
A farmacêutica brasileira Biomm acredita estar próxima de um ponto de virada em sua história, podendo finalizar em breve seu primeiro ano lucrativo em mais de uma década. As informações são do portal NeoFeed.
Essa esperança está depositada no fim da patente do Ozempic, prevista para o próximo ano. A Biomm produzirá sua versão genérica do medicamento em sua fábrica em Nova Lima, em Minas Gerais.
A construção desse complexo, que custou aproximadamente R$ 800 milhões, é a principal razão do endividamento da empresa, segundo o CEO Heraldo Marchezini.
“Esse prejuízo está muito associado aos investimentos feitos na implementação da fábrica e na antecipação de recursos para produção de canetas para insulinas em contratos que ainda não tínhamos recebido”, explica.
Com o início das operações da fábrica, a farmacêutica finalizou um acordo com o Ministério da Saúde para a produção de 20 milhões de fracos de insulina anualmente. A parceria prevê ainda a transferência da tecnologia de fabricação para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), eliminando a atual dependência brasileira da importação de insumos chineses.
Genérico do Ozempic é apenas uma das apostas da companhia
A busca pela inserção em mercados em expansão como o do genérico do Ozempic é um caminho visto como positivo pela companhia. “Isso é uma mudança completa de horizonte para a empresa. Somos a única companhia capaz de competir, na área da diabetes, com Eli Lilly e Novo Nordisk”, afirma o executivo.
Outras opções analisadas pela empresa incluem o medicamento oncológico bevacizumabe e o ranibizumabe, fármaco utilizado no tratamento de lesões na rotina, ambas os medicamentos já foram aprovados para a Anvisa e dependem de etapas burocráticas para serem liberados ao mercado.
“O que a gente está preocupado é em conseguir captar as oportunidades de mercado em biotecnologia, que vão muito além da produção de insulina”, explica Marchezini. “Tem bilhões de reais que estarão em jogo a partir da expiração de patentes, com chance de produção de biossimilares”, complementa.