Substituto das pílulas anticoncepcionais, que devem ser tomadas diariamente, o anticoncepcional injetável, como o nome diz, são injeções com doses de hormônios de longa duração. Elas impedem a ovulação e, sem a liberação de ovos, consequentemente, não há fecundação. Desta forma, evita-se a gravidez. A injeção é intramuscular e pode ser aplicada no glúteo e no braço.
A fórmula contém a combinação de progesterona e estrogênio e a injeção pode ser mensal ou trimestral. O anticoncepcional injetável mensal possui o mesmo mecanismo de ação das pílulas, pois ele suspende a ovulação, reduz a espessura endometrial e espessa o muco cervical. O fluxo menstrual pode diminuir devido à maior quantidade de hormônios no contraceptivo. Já a dose trimestral provoca a falta de menstruação no início do tratamento. As mulheres só retornam a ficar férteis após cerca de nove meses a um ano da última aplicação trimestral.
Estrogênio e progesterona no anticoncepcional injetável mensal
A injeção mensal é chamada de método combinado pois é composta à base dos hormônios estrogênio e progesterona. O primeiro é relacionado ao controle da ovulação e o último, ao equilíbrio da produção de óvulos e gravidez. O ciclo menstrual não é interrompido com o contraceptivo mensal, porém não há mais liberação de óvulos.
A aplicação deve ocorrer até o quinto dia depois do início da menstruação, com a dose seguinte após 30 dias. Essa equação segue o princípio de que os níveis de estrogênio e progesterona vão variando ao longo do tempo e é necessário que sejam repostos nesse intervalo de tempo para que produzam o efeito desejado.
Ação mais duradoura da injeção trimestral
Já o método trimestral é composto apenas por progesterona, cujo efeito anticoncepcional perdura por mais tempo, uma vez que o hormônio é absorvido lentamente pelo organismo. Após o período de 90 dias é necessária outra aplicação para manter o muco cervical mais espesso e reduzir o risco de gravidez.
Esse tipo de contraceptivo, sem estrogênio, é recomendado a mulheres que têm distúrbios cardiovasculares, relacionados à trombose e coagulação, as quais não é apropriado o uso desse hormônio. A injeção trimestral tem a vantagem de agir na redução do fluxo menstrual, combater os sintomas da TPM, diminuir o risco de câncer do endométrio e ovário e de doença inflamatória pélvica.
Efeitos colaterais
Ambos os métodos, porém, são contraindicados a pacientes que apresentam reação a estrogênio, sangramento genital de causa desconhecida, câncer de mama e de colo de útero e endometriose. Gestantes e mães que estão amamentando devem evitar a composição com estrogênio.
Eles também podem causar dor de cabeça, dor nas mamas, acne, alterações de humor, redução da densidade mineral óssea, retenção de líquido, vertigem e aumento de peso. Os efeitos colaterais, no entanto, tendem a ser menos intensos se comparados aos da pílula anticoncepcional.
Eficácia comprovada
Os dois métodos, por outro lado, são eficazes, com apenas 0,1% a 0,6% de falha para a injeção mensal, e de 0,3% para a trimestral, ou seja, inferior a 1% e semelhante à eficácia da ligadura de trompas. É sempre oportuno lembrar, porém, que a injeção não previne infecções sexualmente transmissíveis (IST). Assim, usar preservativos em relações sexuais continua a ser medida indispensável.
É o ginecologista quem vai orientar sobre o método injetável ideal cada paciente. De posse de informações sobre o ciclo menstrual, histórico médico e eventuais remédios e suplementos que a mulher esteja tomando, além de exames a serem requeridos, o especialista saberá indicar a melhor opção.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico