norma, uma parcela significativa do setor continuará sob regras de transição, mantendo consumidores vulneráveis a itens com baixa rastreabilidade ou evidências insuficientes de segurança.