Como desenvolver uma liderança de sucesso nas farmácias?
Paulo Costa elenca os principais pontos que definem um dirigente de impacto
por César Ferro em
O varejo farmacêutico é predominantemente composto por pequenos negócios. Nesse cenário, contar com uma liderança de sucesso é fator-chave para garantir o crescimento e a continuidade do empreendimento. Mas para isso, é preciso romper com um personagem muito comum no segmento – o gestor multitarefa.
“Esse tipo de empresário centraliza todas as atividades. Ele compra, vende, cuida das finanças e não sobra tempo para comandar”, alerta Paulo Costa, fundador da Éden Grupo e que integra o time da seção Os Especialistas do Panorama Farmacêutico.
Para o executivo, uma boa liderança passa pela atração de talentos, pela compreensão dos diferentes perfis de profissionais e de como potencializá-los. Além disso, é preciso cultivar uma visão de longo prazo, enquanto supera a posição de ‘faz-tudo’.
A diferença entre um líder de sucesso e um gestor operacional
Costa diferencia as competências requeridas para as funções operacionais e de liderança. Segundo ele, no âmbito operacional são necessárias habilidades técnicas, ou seja, aquelas que interferem diretamente na realização das tarefas.
Já o gestor da farmácia precisa de habilidades emocionais, as que compreendem as relações interpessoais. A ausência desses soft skills pode decretar o fracasso na função. “Promover um excelente técnico para uma posição de liderança somente por sua habilidade com a área operacional pode ser destrutivo para a farmácia”, observa.
Novos papéis, novas demandas
O especialista descreve essa transição como uma ‘escada’. O empresário começa como um gestor operacional e, para evoluir, precisa desenvolver as habilidades necessárias à liderança, como inteligência emocional e visão conceitual, que consiste em imaginar o futuro e criar soluções. “A dificuldade surge quando ele não consegue transitar por esses novos papéis e formar outros gestores e líderes”, alerta.
As principais barreiras para evolução
As principais barreiras para a evolução da liderança, na visão do executivo, são emocionais e psicológicas. Elas incluem o medo de falhar, a crença de que só ele sabe fazer o trabalho bem feito e a dificuldade de ouvir.
Costa também destaca a relutância em dar direcionamentos mais firmes aos colaboradores, por temer prejudicar o clima da farmácia, e à necessidade excessiva de controle que muitos empreendedores têm.
Evite esses erros comuns
Os erros mais frequentes do comandante da farmácia incluem:
- Não ter ou não comunicar com clareza uma direção para a equipe
- Não definir papéis claros para os colaboradores na operação
- Não entender os perfis adequados para cada função
- Ausência de rituais de acompanhamento do trabalho do time
- Relutância em confrontar erros e falhas de execução por receio de conflitos
- Necessidade de ser admirado pelos funcionários
Como superar esses desafios?
A primeira etapa para a virada de chave é o gestor ter a consciência de que precisa assumir novas condutas à medida que a operação ganha corpo. É fundamental também gostar de pessoas para formar um time de confiança. “A busca por conhecimento deve ser constante, pois a liderança é uma capacidade desenvolvida e não um dom”, completa.
Transformação digital trouxe novos desafios
A transformação digital exige novas habilidades. É necessário ter mentalidade de inovação, capacidade de aprender constantemente e sabedoria para lidar com adversidades.
“É fundamental agir com velocidade no curto prazo, mas sem abrir mão da visão de longo prazo”, aponta. Em seu conselho final, Costa incentiva os futuros líderes a conhecer e entender as pessoas, de modo a fazer a equipe enxergar que o sucesso pessoal e o da farmácia estão na mesma direção. “Esse nível de engajamento transcende meramente o salário”, finaliza.