Butantan explica o que pode mudar na bula da CoronaVac, após queixa sobre a quantidade de doses

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O Instituto Butantan deu mais detalhes do que pode mudar na bula da CoronaVac depois da queixa dos municípios sobre a quantidade de doses no frasco.

É um líquido tão precioso e escasso que cada gota faz diferença. Curitiba foi uma das primeiras cidades a dizer que os frascos da CoronaVac estavam vindo com menos doses. O lote que chegou em março deveria ser suficiente para 84.540 doses, mas só rendeu 77.764 – mais de seis mil doses a menos, segundo a prefeitura da capital paranaense. A prefeitura diz ainda que o problema se repetiu em outros lotes e que não houve mudança no padrão das agulhas.

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde diz que prefeituras de outros estados fizeram a mesma reclamação.

‘Os nossos vacinadores são muito treinados. Então a possibilidade de errar é muito pequena. E, se fosse pontual, poderia sim ter alguma questão ligada a treinamento, à capacitação. Mas, como são vários estados reclamando, com certeza, tem aí algum problema com o envase desta vacina’, relatou o secretário do conselho, Mauro Junqueira.

Na tarde desta terça (13), a equipe do JN acompanhou a vacinação num posto de saúde em Mauá, na Grande São Paulo.

‘Esse frasco, nós pegamos agora. Está lacrado, como vocês estão vendo’, mostrou a auxiliar de enfermagem.

Foram aplicadas 9 doses. Quando a auxiliar de enfermagem foi preparar a décima, descobriu que a quantidade no frasco não era suficiente.

Foi no fim de março que os funcionários começaram a perceber que muitos frascos da CoronaVac não rendiam mais dez doses. A administração, então, trocou a seringa usada para aplicar a vacina e fez um rodízio entre os funcionários para verificar se o problema estava ali. Mas nada disso deu resultado.

‘No dia 29 de março, de cinco frascos, um deu oito doses, três deram nove e só um deu dez. No dia 31 de março, de dois frascos, um deu nove e o outro deu oito’, revelou o enfermeiro da Divisão de Imunização de Mauá Rodrigo Antunes Pinheiro.

Cada dose deve ser de meio mililitro, cada frasco deve render dez doses. Os primeiros lotes da vacina envasada pelo Butantan vinham, segundo o próprio instituto, com 6,2 mililitros, um ‘chorinho’, uma reserva técnica que, em tese, produzia até 12 doses, se não houvesse nenhuma perda.

No começo de março, a pedido do Butantan, a Anvisa autorizou a redução do volume da CoronaVac no frasco para 5,7 mililitros, ainda prevendo uma perda operacional da quantidade que fica na agulha, por exemplo.

Nesta terça, o diretor de Qualidade do instituto, Lucas Lima de Moura, reforçou que o ideal, para não haver qualquer desperdício, é usar uma seringa pequena, com capacidade para um mililitro, e que o controle é rigoroso. Ele também afirmou que cada frasco tem, sim, as dez doses e estuda atualizar a bula para evitar perdas na hora da aplicação.

‘A gente está pensando em colocar um QR Code para facilitar. Em qualquer lugar do Brasil que alguém tiver um celular vai mirar para o QR Code e vai levar para um vídeo demonstrando a correta forma de se fazer. Do ponto de vista do envase, é algo que a gente já investigou, já repassou isso para a própria Vigilância Sanitária e não há nenhum tipo de problema’, disse.

O Ministério da Saúde orientou estados e municípios a registrar os casos em que o rendimento do frasco ficar abaixo do esperado. A Anvisa declarou que está investigando.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/14/intervalo-de-21-dias-entre-doses-da-coronavac-deve-ser-mantido/

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