Brasil tem 24 indústrias entre as maiores farmacêuticas do país
Setor ganha destaque em ranking do Valor Econômico, em parceria com Serasa Experian e FGV
por Ana Claudia Nagao em


Em um cenário de crescimento superior ao Produto Interno Bruto (PIB), 24 indústrias se sobressaem no ranking das maiores farmacêuticas do país. O estudo faz parte do Anuário Valor 1000, elaborado pelo Valor Econômico em parceria com a Serasa Experian e o Centro de Estudos em Finanças da FGV-SP.
Na classificação final por segmento, a EMS lidera com 64 pontos, seguida pelo Aché (58,5) e pela Cálamo (58,4). Os bons resultados obtidos em 2024 são atribuídos à diversificação das linhas de medicamentos, ao investimento na produção local de insumos e à inauguração de novas unidades fabris.
Segundo Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS, a estratégia de internacionalização e o foco em novas terapias, com destaque para os análogos de GLP-1, foram decisivos para sustentar o crescimento da empresa.
A farmacêutica também anunciou um novo ciclo de investimentos de R$ 1 bilhão para os próximos dois anos. Os recursos serão destinados à modernização da estrutura existente e à abertura de novas fábricas. O número de pesquisadores também deve passar de 800 para 900 até o fim de 2025.
“Ainda neste ano, a ampliação da unidade de Manaus (AM) aumentará em 30% nossa capacidade de produção de medicamentos”, afirma Sanchez.
Top 10 farmacêuticas (por nota)

Os desafios das maiores farmacêuticas do país
Apesar do desempenho positivo, o setor enfrenta desafios. Segundo Bruno Porto, sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil, o crescimento foi impulsionado principalmente pelas vendas ao governo e a hospitais. No entanto, para reduzir a dependência de insumos importados, as empresas têm investido em biossimilares e no desenvolvimento de moléculas próprias.
A reforma tributária, porém, pode impactar a logística e a estrutura dos contratos de importação. Porto explica que a mudança na cobrança do ICMS exigirá mais recursos de caixa das empresas.
“No modelo atual, as companhias recebem o valor total da venda e, em um momento posterior, pagam o ICMS ao governo, utilizando esse valor como capital de giro. Com a reforma, o imposto será retido e recolhido automaticamente no momento da liquidação da transação”, esclarece o especialista.
Ranking Valor 1000 por receita líquida
Class. geral | Empresa | Receita líquida |
126 | Eurofarma | R$ 10,9 bilhões |
163 | Cálamo | R$ 8,3 bilhões |
164 | EMS | R$ 8,2 bilhões |
185 | Hypera | R$ 7,4 bilhões |
229 | Novartis | R$ 5,7 bilhões |
241 | Aché | R$ 5,4 bilhões |
258 | Roche | R$ 4,9 bilhões |
283 | Sanofi Medley | R$ 4,4 bilhões |
297 | União Química | R$ 4,2 bilhões |
339 | Abbott | R$ 3,6 bilhões |
384 | Fundação Butantan | R$ 3,1 bilhões |
418 | Libbs | R$ 2,7 bilhões |
422 | Cimed | R$ 2,7 bilhões |
432 | Merck | R$ 2,6 bilhões |
479 | FQM | R$ 2,3 bilhões |
535 | Prati-Donaduzzi | R$ 2,0 bilhões |
560 | BMS | R$ 1,9 bilhões |
593 | Blau | R$ 1,7 bilhões |
613 | Sanofi Consumer Healthcare | R$ 1,6 bilhões |
709 | Apsen | R$ 1,4 bilhões |
722 | Teuto | R$ 1,3 bilhões |
791 | B.Braun | R$ 1,2 bilhões |
924 | Supera | R$ 943,9 milhões |
986 | Blanver | R$ 830,8 milhões |