Anvisa aprova uso do Mounjaro para tratamento da obesidade
Liberação é baseada nos resultados de um programa de testes da farmacêutica fabricante
por Gabriel Noronha em
e atualizado em


Em uma resolução publicada no Diário Oficial da União a Anvisa divulgou a aprovação do uso do Mounjaro para o tratamento da obesidade e do sobrepeso. O medicamento, da Eli Lilly, já tinha sua comercialização autorizada no país, mas apenas para o combate do diabetes tipo 2. As informações são da CNN Brasil.
Apesar da oficialização, a utilização do remédio para o emagrecimento não é uma novidade. Usado muitas vezes de maneira off-label, o fármaco sempre foi cercado de muita expectativa. Sua chegada ao Brasil, por exemplo, contou com anúncios de pré-vendas e comparações com o Ozempic, rival mais famoso nesse mercado que vem ganhando destaque nos últimos anos.
Uso do Mounjaro contra obesidade tem pré-requisitos
O medicamento poderá ser prescrito para pacientes adultos que apresentem obesidade ou sobrepeso somado a pelo menos uma comorbidade, além de um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 e 27, respectivamente.
Teste clínico permitiu aprovação
A decisão da autarquia partiu da análise dos resultados do programa SURMOUNT, série de sete estudos clínicos de fase 3 promovidos pela Eli Lilly que reuniu mais de 20 mil voluntários no mundo todo.
Segundo o estudo, pessoas que utilizaram o Mounjaro, associado à dieta e exercício, apresentaram uma perda de peso superior quando comparado ao placebo. Na dose mais alta do tratamento (15 mg), os indivíduos perderam, em média, 22,5%, enquanto na dose mais baixa (5 mg), perderam, em média, 16% (em comparação com 0,3% no placebo).
Além disso, cerca de 40% dos participantes que usaram Mounjaro perderam mais de 40% do peso corporal total, em comparação a 0,3% do grupo placebo. Os participantes do estudo que conciliaram o uso de Mounjaro à dieta e ao exercício observaram mudanças no colesterol e reduções na pressão arterial e na medida da cintura. As mudanças foram desfechos secundários a partir do uso do medicamento, e não faziam parte da indicação desse.
“Infelizmente, apesar das evidências científicas contrárias, a obesidade é frequentemente vista como uma escolha de estilo de vida – algo que as pessoas deveriam gerenciar por si mesmas. Durante décadas, dieta e exercício foram as únicas opções de tratamento, mas nem todos os pacientes conseguem perder peso apenas com essa abordagem“, avalia Luiz Magno, diretor sênior da Área Médica da Lilly do Brasil, em comunicado.
“Graças a todos os estudos recentes, agora sabemos que o próprio corpo pode responder a uma dieta de déficit calórico aumentando a fome e reduzindo a sensação de saciedade, ou seja, o próprio metabolismo do paciente dificulta a perda de peso e facilita o reganho“, complementa.