Aos 25 anos, empresário lidera transição de distribuidora para indústria farmacêutica

Com apenas quatro anos de mercado, a Botti Global Pharma almeja ser referência nacional na distribuição de medicamentos voltados ao mercado institucional. Com base nos contratos já fechados, a companhia estima um faturamento de R$ 20 milhões em 2026.

Com sede em Maringá (PR) e presença em todas as unidades da Federação, exceto no Amapá, a empresa disputa até 25 licitações por dia e realiza a cotação de cerca de mil medicamentos diariamente. Ao todo, são mais de 250 contratos ativos, impactando diretamente em torno de 100 mil vidas.

Com o aprendizado conquistado, a Botti Global Pharma já almeja voos mais altos. “Nosso próximo passo será atuar também como indústria dentro dos próximos cinco anos”, revela o CEO e fundador Vinícius Botti, de apenas 25 anos de idade.

Botti Global Pharma foi fundada durante a pandemia

Com veia empreendedora, Botti desejava ter seu próprio negócio. O mercado institucional, por sua vez, sempre chamou sua atenção. “A complexidade no setor de vendas para o poder público me atraiu”, revela.

Nesse contexto, o empresário identificou uma janela de oportunidade para atuar com a venda de materiais hospitalares, em 2021, e decidiu fundar a Botti Global Pharma. Apesar de perder o sócio ainda no primeiro mês de estruturação da empresa, o jovem – então com apenas 21 anos – decidiu seguir sozinho em busca do sonho.

Ao interagir com o setor, o executivo encontrou uma segunda lacuna a ser preenchida – o fornecimento dos medicamentos de especialidades. “Hoje ainda trabalhamos com produtos hospitalares, mas os fármacos já respondem por mais de 90% de nosso portfólio”, destaca.

Companhia atua com portfólio adaptável

Atualmente, o mix da Botti Global Pharma é composto por mais de mil SKUs, mas o CEO explica que a empresa se destaca pela flexibilidade. “Realizamos  um mapeamento das necessidades dos órgãos públicos e adequamos nossa oferta partindo deste princípio”, afirma. O carro-chefe da operação são os medicamentos oncológicos e de alta complexidade.

Oriundo da área de administração, Botti entende que a expertise na gestão tributária é um trunfo indispensável para trabalhar com o mercado institucional. “Nas licitações, o preço é um fator determinante. Por isso, temos que ser estratégicos e saber quando aplicar descontos. É como um jogo de xadrez em que precisamos antever os impactos de cada ação”, analisa.

Além da estratégia de portfólio e da disciplina operacional, Botti destaca que a cultura interna é um dos principais diferenciais competitivos da companhia. “Trabalhamos muito a ideia de que cada colaborador faz parte de uma missão maior, que é conectar tratamentos aos pacientes que realmente precisam deles”, pontua.

“Quando o time entende que seu trabalho tem impacto direto na vida das pessoas, cria-se um senso real de propósito e pertencimento. Isso se traduz em engajamento, responsabilidade e decisões mais conscientes no dia a dia, especialmente em um mercado tão sensível e regulado”, complementa.

Distribuidora passou a comercializar marca própria em 2024

Tendo em vista o plano de se consolidar como uma indústria farmacêutica até 2030, a Botti Global Pharma já deu um passo importante com o lançamento de seu primeiro produto próprio. No fim de 2024, a empresa apresentou o PHMB, uma solução para desbridamento de feridas que já está presente em 100 municípios brasileiros. A companhia conta com outros dois SKUs em desenvolvimento – um spray e um creme de barreira para pacientes com colostomia ou estomia.

Outro movimento nessa direção ocorreu no âmbito pessoal. Botti cursa especialização em engenharia farmacêutica, buscando embasamento técnico para esse novo ciclo. Em paralelo, o executivo estruturou um conselho com profissionais experientes em áreas como administração, finanças e empreendedorismo, para auxiliar na gestão.

Objetivo é captar até R$ 50 milhões de investidores

Atualmente, a Botti Global Pharma realiza road shows com investidores e credores, buscando entender o momento de captação e as janelas de tempo ideais, dada a complexidade e o alto custo do projeto. De acordo com o CEO, o objetivo é atrair até R$ 50 milhões junto ao mercado. Uma ideia é gerar sinergia com outros players que ainda não atuam no segmento institucional. “Poderíamos nos tornar um spin-off ou uma joint venture para essas empresas”, finaliza.