Associações promovem webinar sobre falsificação de medicamentos
Anahp e Interfarma reuniram 110 espectadores na última quinta-feira, dia 30
por César Ferro em
e atualizado em
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Mais de 110 pessoas, entre associados da Anahp e da Interfarma, participaram do webinar sobre falsificação de medicamentos promovido pelas entidades na última quinta-feira, dia 30. O encontro virtual contou com a presença de representantes das associações e da indústria farmacêutica.
Na transmissão, o mercado compartilhou casos reais de falsificação ocorridos no Brasil. Também foi apresentada a cartilha Falsificação de Medicamentos – Cartilha de Conscientização aos Consumidores, elaborada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), com o apoio da Interfarma.
O debate online teve como principais objetivos abordar a importância do fortalecimento dos marcos regulatórios e dos mecanismos de conformidade, ampliar a conscientização e a educação do público sobre os perigos do contrabando e da venda ilegal de medicamentos, além de promover a responsabilidade na prescrição entre os profissionais de saúde.
Webinar sobre falsificação de medicamentos reforçou a gravidade
Os números apresentados durante o webinar reforçaram a gravidade do problema. As vendas online de produtos ilegais já representam 36% do total de itens falsificados. Uma pesquisa do Procon, realizada com 686 pessoas, revelou que 63% dos consumidores já receberam algum produto falsificado em vez do original.
O prejuízo estimado com medicamentos e produtos hospitalares falsos chega a R$ 11,5 bilhões. Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), um em cada dez remédios comercializados em países de baixa e média renda é falsificado ou de baixa qualidade.
O cenário se agrava com a expansão de vendas em canais digitais não autorizados, como redes sociais e sites sem registro na Anvisa – prática proibida pela RDC 44/2009.
Desconhecimento é outra preocupação
Outro ponto especialmente preocupante para o setor diz respeito ao desconhecimento. Muitos consumidores não conseguem identificar embalagens adulteradas e acabam adquirindo produtos sem ingredientes ativos. Nesses casos, os medicamentos falsificados não têm eficácia e podem provocar complicações graves, especialmente em pacientes com condições crônicas ou agudas, chegando a colocar a vida em risco.
“Educar a população é essencial, mas também precisamos fortalecer as políticas públicas de controle e fiscalização. A falsificação de medicamentos não pode ser tratada como um crime menor; ela ameaça vidas todos os dias”, afirma Isabel Pimentel, diretora de comunicação da Interfarma.
“Acreditamos que o enfrentamento desse problema só é possível por meio do diálogo, da articulação e da troca de conhecimento entre os entes da cadeia, como fizemos aqui”, completa Evelyn Tiburzio, diretora técnica da Anahp.