
Um novo medicamento para retardar o Alzheimer traz esperança para pacientes no Brasil. A Anvisa aprovou nesta terça-feira, dia 22, o primeiro fármaco indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo brando ou demência leve em estágio inicial.
Com o nome comercial de Kinsula, o donanemabe, da farmacêutica Eli Lilly, foi aprovado nos Estados Unidos em julho do ano passado. Na época, segundo a fabricante, as injeções da droga reduziram em 61% as placas amiloides – que destroem neurônios quando acumuladas em excesso- durante seis meses de tratamento, em 80% aos 12 meses e 84% aos 18 meses.
Fora isso, o medicamento também se mostrou eficaz em retardar o declínio cognitivo e funcional em até 35% (em comparação com placebo) durante 18 meses de tratamento. O donanemabe foi avaliado em um estudo principal envolvendo 1.736 pacientes. O medicamento já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, dentro das indicações e limites aprovados pela agência.
Como funciona o medicamento para retardar o Alzheimer
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. A droga atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença.
O uso do medicamento é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios.
As reações adversas mais comuns do medicamento são relacionadas à infusão (que podem causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe), dores de cabeça e anormalidade relacionadas à proteína amiloide.
“O Kisunla demonstrou resultados muito significativos para pessoas com doença de Alzheimer sintomática precoce, que precisam urgentemente de opções de tratamento eficazes. Sabemos que esses medicamentos têm o maior benefício no tratamento precoce e estamos trabalhando arduamente para melhorar a detecção e o diagnóstico”, afirma Anne White, vice-presidente executiva e presidente da Lilly Neuroscience e da Eli Lilly.