Durante reunião com secretários municipais da Saúde nesta terça-feira (23), o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e o secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva (PSD), admitiram que toda a expectativa de aquisição de doses de vacinas contra o coronavírus está concentrada hoje na produção de laboratórios nacionais, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). ‘Quem vai salvar o Brasil da pandemia são os nossos institutos, a Fiocruz e o Butantan. Outros laboratórios internacionais também serão importantes, mas isso em um segundo momento, possivelmente só em meados do segundo semestre de 2021’, afirmou o governador.
Em 12 de agosto de 2020, o governo do Paraná surpreendia com o anúncio da assinatura de um Memorando de Entendimento com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIF), que administra a distribuição da vacina Sputnik V contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. Na época, foi divulgado que russos e paranaenses, por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), ligado ao governo do Paraná, trabalhariam juntos para a elaboração de um protocolo a ser apresentado à Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Nas palavras do diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, tratava-se de um ‘primeiríssimo passo’ para a entrada da vacina no país. Depois, a expectativa do Tecpar era absorver a tecnologia russa e preparar suas instalações para produzir a Sputnik V em território nacional. As conversas entre russos e paranaenses, contudo, não avançaram nem mesmo para o ‘primeiríssimo passo’, embora tal desfecho não tenha sido totalmente esclarecido pelas partes envolvidas.
Também na mesa de reunião para falar com os secretários municipais de Saúde nesta terça-feira (23), Guto Silva afirmou que ‘o grande volume de vacinas será através desses dois laboratórios’ e que ‘vamos focar nossa estratégia em cima disso’. ‘Assim como eu, possivelmente todos os secretários do Paraná foram inundados com propostas de vacinas – da Rússia, da China, dos EUA. Mas está muito claro para nós que quem vai conseguir nos fazer atravessar essa pandemia neste primeiro momento são a Fiocruz e o Butantan’, afirmou o secretário-chefe da Casa Civil.
Na expectativa da produção em escala de vacinas contra a Covid-19 pelos dois laboratórios nacionais, o governo do Paraná prevê um fluxo de 300 mil a 400 mil doses por semana para distribuir aos 399 municípios. Segundo o governador, o Paraná prevê o aumento do fluxo ‘dentro das próximas semanas’. Butantan e Fiocruz são responsáveis pela produção das vacinas Coronavac e Astrazeneca/Oxford, respectivamente.
Com 1.500.450 doses recebidas do Ministério da Saúde desde janeiro até aqui, o governo do Paraná já encaminhou 966.380 para os municípios – e 807.926 doses já foram aplicadas, o correspondente a 610.174 paranaenses (197.752 pessoas já receberam a segunda dose).
Fonte: Gazeta do Povo