Como transformar erros no trabalho em aprendizado
Reconhecer falhas com transparência, buscar apoio e refletir sobre o ocorrido fortalece a carreira e melhora processos dentro das organizações
por Ana Claudia Nagao em
por Ana Claudia Nagao em
Cometer erros no trabalho é uma experiência comum a qualquer colaborador ou gestor, independentemente da área ou do tempo de carreira. Ainda assim, muitos carregam o receio imediato de julgamento ou punição ao perceber um equívoco, mesmo que pequeno. Segundo especialistas, essa reação, guiada pela autocobrança e pelo medo, impede que estes deslizes cumpram o papel essencial de impulsionar o desenvolvimento profissional.
“Algumas empresas ainda cultivam culturas punitivas que transformam falhas em tabus. Isso cria ambientes de medo, onde os profissionais deixam de inovar por receio de cometer equívocos. Mas é justamente no espaço entre o erro e a correção que ocorrem os maiores aprendizados”, afirma Andréa Felgueiras, gerente executiva de marketing para atração de talentos no ManpowerGroup Brasil.
Para a especialista, o desafio não está em eliminar completamente os deslizes, algo impossível, mas em aprender a lidar com os erros de forma madura e estratégica. O primeiro passo é respirar fundo e assumir a responsabilidade com tranquilidade. Comunicar as pessoas envolvidas de maneira transparente, informando que a falha foi identificada e que a solução está em andamento, demonstra profissionalismo e fortalece a confiança dentro da equipe.
Outra etapa crucial é agir rapidamente para minimizar os impactos. Nesse processo, contar com a experiência de um mentor ou de um colega de nível mais sênior pode ser decisivo. “Esses profissionais oferecem uma visão mais ampla e técnica, capaz de revelar caminhos que, à primeira vista, talvez não fossem considerados”, destaca Andréa.
Transformado os erros em oportunidade de evolução profissional
Depois que a situação é resolvida, recomenda-se reservar um momento para refletir sobre o que aconteceu. Perguntas como “Que lições esse episódio traz?” ou “Quais práticas podem ser melhoradas?” ajudam a transformar a falha em uma oportunidade de evolução.
Muitas vezes, a resposta aponta para necessidades de alinhamento, prazos mais realistas ou ajustes na gestão do tempo. Quando compartilhados, esses aprendizados beneficiam não apenas o indivíduo, mas a organização como um todo.
Ao substituir o autojulgamento por uma análise construtiva, o profissional amplia sua capacidade de adaptação, fortalece relações de trabalho e contribui para melhorias de processos. “Empresas tendem a valorizar profissionais que apresentam resiliência, capacidade de adaptação, transparência e uma mentalidade focada em soluções. Portanto, da próxima vez que algo sair diferente do planejado, pense com calma, busque soluções e siga em frente com mais confiança”, ressalta a executiva.