Anvisa aprova Mounjaro para apneia obstrutiva do sono
Medicamento já era utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade
por César Ferro em
e atualizado em


O Mounjaro (tirzepatida da Eli Lilly) ganhou uma nova indicação no Brasil. A Anvisa aprovou o medicamento para o combate à apneia obstrutiva do sono. As informações são do UOL.
O remédio, que já era utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, recebeu o aval para o novo uso na última sexta-feira, dia 17, após publicação no Diário Oficial da União. O fármaco torna-se uma opção para quadros moderados e graves em pacientes obesos.
Apesar da nova indicação, ele seguirá sendo comercializado apenas com receita médica. A liberação teve como base testes realizados pela farmacêutica com 469 participantes de diversos países, entre eles o Brasil. Os ensaios clínicos tiveram uma duração de 52 semanas.
Mounjaro é cinco vezes mais eficaz na redução de interrupções respiratórias
Em um estudo clínico de fase 3, a Eli Lilly demonstrou que a tirzepatida – em doses de 10 ou 15 mg – é, em média, cinco vezes mais eficaz que o placebo na redução de interrupções respiratórias em pacientes que não utilizavam o aparelho de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas). Os pacientes registraram 27 interrupções respiratórias a menos por hora durante o tratamento. Em um ano, 42% dos adultos apresentaram uma regressão de seus quadros, com apneia leve sem sintomas
Já em adultos que utilizavam o aparelho de CPAP, o Mounjaro se mostrou um pouco mais eficaz, com 30 interrupções a menos por hora e levando à regressão em 50% dos quadros. A título de comparação, aqueles que receberam placebo tiveram uma remissão entre 14% e 16%.
Pacientes também apresentaram perda de peso
Como esperado, a apneia não foi o único quadro tratado durante a pesquisa. Os pacientes que fizeram o tratamento com o Mounjaro registraram uma média de 20,4 kg perdidos. O uso em combinação com o CPAP também trouxe benefícios nesse caso, com uma redução de 22,7 kg.
Medicamento foi alvo de anúncios falsos
Na primeira quinzena de outubro, a Anvisa alertou sobre a existência de anúncios falsos envolvendo o Mounjaro. Golpistas ofereciam o medicamento com descontos ou até mesmo gratuitamente, desde que o paciente realizasse um cadastro.
De acordo com a agência, as publicações foram veiculadas na internet e em redes sociais. Por meio de comunicado em seu site oficial, a autarquia reiterou que não comercializa medicamentos nem atua como intermediária em sua distribuição.