O fim do contrato de armazenamento entre Andreani e Butantan está sendo discutido na esfera judicial. A empresa argentina de logística está contestando o resultado da última licitação, em que foi superada pela Simas Logística. As informações são do Valor Econômico.
Depois de apontar irregularidades na estrutura da concorrente e reclamar dos preços excessivamente baixos ofertados pela Simas, a Andreani anunciou que não receberá mais os insumos do instituto.
A decisão acontece em decorrência do final do contrato, que estava vigente até o dia 30 de abril. A Andreani ainda ressaltou que desde 17 de março, data de início do acordo entre o Butantan e a Simas Logística, seguiu recebendo e estocando os insumos utilizados na produção de vacinas. Esse fato, na visão da companhia, comprova a incapacidade da concorrente de cumprir o contrato.
Ainda de acordo com a empresa argentina, todo o estoque de insumos do instituto, o equivalente a 500 carretas, ainda está em suas instalações nas vésperas do final da parceria entre as companhias.
O Butantan negou as acusações de irregularidades na licitação, argumentando que o processo foi avaliado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (SP) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), e afirmou que a transferência do estoque será concluída até o final de maio.
“A Andreani Logística segue prestando serviços para o Instituto normalmente até o fim do contrato, em 30/04. Depois disso, será apenas feita a retirada de material, o que deverá ser concluído até o fim de maio. Cabe ressaltar, ainda, que o Butantan depende da disponibilidade da Andreani para a retirada dos palletts, uma vez que a nova contratada já tem condições de armazenar e operar com os materiais que hoje estão na Andreani”, declarou o Butantan em nota.
Contrato entre Andreani e Butantan foi renovado recentemente
A empresa argentina presta serviços ao Butantan por meio de licitações desde 2017, e teria seu último contrato encerrado em outubro de 2024, até que o instituto o renovou unilateralmente por seis meses para permitir a adequação da Simas Logística.
Em uma notificação extrajudicial enviada à Fundação Butantan no último dia 4, a Andreani afirma que vinha “executando os serviços de forma precária”, com a imposição do preço da Simas por parte do Butantan. A companhia destaca que disputou a licitação pelo valor de R$ 160,3 milhões, quase o dobro da proposta vencedora. Já a terceira colocada, AGV Logística, apresentou proposta de R$ 167,9 milhões.
“A Simas Logística foi indevidamente declarada vencedora (…) ofertando preço claramente inexequível e sem estrutura compatível com o cumprimento de todas as obrigações previstas no contrato administrativo”, afirma Favio Podjarny, diretor de Negócios Internacionais da Andreani.