Pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência utilizado por muitas mulheres depois de uma relação sexual sem camisinha. Por conta da sua alta carga hormonal, ela pode causar alterações no ciclo menstrual e deixar a menstruação desregulada por um tempo. Isso significa que mulheres que ingerem a pílula podem apresentar atraso menstrual ou até mesmo a antecipação do fluxo nos meses seguintes ao uso. O tempo para o ciclo voltar ao normal varia de pessoa para pessoa, mas estima-se que o corpo demore cerca de 3 meses para regularizar o balanço hormonal.
Nós conversamos com o ginecologista Túlio José Tomas do Couto para entender melhor sobre o impacto da pílula do dia seguinte na menstruação e seus principais efeitos colaterais.
O que é a pílula do dia seguinte e quando é indicada usar?
A pílula do dia seguinte é um método emergencial, um composto por uma quantidade alta levonorgestrel, uma versão sintética do hormônio progesterona. Segundo o médico, sua ação é provocar a descamação do endométrio, dificultando a fecundação e a entrada do espermatozoide no útero. Ela não é considerada um método contraceptivo e deve ser usada somente em casos de emergência, como a camisinha estourar, por exemplo. A pílula pode ser consumida até 72 horas, no máximo, após a relação sexual, mas a sua eficácia diminui a medida que o tempo passa.
A pílula do dia seguinte pode ser comprada em farmácias sem prescrição média e por um preço acessível. Entretanto, a profissional alerta que esse método não pode ser, de maneira alguma, utilizado de forma frequente. O ideal é que ela seja usada apenas três vezes ao ano em um intervalo de três meses entre uma igestão e outra. Mesmo assim, o ideal é que você recorra a pílula o mínimo possível.
Como a pílula do dia seguinte funciona no corpo da mulher?
A pílula do dia seguinte age de forma diferente em cada organismo, provocando diversos efeitos colaterais. Existem dois tipos de pílula do dia seguinte, a de dose única ou com dois comprimidos, mas ambas vem com a mesma carga de hormônios. A pílula age de duas maneiras, dependendo do período do ciclo menstrual que a mulher está. Se ela ainda não tiver ovulado, o método impede a liberação do óvulo. Assim, o espermatozoide não o encontrará e, desta forma, é provável que não haja a fecundação. Caso a mulher já tenha ovulado, o método vai alterar a secreção vaginal. A pílula vai atuar no muco cervical, líquido que ajuda o espermatozoide a chegar ao útero, e no endométrio, a camada interna que reveste o útero. Ela então transforma o ambiente em um local hostil e os espermatozoides não conseguem chegar até as trompas (eles morrem no caminho).
Caso ocorra a fecundação, a pílula não tem nenhum efeito que impeça o desenvolvimento do embrião. Por isso, ela não é considerada abortiva.
Pílula do dia seguinte: como tomar
A pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais próximo possível da relação sexual. Ela tem até 72 horas de eficácia, mas nas primeiras 24 horas a sua eficácia chega a ser de 90%. O medicamento pode ser encontrado de duas maneiras: dose única e dose dupla. A dose única vem com apenas um comprimido para ser tomado de uma única vez. A dose dupla, vem em uma cartela com dois comprimidos, em que o segundo deve ser tomado 12 horas após o primeiro.
A pílula pode ser tomada com água, sucos ou alimentos a qualquer momento do dia. Mesmo sendo um medicamento com alta carga hormonal, não existem muitas contraindicações, exceto os casos de mulheres com distúrbios metabólicos, problemas no fígado e com histórico de trombose.
A pílula do dia seguinte pode desregular a menstruação. Veja outros possíveis efeitos colaterais
A pílula do dia seguinte tem uma alta carga hormonal e chega a ser 10 vezes mais intensa do que os anticoncepcionais comuns. Por isso, ela costuma apresentar efeitos colaterias como:
- enjoo;
- dor de cabeça;
- sangramento fora do período menstrual;
- dor nas mamas;
- diarreia;
- menstruação irregular.
Após a ingestão da pílula do dia seguinte, a menstruação deve descer no período de 10 à 30 dias, ou seja, ela pode tanto antecipar como atrasar o fluxo. Devido à demora, muitas mulheres já pensam que estão grávidas e essa preocupação acaba atrasando ainda mais a menstruação. “O importante é a conscientização das mulheres de que a pílula do dia seguinte é o método emergencial e não um método anticoncepcional para uma paciente que tenha vida sexual ativa,” ressalta Túlio.
Caso o atraso persista por mais tempo, o ideal é fazer um teste de gravidez. Se o resultado for negativo e a menstruação não descer, a mulher deve consultar um ginecologista.
Este artigo tem a contribuição do especialista:
Dr. Túlio José Tomass do Couto, Ginecologista e Obstetra
CRM: 63439
Fonte: Só delas