A Abrafad testemunhou mais uma vez a força do associativismo ao atrair mais de 50 fabricantes de medicamentos, bens de consumo e provedores de serviços para seu 8º Encontro de Negócios. O evento mobilizou as 34 bandeiras que integram a entidade nos dias 6 e 8 de maio, em São Paulo (SP), e também serviu de palco para a celebração de números recordes alcançados pelo grupo.
A associação chegou a 100% das unidades da Federação após superar a marca de R$ 7,1 bilhões de faturamento em 2024, patamar próximo das maiores representantes do varejo farmacêutico gaúcho – as Farmácias São João e a Panvel. O crescimento em relação ao ano anterior foi de 14,3%, dois pontos percentuais acima do avanço geral do varejo farmacêutico. O market share é de 3,2%.
A capilaridade também evolui de forma consistente. O número de farmácias já soma 5.888, distribuídas por 2.200 municípios. Há exato um ano eram 5.087 lojas em 19 estados e no Distrito Federal. “Embora tenhamos atraído novas bandeiras, a maior fonte de incremento provém da expansão orgânica das redes, com foco claro na ocupação do mapa nacional”, exalta o diretor executivo Nilson Ribeiro.
Faturamento da Abrafad em bilhões de R$
A Rede Melhor Compra, uma das fundadoras da Abrafad ao lado da Universal Farma e da Soma Drogarias em 2017, exemplifica esse crescimento fundamentado no aumento de lojas. De 309 PDVs no período pré-pandêmico em 17 estados, a varejista oriunda de Minas Gerais saltou para 718 e hoje já ocupa 25 unidades da Federação.
“Nosso histórico de evolução e o amadurecimento da própria Abrafad são uma representação notável do poder do associativismo”, acredita o diretor de relações institucionais Adão Fonseca. “Estamos empoderando o varejo independente muito além da melhoria das condições comerciais, por meio do uso intensivo de tecnologia, da análise acurada de dados e da capacitação profissional voltada a lideranças e à linha de frente”, reforça
Abrafad aposta em diversificação regional e de mix
Do total de farmácias associativistas da Abrafad, 59% estão concentradas no Sul-Sudeste e outras 36%, no Nordeste. Nilson Ribeiro enxerga consolidação nessas três regiões e, por isso, aponta o olhar para o Norte e Centro-Oeste, hoje com pouco mais de 1,1 mil PDVs.
“São mercados ainda prósperos para farmácias independentes, mas que vêm convivendo com a crescente incursão das grandes redes, o que impõe uma mudança de mentalidade na gestão. Esse cenário abre um campo oportuno para o associativismo”, avalia.
Presença da Abrafad por região
(em número de PDVs e %)
A associação também vem trabalhando para diversificar o portfólio, tanto que a participação dos não medicamentos nas vendas aumentou 18% no último ano. A representatividade dessa categoria é de 25%. “Mas a julgar pelo share de 31% que as farmácias associativistas obtêm com esse segmento, temos espaço para crescer”, projeta. A partir dessa estratégia, a previsão é totalizar receita de R$ 8 bilhões em 2025, com 6,4 mil lojas na base.
“Tecnologia não é desejo, é obrigação”
Com essas palavras, Nilson Ribeiro definiu junto às redes o caminho que pavimentará a evolução do setor e a relação com a indústria. Para isso, a Abrafad ancora-se em um ecossistema formado por seis plataformas de gestão – Visão Geral de Mercado, Compras e Negociações Inteligentes, Trade GC, Precificação e Fidelização, Gerenciador Financeiro e Academia Abrafad.
O trabalho para otimização do uso dessas ferramentas está sendo conduzido pela equipe recém-estruturada, capitaneada por Marcelo Licnerski (diretor de comunicações e operação) e Fernando Brito (diretor comercial).
“A vivência do time, inclusive com passagens por grandes indústrias farmacêuticas, e esse conjunto de plataformas são alicerces para as farmácias. Com clareza nas informações sobre compras, vendas e a jornada de consumo, teremos mais assertividade na tomada de novas decisões”, finaliza Ribeiro. O dirigente antecipa, inclusive, que já estuda a implementação de um e-commerce próprio.