A Blau Farmacêutica anunciou nesta terça-feira, dia 14, a implementação de um programa de recompra de ações, equivalentes a 2,5% dos papéis em circulação na companhia.
A recompra de 4,48 milhões de ações é parte do esforço da indústria para atenuar os impactos da redução das projeções de lucro para este ano. Em abril, o Citi cortou em 13% o preço-alvo da farmacêutica no mercado financeiro. O banco norte-americano alega que, apesar da perspectiva de melhora no segundo semestre, a empresa não teria gatilhos de curto prazo.
No primeiro trimestre, inclusive, a lucratividade caiu 29% em função, sobretudo, da falta de acesso a suprimentos e insumos, problema que atinge a indústria farmacêutica nacional em uma escala jamais vista.
Recompra de ações pode maximizar valor para os acionistas
A recompra possibilita maximizar a geração de valor para os acionistas. A Blau considera, inclusive, que o preço atual das suas ações não reflete seus ativos e a perspectiva de geração de rentabilidade. A companhia possui um montante de R$ 300,2 milhões em reservas de lucros. As instituições responsáveis pelo processo serão as corretoras Itaú, BTG Pactual, Credit Suisse, J. P. Morgan, Goldman Sachs e XP Investimentos.
Desempenho da Blau depende de ampliação da produção
Com foco em medicamentos biológicos, usados principalmente em hospitais para tratamento do câncer e doenças crônicas, a Blau reconheceu, no início do ano, a existência de um gargalo na produção. A farmacêutica registrou R$ 1,4 bilhão de faturamento no ano passado, alta de 16% em relação a 2020.
Foi o sétimo ano seguido de crescimento, mas a estrutura atual já não acompanha esse ritmo. O principal investimento nessa frente é a construção de uma nova fábrica em Pernambuco, que vai triplicar a capacidade produtiva e sustentar seu crescimento nos próximos anos. Com investimento de R$ 1 bilhão, a planta deve começar a operar entre 2023 e 2024.
Além dela, a Blau tem ampliado suas outras fábricas, com destaque para duas novas linhas de produção na sede em Cotia, na Grande São Paulo, que devem ficar prontas no segundo semestre e aumentar a capacidade produtiva em 20% no segmento de especialidades, que engloba antibióticos, relaxantes musculares e anestésicos.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico