CEO de farmacêutica renuncia após caso Banco Master
por César Ferro em
O CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, dia 24. O executivo permanecerá no comando da farmacêutica até o dia 31 de dezembro, segundo informações da coluna Capital, do jornal O Globo.
De acordo com o comunicado divulgado pelo laboratório, o executivo “seguirá contribuindo para a empresa na qualidade de senior advisor, com foco em assuntos estratégicos e de internacionalização”. Quem assumirá a liderança em 2026 será Guilherme Maradei, que deixou a diretoria executiva da Natulab em julho. De acordo com a Biomm, a transição é “um movimento planejado e coerente com o atual momento estratégico da companhia”. No entanto, segundo a reportagem, o escândalo envolvendo o Banco Master levanta dúvidas sobre a movimentação.
CEO do banco tinha ações na empresa
De acordo com O Globo, alguns gestores levantaram dúvidas sobre a troca do comando após a prisão de Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master. Isso porque um fundo ligado à instituição financeira e do qual o banqueiro era cotista foi, até recentemente, o maior acionista da Biomm.
Vorcaro, que investiu na farmacêutica por meio da gestora WNT, chegou a deter aproximadamente um quarto do negócio. Essa participação foi transferida para o fundo Cartago, que hoje detém 25,86% do laboratório. Apesar de não estar claro quem são os cotistas, em 2024 o Master listava o fundo entre as empresas de seu conglomerado prudencial.
Acionista nega relação
Para um importante acionista da Biomm, a renúncia não tem relação com a prisão de Vorcaro. “Ele era apenas acionista, sem qualquer gestão na empresa. A renúncia foi um movimento estratégico na empresa e deliberado há mais de seis meses pelo conselho”, afirma a fonte.
Receita da farmacêutica supera R$ 39 milhões
A receita líquida da Biomm registrou avanço no primeiro trimestre de 2025, segundo o balanço da farmacêutica, divulgado em maio. Os R$ 39,6 milhões acumulados pela companhia no período representam um incremento de 3% em relação ao 1T24.
O lucro bruto, no entanto, caiu 14%, atingindo R$ 7,3 milhões. O movimento foi atribuído às mudanças no mix e ao aumento nos custos dos produtos, apesar da queda nas despesas gerais e administrativas, que saíram de R$ 26 milhões para R$ 20,2 milhões (-23%).