Aprenda a evitar problemas com a sociedade em farmácia

Planejamento jurídico e contábil é essencial para conferir segurança à operação e à relação entre os sócios

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SOCIEDADE EM FARMÁCIAFarmacon, orientação empresarial
Foto: Freepik

Abrir uma sociedade em farmácia pode ser a decisão certa para escalar o negócio com mais agilidade, dividir responsabilidades e somar competências. Mas também pode ser a porta de entrada para conflitos, desgastes e rompimentos, capazes de colocar todo o empreendimento em risco.

A maioria dos problemas nasce da falta de estrutura no início da parceria. “É comum que empresários se reúnam com entusiasmo e otimismo, mas deixem de lado o planejamento jurídico e contábil, essenciais para conferir segurança à operação e ao relacionamento entre os sócios”, afirma Marcus Cordeiro, CVO da Farmacon.

Segundo o executivo, entre os erros mais recorrentes estão a divisão de cotas sem critério, contratos genéricos e ausentes de cláusulas de saída, além de um entendimento vago sobre como devem funcionar o pró-labore e a distribuição de lucros. “Ao longo do tempo, esses elementos tornam-se o estopim para discussões e impasses que afetam diretamente o desempenho da farmácia”, alerta.

A divisão societária, por exemplo, muitas vezes ocorre de forma igualitária, mesmo quando um sócio contribui com capital e o outro com trabalho. Sem uma definição clara de funções, responsabilidades e direitos, a convivência profissional tende a se desgastar diante das pressões do dia a dia.

Outro ponto crítico é a falta de cláusulas que prevejam a saída de um dos sócios. “Sem esse tipo de projeção no contrato social, a transferência de cotas pode gerar impasses e bloqueios operacionais que comprometem o funcionamento da farmácia”, ressalta Cordeiro.

Responsabilidade jurídica da sociedade em farmácia

Outra questão importante a ser considerada na sociedade em farmácia é a responsabilidade jurídica. Muitos sócios acreditam que as obrigações legais são automaticamente compartilhadas. Na prática, porém, quem assina responde. “Se não houver regras bem definidas sobre tomada de decisões e atos administrativos, um sócio pode acabar arcando com consequências geradas pela conduta do outro”, explica o CVO.

No que diz respeito à remuneração, o cenário se repete. É comum ver farmácias que não separam claramente pró-labore e lucros, o que leva a conflitos quando o negócio começa a exigir maior organização financeira. “Ao longo dos últimos anos, acompanhando a realidade de centenas de negócios no setor, temos reforçado que uma sociedade saudável é aquela sustentada por clareza e previsibilidade. Isso inclui contratos bem elaborados, acordos de convivência, regras de saída e revisões periódicas conforme a empresa ganha corpo”, avalia Cordeiro.

Ele acrescenta que sociedade não é apenas uma parceria comercial. “É também uma estrutura jurídica e financeira que precisa estar bem ajustada para proteger todos os envolvidos, inclusive o próprio negócio”, finaliza.

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