Dez indústrias detêm mais de 30% das vendas em farmácias
Maiores fabricantes movimentaram R$ 75,6 bilhões nos últimos 12 meses
por César Ferro em
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De acordo com um levantamento da IQVIA, as farmácias venderam R$ 238,8 bilhões nos últimos 12 meses até setembro de 2025. E os dez maiores fabricantes respondem por mais de 30% desse valor.
No período, o grupo que engloba farmacêuticas e companhias de bens de consumo registrou R$ 75,6 bilhões em vendas – 31,6% do montante. A tendência é que essa concentração cresça. Afinal, as empresas do top 10 registraram incremento de 13,5% em comparação ao mesmo período anterior, contra 11,5% do mercado total.
Top 10 detém mais de 30% das vendas nas farmácias
(Participação na receita do mercado no MAT 9/25)

Farmacêuticas nacionais lideram entre as maiores fabricantes…
Três farmacêuticas brasileiras lideram na lista das dez maiores fabricantes no setor. Eurofarma (R$ 13,8 bilhões), EMS (R$ 12,3 bilhões) e Aché (R$ 9 bilhões) despontam na liderança. Na sequência vêm Novo Nordisk, Cimed e Neo Química, todas na casa dos R$ 7 bilhões. União Química, Medley, Biolab-Sanus e Nestlé fecham a relação.
Indústrias brasileiras no pódio
(Vendas no mercado em bilhões de reais no MAT 9/25)

… mas multinacional é que mais cresce
Uma das pioneiras no mercado de GLP-1, a Novo Nordisk foi a fabricante que mais cresceu nos últimos doze meses até setembro. No período, as vendas da farmacêutica cresceram 21%. Eurofarma, Aché, Neo Química, Medley e Nestlé cresceram acima da média do mercado. A União Química igualou a porcentagem e EMS e Cimed ficaram abaixo do setor.
O consultor independente Cesar Bentim destaca que oito das dez indústrias da listagem são nacionais.“Além disso, as farmacêuticas que avançam a dois dígitos estão fazendo um bom trabalho de conjugação da inteligência competitiva e gestão acurada do portfólio, com aposta em medicamentos e produtos inovadores’’, ressalta.
A explicação também pode estar relacionada a um movimento das multinacionais em nível global. “As fabricantes estrangeiras reforçaram o olhar sobre medicamentos de especialidades com maior valor agregado, se desfazendo de produtos maduros. Naturalmente, isso abriu um nicho para as brasileiras”, comenta Henrique Tada, diretor executivo da Alanac.