Brasil é alvo de 90% dos ataques cibernéticos na América Latina
Estudo aponta falhas na cultura de segurança digital e alerta que
investir em proteção é fator de sobrevivência corporativa
por Gabriel Noronha em


O Brasil tornou-se o epicentro dos ataques cibernéticos na América Latina, concentrando impressionantes 90% das tentativas registradas na região. São cerca de 550 mil ocorrências por dia, evidenciando a fragilidade digital do país e a urgência de uma mudança de mentalidade por parte das empresas.
Segundo Frankllin Nunes, head de Soluções Cloud e Arquitetura da Teltec Solutions, o problema vai muito além da infraestrutura técnica. “Muitas empresas ainda enxergam a segurança de dados como despesa, quando na verdade deve ser vista como uma questão de sobrevivência corporativa”, alerta o especialista.
A conta é clara. Enquanto um ataque pode gerar prejuízos superiores a R$ 5 milhões para empresas de médio porte, o investimento em proteção digital, incluindo sistemas e capacitação de usuários, representa apenas uma fração desse valor. “Segurança da informação é o tipo de investimento que não aumenta o lucro, mas impede a falência”, resume Nunes.
Resistência dos gestores impede redução de ataques cibernéticos
Para especialistas, a resistência das lideranças empresariais em assumir a segurança digital como prioridade é um dos principais entraves para reduzir casos de ataques cibernéticos.
De acordo com Daniella Abreu, presidente do WTC Curitiba, muitos CEOs ainda tratam o tema como responsabilidade exclusiva do setor de TI. “É desafiador engajar a alta liderança nesse assunto. Mas com a digitalização acelerada, as empresas estão cada vez mais expostas a riscos que podem comprometer todo o negócio”, afirma.
O cenário atual, agravado pela sofisticação das ameaças, exige mais do que ferramentas. Requer uma mudança de cultura. “Os hackers usam inteligência artificial para automatizar invasões. Não há mais alguém escolhendo manualmente uma vítima. São robôs disparando ataques em massa, independentemente do porte da companhia”, explica Nunes. A pergunta não é mais ‘se’, mas ‘quando’ sua empresa será atacada.